Capítulo 8

299 29 3
                                    

Ayla


Controle-se e pare de checar esse maldito celular!

Repreendo-me quando encaro o aparelho pela centésima vez. Eu não devia tê-lo procurado novamente. Mas, minha nossa, a noite tinha sido tão incrível que a única coisa na qual consegui pensar desde o momento em que o deixei pasmo naquele quarto de hotel, era em vê-lo de novo. Era ter aquele bendito segundo round que eu mesma me neguei.

Foram dois dias de rememoração e juro que ainda consigo sentir cada pequeno toque que ele tinha me proporcionado. Quão louco isso é?

— Você tem reunião em alguns minutos com os investidores e logo depois será a entrevista para os estágios. — Júlia entra na sala já ditando os meus primeiros compromissos.

— Droga, esqueci das entrevistas, tem como reagendar para a tarde? — Seus olhos se estreitam. — Eu esqueci que hoje é a consulta do papai com o cardiologista. Será as dez.

— Certo, vou ver o que posso fazer. Você nunca esquece um compromisso, Lally, ainda mais um tão importante quanto uma consulta do tio.

— Eu não esqueci da consulta, só não tinha me tocado de que as entrevistas eram na parte da manhã. — Nem são oito horas ainda e já sinto que o dia será longo.

— Ayla. — Chama, já que eu estava mais uma vez olhando o celular. — Estou ficando verdadeiramente preocupada com você. Sua vida tem sido só correria atrás de correria e você anda tendo dores de cabeça constantes. Vou falar com o papai e ver o que ele acha de assumir a empresa por uns dias e você tirar férias.

— Não precisa, Jú, eu estou bem de verdade. Pedi um segundo encontro com o Damien. — Jogo para que ela se concentre em algo que não seja me mandar trabalhar menos. Funciona.

'Tá de brincadeira comigo! — Rio de seu entusiasmo. — Para quando? Por favor, me diz que fechou com o final feliz?

— Queria que fosse hoje, mas até agora não tive retorno. E sim, pacote completo. — Seus olhos dobram de tamanho.

— Você é mesmo uma vaca sortuda. 'Tô mega feliz por te ver saindo e se preocupando mais consigo mesma. Mas saiba que ainda vou ficar no seu pé, mocinha. — Dispenso seu comentário com um mostrar de língua, mas sua fala me lembra...

— Jú, por que você não se muda lá para casa? Passamos muito tempo juntas de qualquer forma e você mal tem ido para a casa dos seus pais nos últimos dias. Topa ser a minha amiga de quarto?

O grito que ela solta tenho certeza que até as pessoas no saguão do prédio ouviram. Isso porque estamos no décimo quinto andar. No minuto seguinte Hillary abre a porta de olhos arregalados e a mão sobre o colo.

— Está tudo bem, Ayla? — dirige-se a mim, com uma expressão de puro choque.

— Está sim, querida. A Júlia aqui só teve um pequeno surto. — Ouço seu suspiro de alívio e seguro uma gargalhada. Acho que estou começando a ficar louca igual a minha prima.

— Certo, os investidores já estão te esperando na sala oito. — Antes de realmente sair pela porta ela olha para a Júlia desconfiada. — Se precisar de qualquer coisa é só chamar.

No momento em que a porta se fecha não me controlo mais e solto uma risada.

— Realmente não sei por que insisto em mantê-la por perto. Mas o convite está de pé, se quiser se mudar.

Pego os documentos que preciso e passo por ela, que ainda está pasma, como se tivesse acabado de ganhar o melhor presente do mundo e saio da sala para a minha reunião.

Speed Sex CAPÍTULOS PARA DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora