Control

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- Preciso que alguém acompanhe os sete até os portões de Qiji. – Haylin conversava com os membros do Conselho enquanto iam até a sala – Quon, você pode fazer isso? – o homem assentiu – Ótimo! Agora eu preciso que... – parou de falar assim que as portas da sala de reunião foram abertas e pode visualizar os setes heróis ali dentro, sentados em algumas das cadeiras e com as roupas tradicionais vermelhas dos guerreiros. – O que fazem aqui? Precisam ir arrumar suas malas e depois Quon os acompanhará até a saída do vilarejo.

- Estamos exatamente onde deveríamos estar. – disse Marinette.

- O que quer dizer com isso? – a azulada estendeu a mão e Chloé colocou nela o livro com os protocolos do Conselho.

Marinette levantou da cadeira e colocou o livro sobre a mesa de frente para Haylin, aberto em uma página específica.

- Por que não mencionaram que somos membros do Conselho?

- Porque não são.

- Por acaso vocês leram o próprio protocolo? – Adrien questionou.

- Vocês não são membros do Conselho a partir do momento que não entregaram seu Miraculous, eles foram retirados. – Jeon explicou.

- De novo, vocês leram o próprio protocolo?

- Nossos Miraculous foram entregues por nós a partir de uma solicitação do Conselho. – Alya explicou – Poderíamos ter escolhido não entregar e aí vocês teriam que retirar. O que não aconteceu.

- Ou seja, nós entregamos sim.

- E fazemos parte do Conselho.

- Logo, podemos participar das tomadas de decisões.

- E da guerra.

- Nunca vi alguém brigando para participar de uma guerra. – Haylin sorriu de lado – De qualquer forma, isso tudo não passa de um mal entendido.

- Da sua parte. Porque estamos completamente cientes dos nossos direitos e deveres. – Marinette falava por toda a equipe. Os seis sabiam que sua líder mais do que ninguém poderia conduzir esta discussão.

- Sinceramente... Vocês não entendem que não têm maturidade o suficiente para lutar nessa guerra? Não estão nem com seus Miraculous!

- Acha que precisamos deles? Você mesma salientou a gravidade dessa guerra. Somos guerreiros com ou sem nossos Miraculous e seremos de grande ajuda para o Conselho! Você não admite, mas sabe que somos bons e vocês vão precisar de toda a ajuda possível! – Marinette mudou o seu tom voz. Agora não queria mais parecer agressiva e sim compreensiva. Sabia o quanto Haylin era cabeça-dura para admitir que precisava ceder, e sabia disso porque ela mesma era assim. Algo em comum entre as Ladybugs.

- Você não acha que estar superestimando demais a sua equipe? – a mais nova riu.

- Não estou superestimando ninguém, estou apenas reconhecendo nosso valor. Por mais que vocês achem nossas atitudes ridículas, passamos por duas guerras e tivemos que lidar com conflitos entre nós ao mesmo tempo que enfrentávamos a maior autoridade de Paris duas vezes. – disse se referindo a terem que enfrentar os prefeitos – Alguns de nós tiveram suas famílias desestruturas em prol do que é certo e você não imagina o quanto isso deve ter doído. – Chloé e Adrien trocaram olhares – Precisávamos lutar mesmo com todo esse peso nas costas e o peso de deixar os cidadãos seguros acima de tudo. Então eu não admito que você diga que eu estou superestimando a minha equipe. Você não faz ideia do que nos fez chegar até aqui.

Os guerreiros ficaram em silêncio. Não podiam negar que a fala de Marinette tinha sido muito esclarecedora e que a garota certamente era uma boa líder para sua equipe.

- Você fala muito bem. – Haylin admitiu – Mas discursos não vencem guerras.

- Teimosia também não. – rebateu. – Então eu vou dizer mais um vez, nos deixe ajudar. Você sabe que precisa da gente. Vocês todos sabem.

- Acho que a grande teimosa aqui é você, que não entende que vocês não irão participar da guerra. E essa é a decisão final.

- Não é, queremos abrir uma nova votação.

- Vocês não podem.

- Podemos sim, fazemos parte do Conselho. – Haylin suspirou pesadamente. Aquilo já estava tomando mais tempo do que deveria.

- Pois bem, vamos abrir uma votação. Estão em minoria de qualquer forma. – sorriu de lado – Chamem o Mestre.

Fu chegou rapidamente a sala, sem nada dizer ou opinar. No fundo ele sabia que a equipe de Marinette era inteligente o suficiente e uma hora ou outra acharia a brecha no livro de protocolos.

- Levantem a mão aqueles que concordam que a equipe de antigos portadores deveria participar da guerra. – Haylin deu início a votação depois de ler as regras da reunião.

Marinette e os seus amigos levantaram a mão rapidamente, fazendo a mulher mais velha dar um sorriso discreto com sete mãos levantadas contra treze abaixadas. No entanto, seu sorriso não durou muito, pois Quon levantou sua mão, seguido de Andy.

- O que... – antes que pudesse falar mais alguma coisa, Chan, Eric e Sun também ergueram as mãos. – Vocês estão loucos?

- A maioria vence, certo? – Adrien questionou com um sorriso ladino.

- Era só o que faltava! – Wong suspirou pesadamente.

- Quando foi que mudaram de lado?

- Não existe lado, estamos todos lutando pela mesma causa. – Chan explicou – Você não vê?

- Deveríamos dar a oportunidade a eles, afinal, são como nós.

- Todo esse tempo eu estive lutando pelo bem do vilarejo! – Haylin estava irritada – Não estamos aqui de brincadeira, estamos aqui porque prezamos a segurança de todos. E vocês acham justo colocar isso na mão de crianças que nem ao menos têm Miraculous? Eles podem morrer por simples orgulho! – os guerreiros que levantaram as mãos trocaram olhares preocupados.

- Ah, por favor! – Marinette cruzou os braços e chamou a atenção de todos para si – O único ego ferido aqui é o seu. Só porque algumas pessoas não concordam com você, isso não significa o fim do mundo – falava por experiência própria após duas guerras civis baseadas na diferenças de ideais – Você só diz essas coisas para tentar manipular eles! – os presentes começaram a conversar entre si sobre seus pontos de vista, fazendo a sala ser preenchida por burburinhos.

- Eu não estou tentando manipular ninguém! Eu estou falando a verdade, vocês estão se colocando na linha de fogo para mostrar que conseguem, mas a guerra não se trata disso!

- Acha que não sabemos? Acha que estamos dispostos a lutar por diversão? A equipe debateu por horas a significado de estar aqui e decidimos juntos que vamos ficar e lutar, custe o que custar.

- Mas vocês não podem...

- Você não controla as pessoas! Não lembra o que aconteceu com o seu marido? – o burburinho cessou e a sala toda ficou em silêncio, alternando olhares entre Haylin e Marinette. 

Miraculous: Civil War IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora