capítulo 11

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Para além das Grades

Capítulo 11

Parece que eu nunca vou sair daqui, estou nessa cela, sozinha, há dias. Não estou tomando banho de sol, comendo só xepa. Acho que perdi mais ou menos uns 5 quilos. É a primeira vez que fico no castigo, sempre dei o meu máximo para ficar na minha e não ser incomodada por ninguém, só que é impossível se manter firme nessas situações. Desde que o Caio chegou aqui vi o tanto que a Adriely se mordeu de raiva porque rolou um clima entre nós, mas eu não esperava tanta patifaria por causa de um homem. Meu pior erro até agora aqui dentro foi ter perdido a cabeça e batido naquela alma sebosa.

Hoje é dia de visita, daqui da cela posso ouvir as vozes dos visitantes e o Caio a essa altura já deve está sabendo de tudo que aconteceu comigo. Poxa, eu me sinto muito culpada por não poder estar com ele nessa visita, há muito tempo que eu não sabia o que era me sentir bem, amada e principalmente ansiosa para a próxima visita e agora eu estraguei tudo...

Caio

A visita estava quase no fim quando vi a Adriely sorrindo e me dando um tchau, me levantei e caminhei até ela.

- Meu filho, você vai falar com essa guria??

- Eu vou resolver o problema dela, mãe.

Continuei caminhando até o fundo do pátio e ela sorria cada vez mais.

- Adriely, eu tenho só uma coisa pra te falar. É melhor para você ficar bem longe da minha mulher e, principalmente, de mim! Certo?

- Tu...tudo bem! – Respondeu gaguejando.

Virei as costas e voltei para o banco onde estava, logo avisaram que a visita estava no fim. Me despedi da minha mãe e segui para a saída, assim que sai no portão vi a Cristina conversando com a visitante da Adriely, se não me engano é a mãe dela. Elas notaram a minha presença e a mulher já foi saindo enquanto a Cristina vinha ao meu encontro.

- quer dizer que agora você virou marmita de cadeia seu filho da Puta?

- Vamos conversar em casa, Cristina! – falei saindo de perto dela e subindo a ladeira para pegar meu carro.

Ela não se deu por vencida e veio pra cima de mim, tentei segura-la, mas ela foi mais rápida grudando na minha camiseta e arranhando meu rosto, nisto muitas visitas estavam vendo a situação.

- para com esse show, Cristina!

- Paro merda nenhuma, seu filho da puta.

Ela veio novamente pra cima de mim e dessa vez consegui segura-la.

- Eu falei que vamos conversar em casa!

A soltei no chão e fui correndo para o carro, meu coração batia descompassado e a única certeza que eu tinha era que quando a Yasmim sair do castigo ia saber dessa briga que rolou lá fora.

Entrei no carro apressado enquanto a maluca corria atrás de mim gritando igual uma louca. Segui feito louco para o Plano Piloto, mas não fui para a minha casa, resolvi pensar na minha vida e fui direto para um hotel. A Cristina não parava de me ligar, desliguei meu celular e fui dormir.

Acordei no dia seguinte decidido a tirar essa mulher de vez da minha vida, cheguei em casa e as luzes estavam todas acesas e logo ouvi os passos dela pelo apartamento.

- Voltou, marmita??

- Por que você fez aquele show todo?

- Você ainda me pergunta seu cafajeste??

- Você sabe que não tenho sentimentos por você, Cristina. Que se ainda estou aqui foi por fraqueza.

- Fraqueza de quê, seu merda??

- Fraqueza de ceder aos seus caprichos, de cair na sua chantegem emocional. Eu não amo você há anos, Cristina, e você sabe muito bem disso. Eu só te peço que me deixe em paz!

- Te deixar em paz? O que você está querendo dizer com isso?

- Acabou!

- Ah, não acabou não!

- Eu não quero mais. Se você realmente quer me ver feliz, sai da minha vida pelo amor de Deus!

- Você não vai ficar com aquela bandidinha fedorenta! Quer virar mesmo marido de presa?

- Não fala assim da Yasmin! – gritei passando por ela direto para o quarto e tranquei a porta, peguei uma mala e comecei a jogar minha roupa dentro, enquanto ela gritava do lado de fora- Acabou de vez, Cristina me deixa em paz!

Abri a porta do quarto e ela veio pra cima de mim, a empurrei muito forte sem perceber, que caiu por cima de uma cadeira e se estatelou no chão. Aproveitei o momento e sai correndo porta afora com a minha mala, cheguei no estacionamento e logo a vi correndo com uma faca na mão. Entrei no carro e ela entrou na frente, dei ré e sai pelo outro corredor cantando pneus. Assim que peguei o eixinho meu celular tocou, fui olhar era o Dr. Noberto.

-Caio, acabei de receber a notícia que o alvará da Yasmin saiu!!

Continua...

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