Capítulo 3

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Ayla


Na quinta-feira eu estou uma pilha de nervos. Tivemos problemas com dois fornecedores o que desencadeou no cancelamento de nove contratos, já que não recebemos os computadores que precisávamos para que os nossos técnicos pudessem trabalhar. Minha cabeça parece prestes a explodir e eu ainda tenho um jantar com a família Barnes.

Eu odeio a Júlia neste momento.

Ao menos ela tem feito um trabalho incrível administrando a minha agenda. Não se meteu mais nos meus assuntos particulares, além é claro de uma indireta aqui e outra ali que preciso de sexo, mas nada além, o que tem sido um alívio, não sei se suportaria alguma situação como a de segunda, ainda mais hoje.

— Eu separei as fichas dos candidatos ao estágio para que você possa analisar, Lally, as entrevistas estão marcadas para segunda. — Massageio a testa, minha cabeça latejando insistentemente. — Quer que eu ligue para o senhor Barnes e cancele o jantar? Estou me sentindo um lixo por ter armado isso para você.

Suspiro. A encaro e vejo que seu semblante realmente demonstra arrependimento.

Droga.

— Não, tudo bem eu mesma cuido disso. — Ela se aproxima e deixa a minha agenda sobre a mesa antes de caminhar até o frigobar e pegar de lá duas garrafinhas de iogurte de morango.

— Sério, deixa que eu faço, assumo que te devo essa. — Abre uma das garrafinhas e me estende, sentando-se na beirada da mesa. — Você não está nada bem hoje, sei que foi um grande dia de merda e não quero me sentir ainda pior sabendo que eu podia muito aliviar essa encrenca na qual eu mesma te meti. — Sorrio para ela e bebo um gole do iogurte, percebendo só neste momento que não como nada desde uma barrinha de cereal na hora do almoço.

Já são quase sete da noite.

— Estou com uma crise de enxaqueca a caminho, não foi mesmo um dia fácil. — Encosto a garrafa gelada na testa e suspiro com o contato bem-vindo. Fecho os olhos, sentindo a pressão na cabeça aumentar.

— Vá para casa e descanse, deixa que eu cuido do velho. E pode ficar tranquila que vou dar um jeito de ele desistir de um retorno. — Júlia fica de pé e ajeita a minha mesa, desliga meu notebook e me incentiva a partir o quanto antes, estendendo a minha bolsa.

— Obrigada, Jú.

— Não me agradeça, apenas fique bem. — Lhe dou um beijo na testa e saio.

No percurso até em casa dirijo no automático, quase nem prestando atenção corretamente ao trânsito. Meus olhos se negam a ficarem abertos e uma pressão na nuca tem me deixado aflita. Odeio crises de enxaqueca.

Tomo um relaxante e escaldante banho de banheira e preparo um chá, que bebo com gosto, junto com dois comprimidos para dor antes de me deitar. Graças aos céus os remédios não tardam a fazer efeito e logo apago.

*

Acordo sentindo a cabeça mais leve e isso me faz soltar um longo suspiro de alívio. Sento-me na cama e vejo em meu celular que são três da madrugada. Há duas mensagens da Jú, uma diz que o jantar foi cancelado com sucesso e a outra é de apenas alguns minutos atrás, perguntando se eu tinha melhorado. Respondo a essa última dizendo que estou melhor e sigo para a cozinha morta de fome.

Preparo um lanche com presunto, queijo e mostarda e me sirvo um copo de suco de maracujá. Na primeira mordida fecho os olhos apreciando o picante da mostarda. Céus, eu estava mesmo precisando de comida!

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