- Pra jaula, gato imundo! – Disse um dos guardas da Patrulha da Noite, empurrando Tursum para dentro da cela que ficava em um dos andares mais altos da torre da Fortaleza Escura. O lugar como um todo fedia a sangue, urina e carne podre; além de não possuir nenhuma forma de luz dentro das celas, para que os prisioneiros ficassem numa escuridão eterna.
Tursum estava fraco, e nem conseguiu revidar o empurrão. Ele caiu para dentro da cela e ouviu a porta metálica se fechando atrás dele, com o cadeado sendo trancado. - Não!!! – Gritou.
- Espero que tenha uma boa estádia em sua nova casa. Mas não se preocupe, você vai passar pouco tempo aqui, hahaha! – Disse o carcereiro, que possuía as chaves de todas as celas.
- Do que você tá falando!? – Tursum disse preocupado.
- Edvar não vê a hora de te matar, e dar seus restos para que os outros presos comam. – Respondeu o carcereiro, sorrindo. O mesmo cuspiu no chão e depois saiu da presença de Tursum, para poder vigiar as outras celas da torre.
"Não é possível! Droga! O que vai acontecer comigo!?" O felino estava com vários pensamentos desesperados, pois lá no fundo de sua memória ele se lembrou dos métodos que Edvar usava para matar seus inimigos. Ele fazia aquilo de forma bem lenta, para que o sujeito sentisse cada segundo da dor e da agonia, era prazeroso para o lorde realizar aqueles atos.
Ele estava sem sua armadura e armas, tudo havia sido tirado dele, mas haviam coisas que não podiam ser tiradas de Tursum, seu instinto animal. Assim como outros felinos, o mesmo sabia muito bem como usar seus dentes, garras e conhecia cada uma das formas de encurralar um inimigo, além disso, ele tinha o incrível dom de conversar com qualquer animal. E se quisesse sair daquele lugar com vida, teria de ser inteligente para usar seus conhecimentos.
O mesmo olhou para os lados e observou atentamente a um pequeno buraco na parede que cheirava a ratos sujos. "Um leão dependendo de roedores. Nakil iria rir dessa situação"
Tursum se aproximou daquele buraco e começou a sussurrar para que os ratos pudessem lhe escutar. - Saiam do buraco, tenho um trabalho para vocês. – Disse colocando ênfase nas palavras em que ele dava ordens. Para que sua magia funcionasse, ele precisava da atenção dos animais.
Três camundongos cinza-escuros saíram daquela falha na parede, era a casa dos mesmo, usada para se esconderem, guardar comida e caminhar entre uma cela ou outra da Fortaleza Escura. Eles olharam atentos para Tursum, a magia de falar com animais fazia com que eles entendessem o felino, e podiam obedecer ordens simples como correr, atacar, morder, etc. Haviam cordas que prendiam as patas humanoides dele, então as estendeu em direção aos ratos.
- Partam essas cordas, depois retornem para sua casa. – Ele sussurrou aos camundongos.
O felino podia pedir também para que os ratos pegassem as chaves de sua cela, mas seria inútil, pois era impossível sair daquele lugar sem ser visto pelos guardas. Aquela torre era cercada por vários vigias da Patrulha da Noite, já que ficava dentro da sede da facção. Além disso, o local possuía a maior segurança de toda cidade, já que era onde os alvos de Edvar ficavam presos.
Assim que os roedores partiram as cordas com seus dentes, retornaram para sua toca como Tursum havia solicitado. O mesmo notou que por sorte as algemas que prendiam seus pés haviam se partido em algum momento, provavelmente na estrada, pois havia sido arrastado durante todo o caminho e seria fácil que aquelas correntes enferrujadas quebrassem.
"Parece que tive um pouco de sorte." Pensou consigo mesmo, ao notar as correntes quebradas.
"Agora basta esperar pelo momento certo, quando Edvar vir me buscar. Preciso fazer com que ele se renda, para que eu vá embora desse lugar e encontre Nakil... minha melhor chance de fazê-lo se render será ter Soturnia em minhas mãos, ele faz tudo por aquela ave." Pensou.
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ENOS - O Filho da Alvorada - O Despertar das Sombras
FantasyTodos no vilarejo morreram e os outros que não estão lá desapareceram, tentaram sequestrá-lo mas não conseguiram, agora é o momento dele descobrir quem realmente é. Mas antes, para sobreviver, o garoto terá de encontrar uma forma de escapar com vida...