Era mais um natal em que eu não saía do convento, tudo que eu queria era ter uma mãe e um pai para me buscar para passar o natal em família.
Olhava para a janela de onde eu podia ver a chuva caindo e todas as minhas amigas indo embora.
Uma lágrima escorre pelo meu rosto, com apenas doze anos eu já sabia que seria sempre assim. Meu pai não gostava de mim, por isso ele nunca respondeu às minhas cartas e não veio me visitar. A tia Carmélia diz que Deus nos ama e que ele tem um propósito para mim, mas eu não consigo entender, eu não entendo porque Deus levou a minha mamãe se meu pai não me ama, se ao menos eu a tivesse aqui a dor da rejeição não seria nada.***
Fecho os olhos limpando a pequena lágrima que escorre. Eu prometi a mim mesma que não voltaria a chorar por ele, eu me tornei uma mulher forte e decidida, não sou mais a garotinha ingênua que esperava por seu pai.
Mal preguei os olhos depois de ontem, o medo da ameaça de Matarella me deixou aterrorizada.
Hyung diz que ele não arriscaria seu mandato fazendo algo contra mim, porém eu sei do que ele é capaz.Eu me perguntei muito durante a madrugada porque me casar, que acordo seria esse, quem é esse tal Vicenzo. Com dor de cabeça eu tomo um banho quente tentando não pensar tanto nesse suposto noivado, e sim em Chaise, em como posso ajudá-lo a acordar do coma. Não sei explicar, mas sinto que tenho uma ligação diferente com o paciente.
— Meu senhor Jesus, o que eu estou pensando?! Eu deveria voltar para o Vaticano, ou quem sabe fugir do país, assim estaria segura.
Eu não sou uma criminosa, estou feliz em Corleone, gosto do meu trabalho no hospital e essa é uma grande oportunidade.
Me visto e saio do quarto preparada para enfrentar um dia longo de trabalho e esfriar a cabeça da melhor maneira possível, trabalhando. Na sala encontro meu colega que está com duas xícaras fumegantes de café.
— Bom dia, pela sua cara não dormiu bem. — ele diz me entregando o café.
— É difícil dormir depois de ontem, estou muito preocupada com a ameaça de Matarella.
— Eu estive pensando sobre esse noivado e cheguei a conclusão que o presidente quer algo desse tal Vicenzo, provavelmente deve ser algum acordo vantajoso de negócios.
— Também penso assim, isso me assusta pois sei que Matarella fará o que for preciso para conseguir o que quer.
— Você deveria ir atrás desse tal noivo, e convencê-lo a cancelar esse noivado, tenho certeza que assim que ele perceber que você não está de acordo com esse noivado vai cancelar esse suposto acordo. — ele diz tomando seu café e eu penso que ele pode ter razão.
— Essa é uma boa ideia — digo concordando, porém me questiono como encontrarei o suposto noivo.
— Eu vou te ajudar, não pense que está sozinha nessa Mona — ele fala docemente e eu agradeço a Deus por ter colocado uma pessoa tão boa na minha vida.
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O PECADOR - Vicenzo Morelo Rinna
RomansaPor toda a minha vida fui subestimado, menosprezado, vendido, escravizado. O bastardo amaldiçoado, um infame assassino. Mas agora eu tenho poder, riqueza e controlo a tudo e a todos. Sou o que chamam de Boss, o capô del capi da Cosa Nostra. Para a...