Gênese: Entre o céu e o inferno

Capitulo 3

- Está à noite, mas não sei que horas são. A escuridão engloba a floresta a qual eu estou, mas, não tenho medo. Receio talvez, medo não. O caminho tortuoso me leva um terreno, cercado por muro de tijolos vermelhos, diante a um portão de grades pintadas de preto.

- E o que você esta fazendo ali?

- Eu ainda não sei.

- Certo, continue.

- O portão abre ao meu toque, e me vejo em um jardim. O caminho o qual sigo e cercado por rosas. Do lado direito, o solo parece podre, porem dele, nascem rosas brancas lindas, manchadas em suas pétalas de vermelho. Quando me aproximo percebo as manchas na verdade são gotas de sangue. Me assusto e sigo em frente, ao lado esquerdo as rosas são negras, são lindas, as pétalas lembram veludo, mas no momento que penso em toca-las, escuto uma voz que diz: “Não toque! São venenosas.”

- Interessante. Você sabe me dizer de quem seria essa voz?

- Acredito que seja dele... O dono do jardim.

- E você sabe me dizer quem é ele?

- Estou chegando lá.

- Ok, prossiga.

- Então sigo o caminho que leva ao centro do jardim, onde se encontra uma fonte com uma estatua do que parece ser um casal, mas é estranho.

- Por quê?

- Esse casal é um anjo e uma espécie de demônio do sexo feminino. Não sei bem dizer. Vou indo em frente quando chego diante de uma espécie de palácio. Quando chego mais perto, eu o vejo sentado nas escadas que estão diante das portas do palácio. Ele levanta os olhos e sorri pra mim. É idêntico ao rapaz do outro sonho, porém têm algumas poucas diferenças, o cabelo e mais comprido com toques um pouco vermelhos. O sorriso é mais nítido, da à impressão de já estar me esperando ali. Mas o mais impressionante são os olhos de cor vermelha. Do olho esquerdo desse uma mancha avermelhada, semelhante a uma lagrima. Então...

- Você se apaixona por ele correto?

- Não doutor. Eu não posso me apaixonar por ele.

- Por quê?

- Por que já o amo. Não entendo isso, mas tenho certeza que o amo, que o conheço.

- Isso é impossível Michaella. É só um sonho. Ele não existe.

- Eu sei disso, porém agora e diferente. Nos sonhos anteriores, eu apenas me apaixonava, sabia que ele não existia, que não o conhecia, que não o tinha visto. Porém algo mudou. Tenho certeza que o conheço que já o vi, que o amo. E algo que nunca senti entende. Não consigo explicar.

- Eu entendo Michaella. Vamos falar de outra coisa. Se lembra de algo que aconteceu no dia do acidente?

- Infelizmente não.

- Me conte o que aconteceu naquele dia.

- Não me lembro de quase nada. So lembro de estar no carro com meu pai, ele estava me levando em algum lugar, talvez pra conhecer alguém, não tenho certeza plena. Sei que era uma data festiva, era meu aniversario de dez anos. Ele virou o rosto para o banco de trás e me disse algo, que não me lembro, de repente vi um vulto e mais nada. Depois disso só me lembro de acordar no hospital alguns dias depois e receber a noticia que ele tinha morrido.

- Tem certeza Michaella?

- Sim. Absoluta.

Após o meu relato ele decide que posso ir embora afinal minha aula começa em breve e ao chegar na recepção, vejo Jéssica sentada lendo um jornal.