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Meus pensamentos são cessados ao sentir uma mão cutucar-me:

— Desculpa, mas seu nome é Park Jimin, não é? — A mesma voz familiar pergunta. Caralho, eu devo estar muito louco... Viro devagar – vai que era minha imaginação daí eu precisasse disfarçar. Mas, quando descobri não ser fruto da minha mente, fiquei sem palavras.

Hoseok.

Hoseok, o cara com quem eu perdi o cabaço está na minha frente. Se perguntando se eu sou o garoto em que ele tirou a virgindade, há três anos atrás...

Cadê o botão de desligar a vida e só voltar em outra?

— Ah, ongh, ehn... — palmas para a engasgada de nervoso de Park Jimin. Sem saber o que falar – e nem conseguir –, só acenei positivamente com a cabeça.

— Bem que eu te reconheci! — E eu pude ter a visão de seu sorriso em forma de coração... adorável. — Ah! Me desculpa por ter negado teto, é uma coisa muito íntima pra mim... mas eu não negaria se você me pedisse agora — comentou, me olhando de cima a baixo, como um predador analisando a presa. — Vou te mostrar minha cambada, vem!

Tive o pulso esquerdo tomado pela sua mão, sendo guiado – sinônimo de arrastado neste momento – para um grupo de, mais ou menos, cinco pessoas.

— Galera, esse aqui é o Jimin.

— Oi, Jimin — sou recebido com um coro que mais parece uma classe recebendo a professora substituta. Só dou um breve sorriso, acenando com a mão.

— Caralho, teu ex é muito gostoso, mano! — Um menino qualquer fala, sem nem se dar o trabalho de cochichar. Senti o sangue se concentrar em minhas bochechas, abaixando a cabeça.

Parece um submisso de merda, se deixando ser humilhado por um bando de caras desconhecidos- Cala a boca, cérebro idiota.

— Ei, Hobi, você ficaria bravo se eu dormisse com ele?

— Que isso, fazem três anos que ele dormiu na minha cama, eu não me importo. Mas se você me chamar vou ficar muito agradecido.

Quando vejo, estou cercado pelos amigos de Hoseok. Eles me tratavam como uma carniça, como se eu não estivesse ali. Nossa, como isso dói. Nesse momento, eu só queria ter ido com Yoongi naquela merda de livraria.

— Você tá tão calado, meu amor. Se bem que falam que os quietinhos são os piores, né, delícia?  — Esta foi a pior parte: me falaram coisas cruéis, como promessas de sexo selvagem ou que eu era uma puta safada.

Mordi o lábio, procurando não chorar.

Tarde demais, senti a conhecida ardência nos olhos, e em seguida minha vista está embaçada.

— Que merda está acontecendo aqui?! — Sinto me puxarem pelo braço, e um perfume característico invade minhas narinas, Yoongi, estou nos braços dele, ele me salvou. Quando tomo consciência estou pendurado em seu abraço, chorando. Chorando de medo, gratidão, raiva, tudo. — Vocês não podem ficar fazendo isso com o namorado dos outros!

Tamanho era meu desespero, que não percebi como havia sido referido pelo Min.

— Quê?! Namorado é o caralho! Ele não falou nada, não se intromete, cara! — A esse ponto, todos já estavam gritando. Mesmo sem ver nada, eu sabia que o loiro estava vermelho.

— O que está havendo aqui?! — Esse era... Hyungshik?! — Por que vocês estão gritando com meus pais?! — Senti um corpinho menor que o meu aninhar-se entre minhas pernas:

— Papai, estou com medo.

— P-pais?! — Gaguejou Hoseok.

— Não pode ser! Só se passaram três anos!

— Nem todos são como você, que tem uma alma podre. Jimin se casou comigo há um ano, e ele é um ser muito puro pra vocês, seus mequetrefes. Ele merece todo o amor do mundo, e cativa o mundo inteiro só com um simples "oi". — senti a vibração quando a pessoa em quem estava abraçado falou.

— Agora, se nos dão licença, vamos indo. Venham crianças.

Tô com frio, hyung; ᴹᵞᴳ + ᴾᴶᴹOnde histórias criam vida. Descubra agora