CAPITULO 5

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De manhã bem cedo, Anastasia partiu de trem para a Cidade do Cabo, deixando para trás sua tia Margaret e David. Alguns minutos antes de chegar ao seu destino, sentia-se ainda tensa e nervosa; tinha vontade de desistir. Nem de longe aquelas férias seriam relaxantes. Olhou, através da janela, a paisagem da montanha próxima à cidade, e o manto de névoa que a cobria, apesar do dia ensolarado, não era novidade. Aquela visão a encorajou. Pensando bem, aquelas férias talvez não fossem tão ruins...

O trem chegou ao seu destino no horário previsto. Um jovem muito educado, que viajava na cabine ao lado, ajudou Anastasia com a bagagem na plataforma. Ela agradeceu e, em seguida, tomou um táxi até Gardens. Lá, hospedou-se em um hotel, num quarto confortável e com uma bela vista da montanha.

Ainda havia tempo para o desjejum, mas Anastasia preferiu tomar um banho e mudar de roupa. Escovou os cabelos até deixá-los brilhantes e começou a maquilar-se levemente, mas, de repente, o impulso de ir até o telefone, ao lado da cama, apoderou-se dela. Deveria ligar para Brenda? Melhor não. Ainda precisava acostumar-se com a idéia de estar de volta. No dia seguinte, então, tentaria um contato com a amiga.

Para aproveitar o tempo, Anastasia resolveu dar um passeio despreocupado pela Government Avenue, onde visitou alguns museus e galerias de arte. Antes de rever o jardim botânico, fez uma ligeira refeição num restaurante ao ar livre. Aquele costumava ser um de seus passatempos favoritos nos seus dias de folga do hospital. Sem querer, o pensamento voltou-se para Christian. Lembrava-se daquele dia em que se divertiram alimentando os pombos e os esquilos, tão felizes como qualquer outro casal de namorados.

Agora só lhe estava a lembrança...

Nos dois últimos anos, Anastasia correspondera-se com Brenda, mas falar com ela, mesmo que por telefone, seria diferente. Ela não poderia escolher as palavras tão cuidadosamente como o fazia nas cartas. Entretanto não poderia ficar na cidade sem visitar a amiga.

Assim, na manhã seguinte, Anastasia tirou o fone do gancho, um tanto hesitante, e discou o número de Brenda. Do outro lado da linha, reconheceu logo sua voz familiar.

― Brenda, é Anastasia ― disse ela, surpreendendo a amiga.

― Anastasia? Onde você esta?

― Estou hospedada num hotel aqui na Cidade do Cabo e gostaria de ir visitá-la esta tarde. Posso?

― Claro! Não vou sair de casa hoje. Estou ansiosa por vê-la.

― Eu também, Brenda. Até mais tarde!

Anastasia desligou o telefone com um leve sorriso nos lábios. Seria ótimo rever Brenda depois de tanto tempo...

Logo após o almoço, apanhou um táxi em direção à Bloubergs, para onde Brenda e Jonathan haviam se mudado logo após o nascimento da filha.

Ao parar na rua onde Brenda morava, Anastasia dispensou o motorista, pedindo-lhe para que fosse buscá-la no final da tarde. O táxi partiu, e Anastasia seguiu a pé até a casa da amiga. Era uma construção moderna, com um belo jardim. Fez soar a campainha e, segundos depois, Brenda veio recebê-la. Estava alegre e bem disposta e, com os cabelos curtos, parecia mais jovem.

― Anastasia! ― exclamou com um largo sorriso. ― Como é bom revê-la! ― E abraçou-a.

― Estou feliz em rever você também, Brenda ― afirmou Anastasia, afastando-se para observar melhor a amiga. ― Você está ótima! E sua casa é muito bonita!

― Alegro-me em saber que estou ― disse Brenda, conduzindo-a até a sala. ― Fique à vontade. Há tanto sobre o que falarmos que nem sei por onde começar.

Dominada por Christian GreyOnde histórias criam vida. Descubra agora