Capítulo 11

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    -O que? Isso não faz sentido! - Juho encara os papéis na sua frente.
   Depois de perceber que as pessoas que foram assassinadas tinham seguros, eu pedi ajuda para Youngbin e Juho.
    -Eu sei... - suspiro.
    -Achei - Youngbin chama nossa atenção.
    A alguns minutos atrás nós havíamos decidido nos reunir na minha casa, para que meu pai não suspeitasse de nada. Nesse momento estávamos no meu quarto e Youngbin havia ficado encarregado de procurar a empresa de seguros na Internet.
    Juho e eu vamos até a minha escrivaninha, onde Youngbin mexe no notebook.
    -Eles possuem um site e aqui diz que eles não tem um endereço fixo - ele aponta para a tela -Não tem muita informação que realmente possa nos ajudar.
    Juho e eu suspiramos.
    -É muito estranho que todas essas pessoas que morreram, tenham seguro de vida na mesma empresa - Juho fala -Mas o que é mais estranho, é o beneficiário ser o Comissário Park.
    -Eu acho que essa empresa pode ter uma relação com os assassinatos - me sento na cama -Queria entender qual o envolvimento do meu pai em tudo isso...
    -Precisamos de mais provas, se quisermos relacionar as duas coisas - Youngbin faz uma careta -Mas onde vamos consegui-las?
   Ficamos em silêncio por um tempo.
    -Bin, você não acha que só com essa prova já conseguimos autorização para investigar  e interrogar as pessoas dessa empresa? - Juho se senta do meu lado.
    -Na verdade acho que sim. O problema é que isso envolve o Sr. Park e precisamos falar com ele antes de iniciar uma investigação, e se ele está envolvido não vai nos dar autorização.
    Suspiro e me jogo para trás.
   -O que faremos?
   -O que fazemos de melhor - Juho se levanta -Hyerin você acha que consegue achar mais alguma coisa no escritório de seu pai?
    -Acho que sim...
    -Então você cuida disso, qualquer coisa que você ache com o nome Sancor seguros traga para nós.
     -Ok.
     -Bin, acho que podemos tentar descobrir quem é o dono dessa empresa e se existem outros beneficiários.
   Youngbin sorri e se levanta.
   -Eu que sou o chefe aqui, eu que devia dar as ordens! - ele fala rindo -Vamos.
   -Certo, tá  na hora de descobrir o segredo por trás de caso! - sorrio animada.

(...)

    Após vasculhar o escritório de meu pai e não encontrar nada. Meu celular começou a tocar, quase deixo ele cair quando escuto a notícia que Youngbin me dá.
    Desço as escadas correndo e calço meus sapatos quando chego a porta.
Saio correndo pela rua até o ponto de ônibus mais próximo.
    -Onde você vai com tanta pressa? - Jaeyoon para uma lambreta azul do meu lado.
    -Jae! Eu preciso de uma carona!
    Ele me olha surpreso.
    -Tudo bem, sobe aí - depois que eu subo, ele me pergunta -Para onde?
    -Delegacia e rápido.
   No celular Youngbin tinha falado que um garoto havia sido preso, pois na cena do último assassinato foi encontrado uma faca e após uma análise do DNA, haviam descobrido um possível suspeito.
    Jaeyoon foi o mais rápido que as placas de trânsito permitiam. Não demorou para que chegássemos na delegacia. Na frente dela, já tinha vários jornalistas e alguns polícias contendo eles. No meio de toda aquela gente, um garoto passava algemado.
    -Obrigada pela carona! - me despeço de Jaeyoon e corro para aquele amontoado de pessoas.
    Me apresso atrás dos polícias que levam o garoto. Faço o máximo que consigo para tentar ver o rosto dele, falhando pelo simples fato dele estar com o rosto virado para baixo.
    -Hyerin! - Juho vem até mim -Você foi rápida em chegar aqui.
   Começo a bombardear ele de perguntas.
    -Quem é o suspeito? Qual o nome dele? Foi ele mesmo? Quantos anos ele tem? - olho para ele aflita.
    -Calma aí Hyerin - Youngbin se aproxima -Tá parecendo os jornalistas que estão lá fora!
   -Desculpa... - olho para baixo -Pelo menos me falem o nome dele.
   Youngbin e Juho se entreolham.
   -O nome dele é... - Juho começa.
   -Yoo Taeyang - Youngbin completa.
   Arregalo os olhos assim que escuto o nome de Taeyang ser pronunciado. Sinto um mal estar e minhas pernas perdem as forças. Juho me segura e me leva até uma cadeira.
   -Você está bem?
   -Esse é aquele seu amigo que foi atropelado não é? - Youngbin me encara -Você sabia que ele era o assassin...
   -Não... Não foi ele! - olho para os dois que me encaram surpresos.
   -Como você pode ter certeza disso? - Youngbin pergunta -Nós temos provas Hyerin.
   -Mas... Ele não... - olho para baixo.
   -Se ele é seu amigo... - Juho fala, respondo balançando a cabeça -Então é por isso que você insiste que não é ele?
    -Não é por isso! - me levanto -Não é ele, eu tenho certeza!
    Os dois se entreolham e então Juho pega minha mão.
   -O-onde estamos indo?
   -Para a sala de interrogatório.
   Juho abre a porta e nós entramos. Alguns detetives estão encarando a parede de vidro, Taeyang está do outro lado sentando em uma mesa. Na frente dele, tem um detetive.
   -Foi você quem matou essas mulheres? - o detetive aponta para as fotos.
   Olho para Taeyang esperando que ele negue, no entanto ele fica em completo silêncio.
    -Por que ele é assim? - um dos detetives fala com um suspiro.
    -Qual o problema? - Youngbin pergunta.
    -Fizemos umas seis perguntas já, mas ele não abre a boca!
   Volto minha atenção para Taeyang e o detetive. É preciso de mais três perguntas para que os detetives o tirem da sala. Ele não havia falando nem um A.
    Vou atrás de Taeyang que é levado até uma das celas da delegacia. Espero até que ele fique sozinho e me aproximo da grade.
    -Tae...
    -Hyerin! - ele me encara surpreso.
    -Por que você está aqui? - pergunto -Você não é o assassino certo?
    -Hyerin, eu juro que não tenho nada ver com isso...
    -Tae, você disse que era para confiar em você - olho nervosamente para ele -Mas você está preso agora!
    Ele se aproxima de mim e segura minhas mãos.
  -Hyerin tem algo que eu preciso te dizer - ele olha para os lados -Por favor, você não pode mais se meter nesse caso.
   -Você já me disse isso antes - olho nos olhos dele - E eu já disse que não vou fazer isso. Principalmente agora que você está atrás das grades.
   -Não precisa se preocupar com isso! Eu não me importo de ficar preso! - ele aperta minhas mãos -Apenas pare de investigar esse caso!
   Tiro minhas mãos das dele e me afasto.
    -Você não se importa? Taeyang se você for acusado pelos assassinatos você vai pegar prisão perpétua! - encaro ele incrédula -Eu não vou deixar que a pessoa que eu gosto fique presa para sempre!
    Ele me lança um olhar triste.
    -Hyerin, por favor... Esse caso é muito perigoso!
    -Desculpe Tae, não vou mudar de ideia - me viro e começo a sair dali.
    Dou um último olhar para trás e o vejo se afastando das grades de sua cela. Soltou um suspiro.
    -Hyerin! - Youngbin se aproxima de mim -Você precisa vir comigo!
    -O que aconteceu? - levanto o olhar para ele.
   -Apenas me siga, Juho e eu descobrimos uma coisa.
    Acompanho Youngbin até o carro dele, Juho já está dentro. Sento no banco de trás, Youngbin abre um notebook e uma lista aparece na tela.      
   -O que é isso?
   -Esses são os nomes das pessoas que fizeram seguros na Sancor - Juho aponta para a lista da esquerda -E esses são nomes de pessoas que estão desaparecidas ou estão mortas.
    Olho para as duas listas.
   -Mas elas são praticamente iguais!
   -Exatamente - Youngbin me encara -Isso só pode significar que eles estão sumindo com as pessoas para ficarem com o dinheiro dos seguros.
    Pego o computador das mãos de Youngbin e analiso a lista mais uma vez. Na lista da esquerda, de pessoas com seguros na Sancor, um nome em especial me chama a atenção.
     -P-park Jisoo?
     -Qual o problema? - Youngbin me encara.
     Levanto o olhar para eles.
     -E-essa é a minha mãe! - sem pensar duas vezes saio do carro.
     Entro na delegacia. Escuto Youngbin e Juho me chamarem, mas ignoro e corro até o escritório do meu pai, entro com tudo. Ele levanta o olhar em minha direção.
    -O que pensa que está fazendo?! Não estamos em nossa casa para você entrar desse jeito na sala de um superior! - ele se levanta ficando irritado.
    -O que você pensa que está fazendo? - grito irritada -Você planejava matar a minha mãe? Que nem fez com todas aquelas outras pessoas!
   -Do que você está falando?!
   -Não se faça de desentendido Park Joonha! Eu sei de tudo! - continuo gritando -Eu sei dos seguros! Eu sei das mortes!
     -Quem você pensa que é para gritar com seu pai! - ele bate na mesa.
    -Quem você pensa que é para cogitar matar minha mãe por causa de dinheiro!
    -Saí daqui agora! - ele grita -Você não tem mais permissão para vir nessa delegacia!
    O ódio começa a queima dentro do meu peito.
    -Você não pode fazer isso!
    -Sim eu posso! - ele grita mais alto -Youngbin tire ela daqui!
    Me viro e vejo Youngbin e Juho parados na porta. Sigo em direção a ela e saio irritada pelo corredor. Lágrimas de raiva escorriam pelo meu rosto e eu as secava com força. Se ele fez um seguro para minha mãe naquela empresa, significava que em algum momento ela seria uma das vítimas. Eu não podia aturar algo desse tipo.
    Vou até a parte da delegacia onde ficam as celas. Me aproximo da cela de Taeyang.
    -Tae, foi a Minna não foi? - pergunto.
    -Do que você está falando? - ele se levanta do chão -Você está chorando? O que aconteceu?
    -Foi Minna que matou aquelas mulheres, não é? - me aproximo -Ela te colocou aqui para se livrar não foi?
    Taeyang olha para baixo sem falar nada.
    -Entendo - me viro e começo a sair.
    -Hyerin! O que você vai fazer?
    Olho para ele.
    -Eu vou fazer o que é certo!
    -Hyerin! Volta aqui! - ignoro ele e continuo meu caminho.
    Aquela palhaçada ia acabar por bem ou por mal.

(...)

Pov's Narradora

Um dia antes.
   Joonha e Minna estão em um velho galpão conversando.
   -O quê? - Joonha encara Minna -Você vai culpar Taeyang pelos assassinatos?
    -Eu já estou fazendo isso meu bem - ela sorri -Implantei uma faca com as digitais dele na última cena do crime. É questão de tempo até ele ser preso.
    -Isso não fazia parte do plano...
    -Também não fazia parte do plano sua filha vir na minha casa.
    Ele levanta o olhar.
    -Como assim?
    -Joonha não se faça de desentendido, você devia saber que uma hora ela ia começar a sacar o que acontece aqui! - Minna olha de forma esnobe para ele -E eu te disse que se ela entrasse no meio e atrapalhasse tudo, eu mataria ela.
    -Você não pode! - Joonha levanta irritado.
    -Como se você se importasse!
    -Ela é minha filha Minna!
    Minna caminha até ele e envolve-o num abraço.
    -E eu sua querida amante - ela beija ele.
   Mesmo ainda estando irritado ele não resiste e retribui. Joonha a puxa para mais perto.
   -Viu? - ela sorri quando se afasta.
   -Não ouse tocar um dedo em Hyerin - ele fala.
    -Não se preocupe - Minna sorri.
   Joonha começa a se retirar.
   -Eu só vou dar um presentinho para ela - ela sussurra a última parte, com um sorriso enorme no rosto.



Blood Rose | Yoo TaeyangOnde histórias criam vida. Descubra agora