Ayla
Controle-se e pare de checar esse maldito celular!
Repreendo-me quando encaro o aparelho pela centésima vez. Eu não devia tê-lo procurado novamente. Mas, minha nossa, a noite tinha sido tão incrível que a única coisa na qual consegui pensar desde o momento em que o deixei pasmo naquele quarto de hotel, era em vê-lo de novo. Era ter aquele bendito segundo round que eu mesma me neguei.
Foram dois dias de rememoração e juro que ainda consigo sentir cada pequeno toque que ele tinha me proporcionado. Quão louco isso é?
— Você tem reunião em alguns minutos com os investidores e logo depois será a entrevista para os estágios. — Júlia entra na sala já ditando os meus primeiros compromissos.
— Droga, esqueci das entrevistas, tem como reagendar para a tarde? — Seus olhos se estreitam. — Eu esqueci que hoje é a consulta do papai com o cardiologista. Será as dez.
— Certo, vou ver o que posso fazer. Você nunca esquece um compromisso, Lally, ainda mais um tão importante quanto uma consulta do tio.
— Eu não esqueci da consulta, só não tinha me tocado de que as entrevistas eram na parte da manhã. — Nem são oito horas ainda e já sinto que o dia será longo.
— Ayla. — Chama, já que eu estava mais uma vez olhando o celular. — Estou ficando verdadeiramente preocupada com você. Sua vida tem sido só correria atrás de correria e você anda tendo dores de cabeça constantes. Vou falar com o papai e ver o que ele acha de assumir a empresa por uns dias e você tirar férias.
— Não precisa, Jú, eu estou bem de verdade. Pedi um segundo encontro com o Damien. — Jogo para que ela se concentre em algo que não seja me mandar trabalhar menos. Funciona.
— 'Tá de brincadeira comigo! — Rio de seu entusiasmo. — Para quando? Por favor, me diz que fechou com o final feliz?
— Queria que fosse hoje, mas até agora não tive retorno. E sim, pacote completo. — Seus olhos dobram de tamanho.
— Você é mesmo uma vaca sortuda. 'Tô mega feliz por te ver saindo e se preocupando mais consigo mesma. Mas saiba que ainda vou ficar no seu pé, mocinha. — Dispenso seu comentário com um mostrar de língua, mas sua fala me lembra...
— Jú, por que você não se muda lá para casa? Passamos muito tempo juntas de qualquer forma e você mal tem ido para a casa dos seus pais nos últimos dias. Topa ser a minha amiga de quarto?
O grito que ela solta tenho certeza que até as pessoas no saguão do prédio ouviram. Isso porque estamos no décimo quinto andar. No minuto seguinte Hillary abre a porta de olhos arregalados e a mão sobre o colo.
— Está tudo bem, Ayla? — dirige-se a mim, com uma expressão de puro choque.
— Está sim, querida. A Júlia aqui só teve um pequeno surto. — Ouço seu suspiro de alívio e seguro uma gargalhada. Acho que estou começando a ficar louca igual a minha prima.
— Certo, os investidores já estão te esperando na sala oito. — Antes de realmente sair pela porta ela olha para a Júlia desconfiada. — Se precisar de qualquer coisa é só chamar.
No momento em que a porta se fecha não me controlo mais e solto uma risada.
— Realmente não sei por que insisto em mantê-la por perto. Mas o convite está de pé, se quiser se mudar.
Pego os documentos que preciso e passo por ela, que ainda está pasma, como se tivesse acabado de ganhar o melhor presente do mundo e saio da sala para a minha reunião.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Speed Sex CAPÍTULOS PARA DEGUSTAÇÃO
RomanceSer a CEO da empresa da família é o que move Ayla. Decidida, dedicada e sempre procurando ultrapassar seus próprios limites, ela acaba perdendo o fio da meada de sua vida pessoal de tão profundamente mergulhada que está no trabalho. Estar com Júlia...