Para Além das Grades

Capítulo 23

Para Além da Grades

Capítulo 23

O medo me consumia a cada dia. Nunca na minha vida me senti assim, pensei em várias formas de ir atrás dessa mulher, e não consegui articular nada do que quis. Agora tenho uma criança para cuidar e proteger e todos os meus passos sempre são dados pensando no meu filho e no nosso futuro.
Aquele medo estava prejudicando todos os meus planos, não pude entrar na faculdade aquele semestre, mal ia até a loja e nós vivíamos andando assustados e encurralados.
Certa vez, eu era muito pequena e presenciei minha mãe discutindo com uma irmã do meu progenitor e fiquei chorando sem entender nada e naquele dia ela me falou que a pior covardia é o ser humano traiçoeiro.  Hoje posso entender bem esse termo " traiçoeiro". Estava sozinha em casa e não vi a Yara chegar.
- Oi, yaya.
Eu levei um susto tão grande que dei um grito muito alto.
- oh, minha irmã me perdoa pelo susto, eu não vi que estava distraída.

- Tudo bem, Yara. Eu não ando bem com tudo que está acontecendo.
- Não fica assim, minha irmã. Isso vai passar e você vai se livrar de todo esse problema
- Eu queria ir atrás dela e matar aquela desgraçada com as minhas próprias mãos.
- Eu posso ver isso nos seus olhos, Yaya. E sei que não vai fazer isso por causa do nosso bebezinho. E falar no bebê, você o Caio não vão querer saber o sexo?

- nos vamos esperar pra quando nascer. Queremos uma bela surpresa.
- E terão!
- obrigada por ser tão companheira minha amorinha.
- Eu dou a minha vida por você, irmã. Tudo que sou hoje é graças a você. Não falo por questão de dinheiro, mas sim por todo a proteçÃo o amor de irmã que mais parece amor de mãe.

- eu te amo, Yara.

Estava tão sensível que comecei a chorar.

- Não quero te ver chorando.
- obrigada por ser a minha caçulinha.

Ficamos conversando um tempão no quarto e logo o Caio chegou. Ele tinha ido para a visita.

- Como a minha família linda esta? - perguntou passando a mão na minha barriga

- Estamos bem, amor. Como foi a visita?
- Foi tudo bem! Minha mãe está confiante que vai sair ainda esse ano.
- Amém! - reforcei.
- ela me falou que a Adriely saiu para o semi aberto.

Quando ele me falou isso tive um pressentimento muito ruim

Me lembro de uma conversa que a Cristina estava conversando com a mãe dela lá fora na época que eu estava presa.

- Caio, agora temos que redobrar a nossa atenção, você sabe que eu tenho treta com aquele perrequera.
- Eu não havia pensando nisso, amor. - Falou preocupado.

*****

Caio

A vida da minha família estava de mal a pior. Parecia que estávamos andando em círculos. Há algumas semanas atrás descobri que a Cristina havia contratado um detetive particular, e um amigo próximo a ela, preocupado com o seu estado emocional me falou tudo e ainda me passou o contato do detetive. Não quis comentar nada com a Yasmin para não assusta-lá. Fui até a família da Cristina e conversei com seus pais, e ainda bem que eles estavam cientes do comportamento da filha. Eles estavam me ajudando incansavelmente, mas ela sumiu sem deixar rastros.
Eu me sinto horrível por colocar a minha família nessa situação, por vezes fui em lugares que ela gostava de frequentar e nenhum um sinal.
Agora tem mais essa, a outra vagabunda saiu da cadeia, não tinha parado para pensar em uma parceria entre as duas, mas do jeito que a Cristina é, tudo é possível.

- Amor, eu vou tomar um banho e depois poderíamos ir ao cinema, o que acha?

- Acho que não é uma boa ideia. Hoje, recebi uma ligação da Cristina.
- O que?

Ela me falou o conteúdo da ligação e pude sentir o ódio corroer minhas veias.

Continua..