Evelyn acordou e olhou para o teto do quarto, um branco com detalhes em azul claro, as cortinas estavam fechadas e ela já não tinha mais aquela bela pele branca. Tornara-se uma palidez cadavérica e seu sorriso não mais aparecia. Sua vida tornou-se mais monótona, não saia para o extenso jardim da casa e comia no quarto.
Seu maior companheiro agora, o boneco de pano que a ama achara antes de fugir para o navio de Jake e por mais que a irmã demonstrasse que havia mudado de lado, ainda não confiava nela totalmente.
_Ah, Sr. Puppy..._diz ela pegando o amigo de pano, sentada no chão._ Quando isso vai acabar?
_Não se apresse menina, tudo dará certo. Tenha paciência e faça o seu papel.
_Não aguento mais... Isso aqui antes já era um inferno, agora está pior.
Alguém, então, interrompe a conversa com uma batida na porta. Evelyn esconde o Sr. Puppy debaixo da cama e manda entrar. Era Mary com o almoço.
_Pode deixar na mesinha, Mary. Não estou com fome agora.
A ama faz como mandado e fica a observar, depois sai em seguida. Mary fora como uma mãe para ela, talvez a única pessoa que a tratasse como gente, não era de se esperar que Evelyn a trouxesse para a nova casa. Depois de ficar sozinha novamente, ela pega o boneco escondido embaixo da cama.
_Fazer o meu papel? Qual é o meu papel?_ Evelyn pergunta desesperada.
_O seu papel é esperar, Evelyn. Se fugir novamente, trará problemas a Jake.
_Meu pai acha que Jake está morto.
_Seu pai acha, não tem certeza. Se você sumir de novo, ele pode descobrir que Jake ainda está vivo e será um problema ainda maior.
_Queria tanto usar um de seus desejos, mas tenho medo de perdê-lo.
_Saberá usar seus desejos na hora certa milady.
_Tenho certeza que sim, Sr. Puppy.
Ela abraça forte o boneco e senta-se em frente à penteadeira para observar-se. Não sabia o que estava acontecendo no mundo lá fora esperava que Jake respondesse a carta.
Evelyn saiu do quarto, pelo menos dentro de casa podia andar tranquilamente. Ela ainda mostrava ser alguém elegante ao andar, seu olhar era um escudo para não adivinhar o que estava sentido e ao descer as escadas via uma figura branca abanando um leque e sorrindo e cada vez que descia mostrava-se mais a imagem da irmã.
_Vim te avisar que sua carta chegou ao destino_ diz ela quando Evelyn desce as escadas._ e que ele não vem te buscar agora.
_O quê?!_ responde Evelyn andando pela grande sala._ Ele não pode fazer isso! Quanto tempo vou ter que esperar? Para onde ele vai?
_ África.
_O que ele vai fazer na África?!
_Ele não me disse. Acho que nem ele sabe também. Ainda está juntando partes do mapa.
_Outro mapa desaparecido? E ele vai atrás?
_Você tem que ter paciência, estamos todos na mesma situação.
_Não, não está! Você não está presa a um casamento!
_Acha mesmo que Jake vai se importar se está casada ou não? Ele não está dando a mínima para isso.
_Mas vai ser muito mais difícil! Ele não vai sequestrar apenas a Duquesa Jeanville, ele vai sequestrar a princesa do Império Sacro Germânico.
_Agora já chega! Fique aqui até as coisas serem resolvidas e sem reclamar! De todos nós você que está na melhor situação.
Danielle a deixa só ela continuava a abanar-se, mas pensando no que a irmã disse.