Capítulo 3 Discernimento espiritual

3.5K 26 2
                                    

Isaías não percebeu apenas a sua condi­ção pecaminosa diante da santidade de Deus. O profeta também se deu conta de que habitava no meio dum povo de impuros lábios (Isaías 6.5b).

Quem estáà sua volta? Você aceitou Cris­to, possui experiências com Ele, mas não sabe discernir as pessoas? Se você não conhece ver­dadeiramente os seus amigos e aqueles que com­partilham o dia-a-dia com você, é porque lhe falta discernimento espiritual.

Só aqueles que têm intimidade com o Todo-Poderoso conseguem discernir bem pessoas, situa­ções e lugares. O discernimento, a capacidade de perceber e avaliar as coisas clara e sensatamente, é um dom concedido pelo próprio Deus (2 Coríntios 12.8-10).

Não é possível ter um amigo há anos e não conhecer de fato a sua personalidade! O cristão precisa ter discernimento espiritual, ver o que ninguém mais percebe!

Por exemplo, imagine que você tenha um colega bagunceiro, que transpareça muita ale­gria, e todos achem que ele é muito feliz. Mas você, que tem experiência com Deus e discer­nimento espiritual, logo percebe que ele escon­de algo com esse comportamento. Um dia, a sós com ele, você diz: "Amigo, sei que sua alegria encobre algo", e ele desaba. Isto porque, com discernimento espiritual, é possível ver além; ver o que os outros não conseguem enxergar, e aju­dar outros.

Quando Isaías teve uma experiência com Deus, discerniu quem era, o seu estado miserá­vel e o seu ambiente social. Isto porque uma pessoa que tem experiência com Deus nunca mais é a mesma. Ela adquire discernimento es­piritual.

O apóstolo Paulo escreveu à Igreja em Corinto a respeito da diferença entre o homem na­tural e o espiritual. Está registrado em 1 Coríntios 2.14-16:

Ora o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem lou­cura; e não pode entendê-las, porque elas se discer­nem espiritualmente. Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido. Porque, quem conheceu a mente do Senhor, para que possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo.

 

Em nosso meio, há muitas pessoas que afir­mam ver anjos e ter inúmeras revelações de Deus. Contudo, isto não muda nada seu jeito de ser. Elas não têm discernimento espiritual. Continuam com a mesma língua afiada. São perversas, vingativas. Experiências espirituais que não geram mudanças de vida, não transformam, não libertam, não mu­dam comportamento, não podem ser experiências com o Senhor.

Experiências reais e concretas

Há muitos crentes vivendo no engano. Há pessoas que passam a vida inteira tendo visões, sonhos, que nunca acontecem. Estão vivendo de utopia, de fantasia. Deus não é utópico!

Se o sonho foi gerado pelo Todo-Poderoso, acontecerá. Se a revelação foi feita pelo Senhor, será confirmada. Se a profecia proveio de Deus, vai realizar-se. Experiências com Deus são reais; concretizam-se! Não são coisas abstratas.

Isaías viu o Senhor assentado num alto e sublime trono e Sua presença encher o templo. Ouviu os serafins clamando uns para os outros: Santo, Santo, Santo é o SENHOR dos Exércitos. Sen­tiu os umbrais da porta se moverem ao som da voz celestial e os seus lábios serem tocados pela brasa viva levada pelo serafim. Isaías respondeu ao chamado de Deus. Ele teve uma experiência real, concreta, foi impactado por ela, e teve sua vida mudada. O Todo-Poderoso operou onde era necessário em Isaías.

Experiências com o Senhor não ficam no abstrato, refletem no mundo concreto. Se Isaías tivesse apenas contemplado a glória de Deus e reconhecido que era um pecador, talvez isto não gerasse uma grande mudança, mas depois que um dos serafins tocou os lábios impuros do pro­feta com uma brasa viva do altar, o pecado foi re­movido, e Isaías se viu em condições de anunciar a Palavra do Deus Santíssimo.

EXPERIÊNCIA COM DEUS TRANSFORMA NOSSA VIDAOnde histórias criam vida. Descubra agora