capítulo 24

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Para Além das Grades.

Capítulo 24

Inventei para a Yasmin noite passada que precisava ir até Goiânia fechar com um cliente e saí de casa as 5 da manhã. As internas do semi aberto saem bem cedo e eu queria a todo custo saber todos os passos da Adrely.

Cheguei bem cedo e não demorou muito para as internas começarem a sair. De longe consegui reconhece-la.
Ela estava com outras mulheres subindo para a parada de ônibus. A segui até o seu destino, e a vi entrando em um órgão público do judiciário no Plano Piloto. Fiz questão de passar o dia todo lá de campana e as 5 da tarde ela saiu destino a Rodoviária e pegou o ônibus de volta para o Gama. Novamente a segui até e não vi nada de suspeito.

Voltei para casa como se nada tivesse acontecido. Cheguei em casa e não tinha ninguém em casa, comecei a me desesperar. Peguei o celular e liguei para a Yasmin.

- Amor, Cadê você?
- Estou aqui na piscina do prédio.
- ufa! Cheguei aqui e não vi vocês, levei um baita de um susto.
- Está tudo bem! Já vou descer pra casa.
Com todos aqueles acontecimentos, qualquer coisa era motivo de preocupação.

- Caio, você demorou. Como foi a viagem?
- Foi legal! Cadê a Yara? - perguntei querendo mudar de assunto.
- Ela saiu com umas amigas do Colégio.  Estou te achando estranho..
- Por que?
- Sei não, mas você está estranho.

Nunca fui muito bom com mentiras e resolvi falar o que houve

- por que você estava escondendo tudo isso?
- Eu não queria te preocupar.
- engraçado, estou ameaçada de morte, uma louca coloca um detetive na minha cola, você sai de madrugada pra seguir uma presa e não queria me preocupar?
- Desculpa, amor.
- Desculpa nada! Desde quando você entrou na minha vida só me trouxe problemas.
- Você acha isso?
- To errada? Não é achismo são fatos!
- eu não tenho culpa disso não, Yasmin.
- me deixa um pouco sozinha, preciso descansar.

Meu mundo estava desabando com tantos problemas, esse momento deveria ser de alegria com a chegada do nosso filho e não de medo e tensão.

Saí um pouco para espairecer até a Yasmin se acalmar. Entrei no carro e fui até o TaguaPark, me lembrei do primeiro dia da Yasmin na rua, caminhamos por um bom tempo e sorrimos bastante. Eu não entendo como tudo pode ter dado errado desse jeito, não consigo pensar em uma forma de resolver tudo isso. Nada estava me agradando, sentei em um barzinho pra beber algo, mas não consegui curti nada ali, meu pensamento era só de raiva, ódio e tristeza.
Olhei no relógio e já era 23 h, paguei a conta e peguei a br 070 na volta pra casa. Assim que passei pela entrada da flona, percebi que um carro me seguia, acelerei, o carro continuou atrás quase encostando na traseira do meu carro. Olhei pelo retrovisor e vi uma mão com uma arma em punho, meu coração bateu desenfreado e continuei a fugir.
Segui pela br e já estava quase passando pela Ceilândia quando o primeiro tiro acertou o vidro do meu carro, lembrei que o carro que eu estava não tinha blindagem e ouvi mais tiros, de repente senti uma pancada na cabeça e vi o mundo escurecer totalmente

Continua..

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