Miraculous: Civil War III

Yin & Yang

- Você sabe o definição de bem e mal? – o homem perguntou ao seu aprendiz.

- O bem é o lado dos heróis e o mal é o lado dos vilões. Seria isso? – o jovem encarou o mestre.

- Este é o conceito mais raso e desrespeitoso que querem que você acredite. – disse calmamente, não na tentativa de punir, mas sim instruir o mais jovem – O bem na verdade é o mal e o mal é o bem. A diferença está na perspectiva.

- O que o senhor quer dizer?

- Se você vê uma pessoa empurrando outra, ela é julgada como malvada. Mas se você sabe que a pessoa empurrada estava tentando atacar a outra e foi empurrada por pura defesa. Isso mudaria o seu julgamento sobre a situação?

- Mudaria.

- Pois então, o conceito de bem e mal é frágil e pode facilmente mudar, por isso não devemos segui-lo.

- Mestre, o senhor queria falar com nós? – os dois chefes da guarda entraram no salão e pararam em frente ao homem sentando no trono.

- Sim. Quais são as informações coletadas?

- Os guerreiros retornaram no dia de ontem, foram derrotados pelos Conselho que agora estão com os Miraculous.

- Hum! Então eles despacharam os adolescentes. – o homem coçou a barba - Algum sinal do Miraculous da borboleta e do pavão?

- Nenhum senhor. Apenas o da joaninha e do gato, além dos outros.

- Com todo respeito – o aprendiz começou –, acredito que eles não queiram colocar ambos em jogo, visto que eles sabem o impacto que eles trariam para a guerra.

- Entendi o seu ponto, mas então porque colocar em jogo o da joaninha e do gato, que possuem o poder sobre a vida e a morte? – questionou.

- Talvez achem que eles tragam vantagem. – sugeriu um dos chefes da guarda.

- Essa vantagem também pode ser usada contra eles. – o homem sentado ao trono sorriu – Bom saber disso, muito bom. Eu trarei Zi Hudie à glória novamente e terei o Yin e o Yang sob os meus pés.

***

Marinette caiu no chão, então Adrien estendeu a mão para ajudá-la a levantar. No entanto, a azulada aproveitou para dar uma rasteira nas pernas do loiro, que caiu ao seu lado.

- O preço que eu pago por tentar ser um cavalheiro! – reclamou no chão.

- O preço que você paga por ter me derrubado. – ela sentou e encarou Adrien, que apenas virou de lado ainda no chão e escorou a cabeça na mão.

- Pelo menos agora não é de verdade. – deu uma piscada e um sorriso, fazendo a noiva revirar os olhos e levantar.

- Vamos logo, Agreste. – Adrien riu e ficou de pé também.

- Lindo sobrenome, não acha? Você vai ter ele em breve! – a azulada sorriu.

- Que fofos! – Alya disse enquanto desferia golpes em Nino.

- Vocês estão treinando pesado, hein! – Adrien observou.

- Na verdade... Alya descobriu que eu não leio todos os posts do blog dela. – seu melhor amigo dizia enquanto se defendia. – Então ela tá treinando pra valer... Como podem perceber. – o casal riu.

- Você tem que ler os meus posts, seu idiota! – disse e acertou um chute nas pernas de Nino, que caiu de costas no chão.

- Mas eu leio todos os que você escreve, só não leio o das suas assistentes. – a morena parou antes de dar outro golpe e deu um sorriso.

- Isso é sério?

- Claro! – a garota saltou sobre o namorado e lhe deu um abraço apertado.

- E depois nós somos os fofos! – Adrien revirou os olhos brincando e Marinette riu, enquanto observava a cena.

***

- Então, que cor vai ser o seu vestido de noiva? – Marinette bateu a mão na testa ao ouvir o questionamento de Adrien.

- Você tá falando sério? Que cor são os vestidos de noiva, Adrien?

- Ah é, são brancos! – disse e se jogou na cama.

- Você realmente é filho de um estilista? – debochou, enquanto desenhava em um caderno, sentada próxima à janela.

- Há há há! Não quer dizer que eu vá ser um especialista em moda, você por acaso é especialista em fazer croissants?

- Não, mas eu sei fazer.

- Ok, touché! Admito que perdi essa batalha, mas só essa. – apontou, fazendo a noiva rir – O que você está desenhando aí?

- Não olha! – virou imediatamente – Tem a ver com o casamento e você não pode ver!

- Você sabia que eu vou estar lá, né? Tipo, como noivo. – Marinette revirou os olhos.

- É, eu sei. Mas você não pode ver isso, traz azar.

- Ok, se você diz! – levantou as mãos em sinal de rendimento. A curiosidade faz parte de Adrien e estava tomando conta de si, mas decidiu não insistir se Marinette não quisesse que ele visse – Precisamos acertar os detalhes, falando nisso. Eu sei que não vai ser algo grande, afinal, estamos longe de casa e é mais para casarmos logo. Mas acho que merecia uma pequena comemoração. Não acha, my lady?

- Sim, também acho. Mais tarde vou me encontrar com o Mestre Fu e conversar sobre, o que acha?

- Acho uma ideia ótima! – ficaram em silêncio por alguns segundos – Eu já disse que te amo hoje?

- Hoje não.

- Então eu te amo. Muito. Demais. Mais do que tudo.

- Eu também te amo, muito e mais do que tudo. – Marinette deixou o caderno de lado e andou até a cama, ficando ao lado dele. – E eu ainda não acredito que escolhi passar a minha vida toda ao seu lado. Oficialmente, porque meio já tinha escolhido antes.

- Fico feliz em saber disso, porque penso o mesmo. – ela beijou o noivo. – Você é incrível em todos os sentidos, na verdade, a mulher mais incrível do mundo!

- Assim você me deixa sem graça! – comentou om as bochechas rosadas.

- Impossível você perder a graça.

- Adrien! – Marinette empurrou o loiro, que ficou deitado de barriga para cima – Você adora me deixar com vergonha.

- Eu só falo a verdade, ué. – ele riu.

Os dois ficaram em silêncio e Marinette encarou Adrien profundamente, lembrando mais uma vez que aquele em sua frente seria o seu marido. Obviamente ela não podia estar mais feliz sobre a decisão que tomaram juntos e nem pensaria em voltar atrás.

O jovem Agreste não estava tão diferente da amada. Mal podia acreditar que estaria realizando um dos seus sonhos se casando com Marinette, sua lady, sua princesa, sua Bugaboo. Simplesmente não havia coisa no mundo que pudesse estragar a sua alegria.

- Eu sempre vou te amar. – o loiro disse sério, repentinamente.

- Eu também, Adrien. Sempre vou te amar.

Eles já sabiam, mas foi exatamente naquele momento que tiveram a total certeza de que estavam em total equilíbrio como nunca antes.