Drogo Bolseiro, o Breeder

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Os raios solares atravessavam as nuvens cinzentas que obscureciam o dia em Hobbiton; não parecia ser um bom dia para navegar no rio Brandywine. Contudo, Drogo Bolseiro não estava pensando sobre o tempo, mesmo que uma chuva seria excelente para as suas rosas e petúnias. Não... Sua mente vagava por problemas e preocupações diversas, tanto que nem percebeu quando Prímula o cutucou, o que fez a jovem hobbit lhe dar um empurrão mais forte por atenção, fazendo a balsa em que estavam chocalhar.

– Prim!? O que pensa que está fazendo? – Indagou Drogo, sentindo seu coração bater rapidamente devido o susto – A balsa podia virar, sabia disso?

– Bem, pelo assim você prestaria atenção no que está ocorrendo a sua volta! – A garota tinha cabelos castanho claros, bem encaracolados, sua face era arredonda e as bochechas rosadas lhe davam um semblante ainda mais jovial do que aparentava; algo que Prímula Brandebuque odiava, afinal ela já era adulta, mesmo que tal título só lhe tivesse sido dado a poucas semanas.

– Eu estava prestando atenção... – Resmungou o jovem Bolseiro – Sinceramente... Você parece ser mais Tûk do que o primo Bilbo!

‒ Sinto muito se minha mãe e a mãe do primo Bilbo eram do clã Tûk! – Falou Prim com um tom de orgulho. Realmente não estava arrependida de suas ações.

– Que seja... - Suspirou Drogo.

– Primo... Eu estava falando por quase meia hora e em nenhum momento você reclamou ou emitiu alguma opinião! Está se sentindo bem? Sei que não gostas de passear de balsa... Mas pensei que isso fosse te animar um pouco.

– Animar? Por que preciso ser animado? Eu estou ótimo! – Respondeu irritado, estava cansado dos outros se preocuparem, era como se não pensassem que ele fosse capaz de se defender!

– Sei. Ultimamente você só fica animado quando recebe cartas.

– L-lógico que eu devo ficar feliz... Trata-se das mensagens do primo Bilbo!

– Oh, verdade! – Prímula sorriu – Mas creio que a sua felicidade não se direcione tão somente as mensagens de Bilbo. Talvez... Quem sabe... Um certo príncipe anão...

– Prim! – O rubor dominou as bochechas de Drogo – Kili é só um amigo!

– Então esse príncipe tem um nome? Já estava na hora de eu saber sobre esse tal amigo misterioso!

– Prímula... Sinceramente, eu não irei falar destas coisas com você!

– E por que não? – Fez biquinho – Somos melhores amigos, não somos?

– Sim. Mas... – Como Drogo podia explicar que há tempos pensava que era Prímula quem seria o amor de sua vida? Realmente tinha imaginado o seu futuro, tal como um hobbit comum, que consistiria em se casar com uma bela hobbit, ter vários filhos e viver tranquilamente. Mas tudo mudou. Primeiramente foi com a notícia derradeira que recebera quando alcançou a maioridade: era um Breeder. Logo, pela a lei, não poderia se casar com uma hobbit fêmea, afinal estaria na mesma categoria que elas. Porém, ao contrário do que imaginara, a notícia não foi tão catastrófica assim; o que o fez supor que na verdade não amava Prímula da forma que imaginara, e sim tinha por ela uma afeição fraternal. Afinal, eles tinham sido criados juntos, partilhavam lembranças semelhantes da infância, tanto boas quanto ruins. Além disso, as cartas de "um certo príncipe anão" eram o que preenchiam seu coração... O fazendo bater rápido a cada palavra escrita na caligrafia trêmula e cheia de erros de Kili Durin.

– Ohhh! Está sorrindo! Estava pensando no anão de novo, não é?

– N-não! – Se Drogo estava com as bochechas vermelhas antes, agora essa vermelhidão tinha dominado todo o seu rosto.

Os dois Reis sob A MontanhaOnde histórias criam vida. Descubra agora