Capitulo 9

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Acabei chegando tarde à escola. Me atrasei bastante no psicólogo, acabamos conversando sobre meus planos e ideias, os acontecimentos a semana entre outras coisas, porém não falei do que aconteceu na boate.

Já estava fazendo tratamento se eu falasse do incidente ai sim ele me internaria como louca. Na verdade eu estava ansiosa para chegar ao colégio. Queria muito conversar com o Nero. Queria que ele me contasse a verdade, pois desde o dia em que ele apareceu na minha vida, coisas estranhas temam em acontecer. Era muito estranho ele aparecendo do nada (e me salvando) ou apenas me mandando mensagens e áudios pelo celular com sabe-se lá quais intenções.

As quais meu coração pedia que fosse de me conquistar. Coisa que de alguma forma conseguiu. Mas também tinha que assumir, sentia falta dele. Queria vê-lo. Mais do que tirar satisfações meu coração sentia sua falta.

Ao chegar a escola senti algo diferente. Uma sensação estranha. Algo estava fora do lugar. Mas não tinha certeza do que era. Os primeiros horários transcorreram tranquilamente, mas meu coração estava apertado. Havia uma ausência no ar, me sentia apreensiva.

- O que foi Mihh?  Perguntou Jessica  Você parece estranha.

- Não sei. Estou sentindo um aperto no coração.

- Calma. Vai ficar tudo bem. É a ultima aula. Chegando em casa tomaremos um chá.

A ultima aula era de historia esperava que o Nero fosse aparecer. Porém a aula transcorreu até o final e ele não estava ali. Nem ao menos apareceu como sempre fazia. Algo estava errado.

- Jessica. Você viu o Nero hoje?

- Não! Ele está doente. A irmã dele avisou hoje na primeira aula. Mas não disse o que ele tinha.

- Então é isso.

- O que Mihh?

- Nada Jessica. Só pensei alto.

Fui pra casa preocupada. Essa doença dele me deixava incomodada, era algo que não fazia muito sentido. Tentei entrar em contato através do aplicativo de mensagens do celular. Mas nunca recebia resposta.

Fui à igreja na esperança que isso fosse apenas uma desculpa para que ele faltasse à aula. Mas não era. Ele não estava ali.

Passaram-se dois dias, mas não havia respostas as minhas mensagens, na escola ele não ia, minha preocupação começou a aumentar. Eu não conseguia dormir. Meu peito ficava cada vez mais apertado. Então veio o sonho.

Nele eu estava deitada em minha cama, o quarto estava mais escuro do que de costume. A janela aberta deixava entrar o ar frio. Tudo parecia estar em seu perfeito lugar, mas eu ouvi vozes. Duas vozes distintas, um homem e uma mulher. Eu não podia vê-los, mas ouvia poucas palavras do que diziam. Sussurravam para que eu não pudesse ouvir. Eram coisas como não sei se podemos confiar nela ou forma verdadeira. Sei apenas que a vozes eram profundas e pareciam preocupadas.

Após a discussão pelo que parece chegaram a conclusão que eu era confiável, pois aparecerem em minha frente. Meu corpo não podia se mover diante aquela visão, ou será que não era do desejo deles?

De forma ou de outra estava paralisada em minha cama. O primeiro a aparecer foi um homem. Ele era alto com cabelo negro cortado bem curto e olhos castanhos claros. Tinha um belo sorriso e suas roupas eram iguais as dos soldados romanos dos livros. Tinha um porte altivo e uma expressão de paciência e amabilidade. Seus olhos me eram familiares como se já os tivesse visto antes. Ao seu lado em meu campo de visão apareceu uma mulher. Linda, absolutamente linda. Poderia até mesmo dizer que era perfeita se a palavra perfeição não fosse um insulto a uma mulher tão maravilhosa. Tinha cabelos longos que chegava ao meio das costas, tinha um tom negro que ia ficando avermelhado em alguns pontos. Seus olhos negros eram desconfiados e sua expressão deixava clara que fazia algo contra a sua vontade. O sorriso desafiador parecia divertido, como um gato que tem um camundongo em suas garras e se diverte antes de comer. Seria eu o camundongo?

Gênese: Entre o céu e o infernoOnde histórias criam vida. Descubra agora