CAPÍTULO 6 - OBLÍVIO

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Frisk acordou e percebendo que era de manhã, a última coisa que ela se lembrava era de ter voltado no tempo por causa da morte de Asgore. Num pulo, Frisk se levantou da cama e foi rapidamente até o quarto de seus pais e ficou surpresa ao ver o quarto vazio. Intrigada, ela desceu as escadas e foi até a cozinha, encontrando Toriel por lá murmurando uma música. Mais uma vez, Frisk olhou ao redor e não encontrou nenhum sinal de onde Asgore estava, se sentindo ainda mais intrigada. De relance, Toriel avistou e saudou-a.

Toriel: Bom dia, minha pequena, o que está procurando?

Frisk: ... Mãe? Onde está meu pai?

Toriel: ... Como assim?

Ao ver a expressão de confusão e surpresa da sua mãe, Frisk arregalou os olhos, esperando que aquilo fosse mentira. Como diabos ela esqueceu-se de Asgore?

Frisk: ... Está brincando, né?

Toriel: Eu que pergunto! De quem você está falando?

Frisk: Meu pai, Asgore, seu marido! Você não se lembra? Ele deveria estar cuidando das plantas agora!

Toriel: E desde quando eu tive um marido?

Frisk: Quê?!

Aquilo não podia ser verdade, como Toriel podia dizer aquilo com tanta certeza se há minutos Frisk viu-a chorar pela sua morte? Será que ela se esqueceu até dos seus filhos? Frisk ficou ainda mais surpresa quando viu sua mãe irritada e se virando até a cozinha.

Toriel: Você deve estar dormindo ainda, farei café pra você acordar.

Só podia ser mesmo um pesadelo. Espere... café? Desde quando Toriel fazia café? Ela odiava aquilo. Com certeza tinha algo errado. Como sua mãe mudou tanto sem Asgore? Frisk sentiu sua mente tão agitada que ela começou a recuar, agoniada.

Frisk: "O que está acontecendo? ... O que eu fiz?"

Ela desesperadamente tentou buscar respostas para o que podia ter acontecido, ela não se lembrava de ter desejado isso quando voltou no tempo. O que realmente aconteceu? Logo, uma resposta pulou na sua mente naquele momento... ela havia apagado Asgore da memória de sua mãe. Ela não queria acreditar nisso e ela sentiu-se desesperada.

Frisk: "Não... eu não fiz isso... eu não POSSO ter feito isso..."

Espantada, ela sabia que era a única que tinha o poder de voltar no tempo e justo agora, quando desejou ver seu pai de novo, seu desejo não se concretizou da forma como esperava. Perplexa com o que acabou de descobrir, Frisk decidiu sair de casa o quanto antes, sem avisar sua mãe. Ao fechar a porta, Frisk sequer olhou para a sua bicicleta, desesperada. Ela não conseguia pensar em nada e corria para onde seus pés queriam levá-la. Enquanto corria, ela viu o mesmo lugar onde Undyne e Papyrus costumavam treinar e não encontrou ninguém dessa vez. Eles desistiram de treinar? O que diabos aconteceu aqui?

Frisk: "... O que foi que eu fiz?"

Enquanto esteve parada, olhando o campo de treinamento, Frisk começou a olhar para o além, se perguntando no que a cidade havia se transformado sem Asgore, com o desejo indesejado dela. Ela podia ver como a vizinhança era tão igual, as casas, as pessoas, o ambiente... As pessoas sequer estavam em luto pela morte de seu rei, era como se fosse mais um dia normal. Mas ela sabia que esse não era um dia qualquer, alguém importante demais para eles se foi, por causa dela... e dessa vez, para sempre. Seu coração estava em pedaços, ela não sabia o que fazer para reverter o que ela fez, a qualquer momento Frisk iria desabar. Carregando um vazio e uma grande culpa em suas costas, ela sentia-se sem forças para continuar de pé, mas ela estava fazendo o possível para se manter firme, fechando seus punhos incansavelmente.

Heart and Soldier III - Destinos em Guerra [Undertale AU] (PT-BR)Onde histórias criam vida. Descubra agora