CAPITULO 01Tamlin voltou para sua poltrona, não para lamuriar, mas para meditar, como se ali fosse um templo espiritual. Agora na sala de estar, em frente à lareira, suas mãos contornavam seu queixo, formando um triangulo perfeito diante de seus lábios, os olhos vítreos, ele pensava nos acontecimentos do dia.
O aglomerado exercito havia chegado com suas armaduras de couro marrom com a expressão severa. O capitão deles um macho moreno- de cabelos e olhos negros,diferentes da realeza estival de cabelos brancos- pediu ao Grão-Senhor para estabelecer perímetros em torno da muralha - uma muralha que não existia mais, Tamlin ainda estava se acostumando, a idéia de ver sua corte mais uma vez em perigo o aterrorizava - então o mesmo ordenou que construíssem pequenas torres de madeira a cada cinco metros , metade da tropa que viera iria marchar para fronteira dentro de um dia para que recuperassem suas exauridas pela viagem. O capitão concordou brevemente e saiu com uma reverência para se juntar aos demais soldados que já descansavam. A outra metade dos homens ainda permanecia em sua frente, esperando ordens.
"Setenta sentinelas partiram comigo por volta de uma hora para a cidade e serão organizados em posto para que protejam meu povo, outros ficaram a guardaram a propriedade. Quem será meu subcomandante?" Disse Tamlin com o pouco de autoridade que achava que tinha. Um macho calvo de estatura médio se pós a frente, o escudo em suas mãos balançando.
"Edday, subcomandante ao seu dispôs Grão-Senhor" sua voz era grave e resoluta. Tamlin meneou a cabeça em forma de respeito.
"Organize patrulhas para os que ficaram aqui e ache um terceiro no poder para que fique e monitore a cidade" e com vergonha perguntou "Há alguma cozinheira ou curandeira entre vocês? Temo que não haja ninguém para servi alimentos ou se precisar, curá-los"
"Não se preocupe meu senhor, já cuidamos disso" aliviou concordando e caminhou para se retirar, ao meio do caminhou, Tamlin, ouviu murmúrios "Eu soube que a quebradora da maldição o deixou" "Ele vendeu a própria corte por elas, como pode?" Então com toda certeza, ele não deveria ser Grão-Senhor". Parou sua caminhada e olhou por cima dos ombros, o silencio se fez, entretanto, continuou andando, não iria reprimi-los, pois sabia que cada palavra era verdadeira e merecida. Desprezível, o povo não merecia um Grão-Senhor desprezível.
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Evacuada. A cidade foi evacuada porque era impossível de se viver ali, disse um dos poucos que restaram.
Enquanto passava pelas ruas, percebeu o quão destruída estava, as casas antes alegres de cores vibrantes, agora arruinadas, as paredes sujas, janelas caindo, o chão desburacado, entulhos por todos os lados, de becos saiam ratos a baratas e tinha mais, muito mais. Sangue, muito sangue, sem a proteção que as sentinelas davam, a cidade foi tomada por nags, causando mortes a milhares de feéricos. O fedor de morte, sangue e dor ainda preenchia o ar, fazendo o estomago de Tamlin repugnar. Em seu cavalo marrom-dourado, ele foi seguido por olhos dos poucos ali. Maltrapilhos, estavam todos em farrapos despedaçados e sujos, seus rostos duros, os olhos repletos de dor e ódio.
O Grão-Senhor parou e rapidamente foi rodeado por eles. Esperando, esperando para ver e ouvir o que o senhor deles tinha a dizer. O mesmo congelou o que iria dizer?Perdão? Não! Ele não merecia e nem ousaria pedir tal coisa. Abriu e fechou a boca, vendo que não conseguiria dizer nada, apenas observou seu povo.
Uma fêmea com um bebe no colo foi ate ele, a face dela coberta de raiva.
-"Você nos deixou!"- Disse ela com a voz rouca. Ele abaixou a cabeça envergonhado.
-" Não tem nada para nos dizer? Mas que tipo de Grão-Senhor você é afinal?"- .Foi então que aconteceu, Tamlin não soube de onde veio,comida estraga foi atirada nele,vinha de todos os lados ,junto com os xingamentos ,a multidão se espremendo para ter o prazer de humilhar o macho culpado de toda a dor imposta a eles.
As sentinelas avançaram para protegê-lo, porem tarde demais. Ele caiu do cavalo, no chão foi pisoteado, chutaram-no nas costelas, bateram em seu nariz a ponto de quase quebrá-lo, um urro de dor saiu de seus lábios. "Não irei me defender, não posso mais machucá-los, é melhor eu fugir". Então ele se levantou, desviando das pessoas e correu paro o bosque, o aglomerado de feéricos ainda em seu alcance, Tamlin aumentou o passo mesmo com sua costela apertando seus pulmões, a respiração como milhares de estilhaços de vidro descendo por sua garganta e em um piscar de olhos a multidão foi deixada para trás. Ele se viu encostando no tronco de uma arvore caída ,arfando se sentou ,tirou sua camisa de linho branco já suja e ensangüentada e avaliou o estrago feito em seu corpo.Sua costela esquerda estava roxa com vários hematomas ,seu nariz escorrendo sangue e de algum jeito,foi feito um corte profundo na palma de sua mão "Preciso de água, tratar desta ferida antes que infeccione" ,se levantou com muito esforço ,a dor pinicando sua costela como alfinetes .
Caminhou e caminhou ate que com sua audição de feérico ouviu o barulho de água corrente, avistou um belo riacho ao longe, rodeado de flores, a água transparente, exibindo pedras coloridas, a luz do sol refletiu nas águas o deixando cego por uns segundos. Ele avançou, mas antes que chegasse ao riacho, testemunhou um clarão. O bosque parou o vento e os animais ali fizeram silencio, os pelos da nunca de Tamlin se enjireceram, como se avisasse que o perigo estava por perto. O clarão desceu ao chão como um relâmpago, o mesmo tomou uma forma branca e cintilante, aquele poder, ele nunca sentiu tal coisa, tão velho, parecia de outro mundo, o poder nas veias de Tamlin recuou.
E diante do Grão-Senhor, estava uma mulher deitada ao chão, seus cabelos pretos como nanquim esparramados pela grama como um arco-íris negro, seus olhos se abrirão.
Olhos violeta olharam para ele. Os olhos como os de Rhysand sorriram para ele. E então, o mundo já não era o mesmo.
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Senhora da Luz e das Trevas
FanficSenhora da luz e das trevas é uma fanfic originada da triologia corte de espinhos e rosas, trono de vidro e outras história. Ela conta sobre Tamilin, depois da visita de Rhysand em sua corte, o Grão-Senhor da Corte primaveril para de se lamuriar...