CAPÍTULO 13 - LUTO

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- Dez dias.

Frisk estava sonhando novamente e recordou os últimos momentos dela com sua mãe, até rever a princesa atacando-a com seus raios e puxar sua alma até sua mão. Aquela risada malévola era difícil de esquecer e Frisk sentiu-se cada vez mais atormentada, sentindo novamente a força do ódio que havia consumido-a naquele momento. Ao abrir os olhos, Frisk percebeu que estava novamente no espaço e ela viu as estrelas em todo seu redor. Ela também podia ver a Via Láctea de longe e notou que estava flutuando onde estava. Ela se lembrava desse lugar, foi o mesmo em que Chaos decretou a guerra celestial contra Frisk. No entanto, ela se virou ao perceber uma luz surgindo diante dela e Frisk viu uma silhueta dela mesma, inteiramente em preto, junto com sua alma de cor vermelha, saindo do peito dela, parando diante dela.

Frisk observou atentamente aquela alma e viu sua luminosidade, porém, um líquido negro começou a preenchê-la assim como se preenche um copo de água. Ela também viu que sua alma absorvia facilmente aquele líquido negro como uma esponja e aos poucos, Frisk notou que a luminosidade daquela alma começou a se apagar à medida em que aquele líquido negro era derramado em sua alma. Após ficar completamente negra, Frisk viu que sua alma produziu névoas negras e se incorporou à silhueta, surgindo olhos vermelhos e destemidos. Ela se assustou ao ver aquilo e logo se lembrou de quando ela havia se descontrolado quando Toriel havia morrido. A força do ódio realmente havia contaminado seu coração e percebendo que havia deixado isso acontecer, Frisk podia sentir que o ódio estava tentando dissuadí-la de continuar lutando por este mundo. Mesmo fechando os olhos, ela podia ver claramente a situação da sua alma e ela estava preenchida de ódio com uma certa porcentagem.

Repentinamente, Frisk acordou e lentamente, se sentou na cama. Ao relembrar do sonho, ela se encolheu, abraçando suas pernas e se lembrando do que havia acontecido no dia anterior.
O dia havia amanhecido diferentemente dos demais: o céu estava cinza, mostrando um clima triste e melancólico. Na vila dos monstros, as janelas se fecharam durante a noite e até mesmo durante o amanhecer. Uma neblina pairava na vila dos monstros até ser possível ver a marcha lenta de todos eles na direção da cidade. Eles estavam de luto pela morte da rainha. A marcha era liderada por Frisk, que segurava uma urna em seus braços, acompanhada de seus amigos e logo em seguida, o resto dos monstros os seguiam, preenchendo as ruas em luto. Os humanos acompanhavam de longe a marcha e apoiaram os monstros, oferecendo flores e lembranças para os monstros que estavam na marcha, em favor à rainha deles.

A marcha durou uma hora até eles chegarem na escola que Toriel havia inaugurado. Perto do portão, havia um mural com fotos da rainha e recados de lembranças para ela. Ali, todos os monstros se aproximaram e deixaram as flores no chão, perto do mural, fizeram uma reverência e saíram aos poucos, voltando para suas casas. Minutos se passaram e Frisk ficou parada no mesmo lugar, olhando para o mural. Ela deixou a urna perto do mural, simbolizando sua morte e ao fixar seu olhar no mural, ela não queria sair dali. Frisk queria continuar vendo as fotos da sua mãe. Enquanto admirava-as, ela notou como a rainha estava deslumbrante e feliz, logo, ela começou a se perguntar como seria diferente se Toriel ainda estivesse viva. O que ela podia ter feito para evitar isso? Será esse o destino que todos estão fadados a ter? Como Frisk seria capaz de salvar o mundo perdendo todos os seus amigos queridos? Infelizmente ela não sabia a resposta, ao mesmo tempo, Frisk sentia que não estava pronta. Vários minutos se passaram e seus amigos a chamaram para que voltasse. Dessa vez, Frisk percebeu que ela não podia ficar sozinha na casa de Toriel e por isso, teria que se mudar. Ela então concordou em se mudar para a casa dos irmãos esqueleto, vendo que eles tinham um quarto sobrando. Mas ultimamente, Frisk esteve sentindo-se um peso na vida deles, mesmo não parecendo. 

Noutro cenário, em outra casa, a senhora estava na sala e ligou a televisão, enquanto pegava o jornal para ler e esperar começar seu programa favorito, sentando-se numa poltrona. A lareira estava acesa e o calor ameno preenchia a sala confortavelmente. Minutos depois de ler, ela notou o jovem monstro sair do quarto vestindo as roupas que ela havia dado.

Heart and Soldier III - Destinos em Guerra [Undertale AU] (PT-BR)Onde histórias criam vida. Descubra agora