Capítulo 02- Música

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MUITO TEMPO ATRÁS ;

Risos preenchiam o ar. O labirinto de plantas verdes, repletos de plumas luminosas e flutuantes, a grama macia tocando seus pés descalços, o vento bateu e o cheiro de flor-de-lotus chegou em suas narinas.

O cheiro dela , suave e picante, família, ele a considerava uma irmã, mesmo não sendo de sangue. Então correu mais rápido, mas ela o alcançou, sempre, mais rápida e mais forte que ele. Família, irmã.

_"Rá! Te peguei "_ Disse ela pegando o pelo braço, a voz culta e poderosa, forte como as ondas do mar, suave como uma pena.

_" Sua vez florzinha! "_ Correu ela em sua frente, seus cabelos balançando cada vez que seus pés tocavam o chão.

_" Não me chame assim! "_ Correu , correu e correu, ele tentaria pega-la, porém em seu íntimo sabia que nunca conseguiria, rápida de mais.

_" Você não me pega, fracote, florzinha, florzinha" Disse enquanto repentinamente parava para fazer caretas, a idéia de uma fêmea forte e firme como ela agindo como uma criança o fez rir. Tamlin parou, espreitou, como uma lobo pronto para atacar.

_" Eu vou te pegar Lyanna "_Ele pulou na direção dela, ela desviou e de novo e de novo , a risada dela cada vez mais com o tom superior, ela sabia que estava ganhando.

_" Você não me pega!_" Disse zombeteiramente.

Então ele a pegou, uma mão em seu dorso. Não a mão de Tamlin, ele conhecia aquela mão, tantas vezes o dono o machucou . Aquela mão era fatal.

O ar parou e sua garganta trancou, Tamlin se viu num redemoinho sem fim, apenas dor e medo habitavam ali.

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AGORA:

Não, isso era impossível, isso não estava acontecendo. Duas opções , a primeira era que o sol provocou aquela ilusão, ou ela... Não! Não! Não!

Talvez estivesse louco, isso não podia estar acontecendo, não podia. Ela tinha desmaiado, ele pensou em ajudá-la, mas, não conseguiu. Choque, seu corpo estava tomado por choque e terror, não sabe por quanto tempo ficou ali, parado olhando fixamente para ela, o machucado em sua mão havia cicatrizado, a magia em seu sangue o curou, então por que ele foi até o riacho?sabia que a magia o curaria... de alguma forma ela o chamou? Aqueles olhos...

Ainda estava lá, olhando pra ela, esperando aqueles olhos se abrirem para confirmar o que estava o agoniando em sua mente, quando as sentinelas apareceram. Ele não se lembrava de ter falado com eles, de ter subido em seu cavalo, não se lembrava de ter mandando levarem ela com ele, mas a viu em um cavalo a sua frente, não tiraria os olhos dela por um minuto, ele também não se lembrava de ter chegado na mansão, não se lembrava de a ter colocado em sua cama, usou magia para verificar o corpo dela, a procura de ferimentos, só encontrou uma pele lisa como de um bebê. Ele apenas se deitou ao lado dela, fechou os olhos e dormiu aquela dúvida, aquele medo pairando em seus sonhos.

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De sobressalto ele se levantou, alerta, seu corpo estava elétrico e ao mesmo tempo calmo, de relance passou os olhos pelo quarto melancólico e escuro, então a viu. A mulher em sua cama, a pele levemente bronzeada, os cabelos pretos cobriam quase todo seu rosto. Ele foi até ela, afastou delicadamente as madeixas e viu, sua orelhas, não pontiagudas como a dos feéricos, mas arredondada, humana, ela era humana. Mas, como? Ela apareceu do nada naquele clarão, seu cheiro repleto de poder... como? Humana com poderes, não era possível, nunca tinha visto ou ouvido falar de tal coisa, ou, ela era uma Illyriana de Rhysand. Tirou sua mão bruscamente, ódio explodiu em seu corpo, as garras se retraindo, sentiu suas presas crescerem, grupo e saiu do quarto batendo a porta com força. Os guardas em postos ali o encararam repetidamente.

Senhora da Luz e das TrevasOnde histórias criam vida. Descubra agora