Capítulo 5

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Ayla


Quando me sento no banco do passageiro, Damien me encara surpreso.

— Não vou dirigir o seu carro, Ayla, só o trouxe até aqui para que não precisasse andar tanto com esses saltos.

— Qual o problema em você dirigir? — questiono ao perceber que ele parece mesmo contrariado com este pequeno fato. Encolhendo os ombros, esclarece:

— Você é a cliente, o poder desta noite está todo em suas mãos. Você quem conduz. Você quem está pagando para que eu atenda aos seus desejos. — As palavras finais saem baixas e elas me incomodam. Pela primeira vez desde que aceitei este encontro não me parece certo pagar por ele, tendo em vista o quanto me diverti até agora.

— Podemos trocar se quiser, mas quero deixar claro que não me incomoda você dirigir, não te vejo como alguém que estou apenas pagando para sair comigo. — Quando suas palavras se repetem na minha mente, uma pontada de dor me faz encolher ao perceber o que ele realmente quis dizer com elas: eu sou só mais uma.

No que diabos eu estava pensando quando me deixei levar por todo aquele papo bacana dele? Aquele sempre foi o seu papel: me divertir, se passar por meu namorado e fazer por merecer o dinheiro que receberá no final da noite. Passei tanto tempo negligenciando minha parte mulher que acabei ficando encantada por um garoto de programa, esquecendo totalmente que cada gesto de carinho nada mais era que ele fazendo a porcaria do seu trabalho.

Irritada, mais comigo mesma do que com qualquer outra coisa, decido fazer valer a pena cada centavo que lhe entregarei quando esta noite terminar.

— O meu desejo é que dirija o meu carro e nos leve para o Royal.

— Ayla...

— Estou te pagando para isso, Damien, não me faça arrepender por tê-lo escolhido dentre tantas outras opções que eu tinha no aplicativo. — Balançando a cabeça em negação, ele arranca com o carro.

Babaca filho da puta.

Nenhum de nós fala mais nada enquanto ele nos leva para o hotel. Pego meu celular dentro da bolsa e por nervosismo começo a checar o meu e-mail. Não consigo conter uma risada quando vejo um de Júlia, enviado há uma hora atrás:

Saia do celular, sua vaca. Tem um homem delicioso ao seu lado, que aposto, está doido para entrar na sua calcinha. Então largue essa porcaria e vai transar!

Não respondo e quando levanto a cabeça, vejo que Damien está me encarando. O ignoro e continuo olhando os e-mails até que ele estacione na garagem subterrânea do hotel. Quando seguimos para o elevador, ele se recosta contra a parede metálica e me puxa para o seu peito, não me afasto, pelo contrário, me apoio contra ele. Sua cabeça procura abrigo no meu pescoço e a boca não tarda em se abrir ali, beijando e provocando. Acabo gemendo ao toque da sua língua.

Minha raiva esmorecendo. Sendo totalmente substituída pelo tesão.

O elevador para na recepção e descemos, ele ainda mantendo-me entre seus braços. Com pressa, ofereço a minha identificação e recebo o cartão chave do quarto, ouço a risadinha de Damien quando praticamente corro de volta para o elevador.

Ainda sem dizer uma palavra sequer, seus olhos encontram os meus, um brilho predador dominando as suas íris esverdeadas e aumentando meu desejo. Com dois passos largos seu corpo me prensa contra o elevador e a boca amassa a minha com fúria. Sua língua entra bruta em contato com a minha, as mãos seguram a minha bunda, deixando-me bem colada na maciça ereção que se esfrega em meu ventre. Chegando no nosso andar, Damien impulsiona meu corpo para cima e enrolo as pernas em seu quadril.

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