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take 1

Em sua mera opinião, guias e trilhas sonoras eram sempre essenciais.

Adorava fazer listinhas, manuais de como fazer as coisas e acabava então resultando tudo em um grande guia que guardava na mente. Hoseok o nomeou de o Guia Essencial do Adolescente Frustrado, como se viesse do futuro para ajudar a si mesmo para que não pagasse tanto mico. E, céus, como pagava.

Então, juntamente com o pequeno guia que corria por entre as passagens de sua massa cinzenta, fazia uma lista de músicas que se encaixavam no momento e/ou possuíam uma batida boa o suficiente para se encaixar. Adorava músicas estrangeiras e talvez por isso enchia suas playlists com elas. Acaba então imaginando sua vida como um filme, passava a maior parte do seu tempo antes de dormir pensando nisso; mas não era como se estivesse em um filme famoso, típico hollywoodiano, como O Poderoso Chefão ou 10 Coisas Que Eu Odeio Em Você, longe disso. Jung sabia bem que se sua vida fosse um filme, seria tão desconhecido e ruim que nem mesmo sua própria mãe assistiria.

Em compensação, seu melhor amigo, estaria em algo no mínimo médio. Jeongguk teria para si um filme bom o suficiente para adolescentes. Seria engraçado e invejável, onde todo mundo queria ser o protagonista. Jeon sempre era rodeado de amigos e pessoas que simplesmente gostavam de sua companhia, o arrastando para festas e lugares, como se a opinião do mesmo valesse ouro. E, apesar de tudo, Hoseok concordava plenamente com isso, afinal, seu amigo era tão excêntrico que imaginava de qual mundo fictício e maravilhoso ele havia saído.

Falando nele, formou um bico nos lábios, lembrando-se do motivo pelo qual estava esfregando o dedo em sua mesa digitalizadora com raiva, fazendo riscos aparecerem na tela de seu computador. Estava bravo, como uma criança quando a mandam dormir e ela só quer brincar. Quer dizer, estava irritado porque misturava Jeongguk com seus pensamentos bizarros e se lembrava assim de que não o via já haviam 3 dias. Não, não era apaixonado pelo rapaz, longe disso. Só sentia falta da presença alheia sendo que moravam colados um na casa do outro, literalmente.

— O infeliz só precisa atravessar a cerca e nem assim ele vem me visitar. — reclamou, sozinho.

Mas o que Hoseok não admitia era que mesmo com saudades do amigo, não fora atrás dele. Como o próprio havia dito, era apenas necessário pular a cerca, o que na realidade era mais impossível do que parecia. Mas... Hoseok não acreditava merecer ver o melhor amigo, por assim dizer. Seu complexo de inferioridade gritava às vezes, o fazendo pensar que Jeongguk só o aguentava por pura pena.

Porém, precisava apenas dar a volta na quadra, o que não era grande coisa. Jeon morava na casa da rua de trás que – de forma engraçada – era logo a que ficava colada na sua. Se encontravam muito, uma vez que entravam no quarto um do outro pelas janelas. Subir em telhados e quase quebrar as pernas às vezes não parecia valer a pena para o Jung, mas precisava ver o amigo assim que possível.

Então lá estava ele, subindo no telhado de sua própria casa para passar da superfície amarronzada para a avermelhada, tomando cuidando para não quebrar nada como da última vez que ele e o Jeon resolveram assistir o céu de madrugada. Agradecia sempre à mãe do amigo por ter decorado a parede ao lado da janela com uma espécie de escada com plantas cobrindo-a. Ajudava a entrar pela janela e não quebrar nenhuma parte do corpo.

— Minha mãe acha que tem algum animal estragando as plantas da decoração da parede. — apontou para o caminho por onde Hoseok desceu. — Deveria avisar que é o neném Hobi quem faz?

Encarou o amigo, mostrando a língua. Jeongguk tinha era ciúmes da relação de seu melhor amigo com a própria mãe.

— Shhh, odeio quando me chama assim. Só ela pode. — piscou para seu dongsaeng, jogando-se na cama ali presente e esticando os braços para cima.