Capítulo 04- Decisão a ser tomada

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Tamlin


Lyanna perambulava pela mansão e por onde passava ,todos cochichavam,eram os mesmo comentários de antes "ele fará o mesmo que fez com a quebradora da maldição".Mas não,e pelo caldeirão, Lyanna acredita em mim, ela se dispôs a ficar mesmo sabendo dos meus erros. Isso de certa forma criou uma boa amizade. Mas eu sentia a raiva no olhar dela toda vez que escutava os cochichos , eu iria resolver essa questão o quanto antes , mas por enquanto nos estávamos concentrados na proteção e reconstrução da cidade,o que não estava sendo nada fácil já que os aldeões não nos deixavam.

O almoço estava sendo servido no jardim,e Lyanna ainda não chegara,depois que dei liberdade a ela, a mesma anda perambulando por todo o território,as vezes quando ela demora, tenho medo de que ela não volte ,mas ela sempre volta,reforçando ainda mais nossa amizade. Peguei um pedaço da manga que estava em minha frente, o sabor doce da fruta tomou minha boca,me fez lembrar da infância e infelizmente flash-back de uma era já esquecida, onde os sete Grão-senhores tentaram se livrar da mãe sombria,mas ela voltou e sabe se La o que fará conosco,logo fui interrompido pelo barulho de passos. Lya havia chegado, sorrindo e vestindo um vestido lilás,as mangas caídas ,a saia ia ate seu tornozelo, revelando seus pés ,calçados por sandálias de chiffon.

-" Deixe me adivinhar" -disse cruzando os braços, a mesma torceu o nariz enquanto de sentava na cadeira de metal branco,pois sabia que receberia advertências -" Passou a noite fora?"- indaguei .

-" Acertou em cheio, Tam"- disse ela enquanto mastigava uma salada. Levantei a sobrancelha em expressão intrigada.

-"Posso saber que anda fazendo? E por acaso levou as sentinelas?"- perguntei,ela como resposta,tirou o garfo da boca e meu deu o seu famoso sorriso de "então,não,estava ocupada sabe" ,uma parte de mim sempre ri com suas desculpas esfarrapadas,mas outra parte de encolhe de ódio,o medo de perde-la,ainda mais com a mãe sombria prometendo retaliação.

-" Já lhe disse Lyanna,que pode sair o quanto quiser,mas com as sentinelas!" esbravejei,alto ate demais,alguns empregados espiaram.Era perca de tempo gritar com ela,pois a conversa seria com gritos e algazarras ,se eu grito,ela também, e acredite,bem mais alto..

-" Eu sei muito bem me defender Tamlin,não preciso de sentinelas ao meu encalço, deixe-me"- berrou ela.

-" Não"- levantei,derrubando meu prato no chão,o barulho dos talheres ao chão chamou ainda mais a atenção dos novos empregados,mas eu não ligava,estava tomado pela raiva,o poder em minhas veias suplicando para ser usado.

"Você não sabe de proteger e acha mesmo que é párea para mãe sombria? Ela te destruiria com meio pensamento!"-

" Você não sabe nada sobre mim Tamlin"-

" E nem mesmo você, ou, esta mentindo pra mim durante esse tempo todo?"

"Não,é só intuição " disse ela se levantando também -" Eu não sou uma humana indefesa,não estou sob garras de uma rainha maluca!"- disse ela batendo as mãos com força sobre a mesa. O mundo ao redor silenciou, o poder rugiu em meus ouvidos, eu precisava liberá-lo de alguma forma mas me contentei em apenas exibir minhas presas e garras. Lyanna rosnou em resposta, parece que em meio ao corpo aparentemente humano,havia uma feérica selvagem. Estávamos a ponto de partimos um ao outro com socos quando três sentinelas montadas a cavalos chegou na entrada do jardim,o rosto em prantos.

-" Grão-senhor, a aldeia esta sob ataque"- berrou um deles. O Pavor e instinto tomou conta do meu ser,olhei para Lyanna e já sabia o que ela diria.

-" Não,você não vai" disse já caminhando em direção ao arsenal.

" Tamlin, não ouse me tratar como Feyre, deixe me ir!"- isso me paralisou, respirei fundo,olhei por cima do ombro, me virei para ela. Pensativo nem notei o tempo passar, as pessoas precisam da nossa ajuda, então enviei um tentáculo de meu poder e transformei seu vestido em calças e blusa e coletes de couro,no seu cinto,uma espada longa e na sua bainha uma faca. Em seu rosto uma expressão fantasma espantosa que fora substituída rapidamente por determinação, ela balançou a cabeça em agradecimento e caminhou ate mim.

-" Vamos, e veremos se realmente sabe se defender, na primeira enrascada, você ira embora, entendeu?"

-"Sim"- disse ela torcendo o nariz.

Há meio quilometro da aldeia, se escutava os gritos de desespero e o cheiro de sangue e morte no ar, urubus rodeavam os céus envolta da aldeia. Corremos o suficientemente bem para conseguir chegar ao meio da colisão das sentinelas e aos Nags e espectros,seres feitos de fumaça e escuridão, seria uma batalha difícil, que o caldeirão nos ajude.

Estava um belo caos ,havia sangue por todo gramado da vila, carroças com palha pegavam folhas,as cinzas flutuavam no ar,junto com o odor de sangue,podridão e carne queimada. Estávamos perdendo,as sentinelas de Tarquin, mortos espalhados pelo chão, alguns com o corpo atravessado com metais e ate mesmo as garras dos nags que os comiam. O poder em mim rugia,ao mesmo instante atirei contra um nag que ia em direção de Lyanna,olhei pra ela,a mesma sabia que já devia voltar para a proteção da mansão ,mas ao contrario disso, ela entrou em guarda, flexionando os joelhos e posicionando sua espada em modo agressivo, deu um chute frontal logo abaixo da axila do Nag que vinha em minha direção, e num piscar de olhos, a lamina de sua espada passa sem apreensão no pescoço dele,o decepando e jogando ao chão sua cabeça de aparência horrível e desprezível aos olhos de quem vê e imagina. Lya ,em base final, me deu um sorriso de escárnio como por " eu sei me defender, me agradeça" e caminhou em meio ao caos,a espada em mãos e pelo caldeirão, a terra tremeu. Por onde passava, braços e cabeças e troncos dos corpos dos nags voam,o sangue pútrido manchava seu colete e rosto,havia algo desconhecido em seus olhos,algo como a garoa e a tempestade. Não tive tempo de pensar,logo fui atacado por trás por uma flecha ,por um feérico.. mas o que? Feéricos com nags,o que será que a mãe sombria os prometera? Apenas saquei uma das minhas adagas do coldre e atirei juntamente com uma onda de poder,alcancei seu pescoço,acertando sua jugular ,o feérico loiro caiu de joelhos ao chão.Mal derrubei um,e outro nag veio ao meu encontro.

Os nags ao redor de nossas forças caiam, então abaixei o escudo que coloquei envolta de Lyanna e no mesmo instante, seu grito rompeu o ar, olhei para ela,um nag atravessando seu ombro.. ela estava encurralada em uma parede, e atrás dela,uma criança,uma garotinha que apesar de sua situação,mantinha seu rosto firme.Cercada por nags,o ombro machucado, sem suas espadas e tentando proteger a garotinha,Lyanna estava perdida ,seu olhar se encontrou com o meu ,o pânico tomou seu rosto quando os nags avançaram não só pra sua direção,como também a minha.

Não vi como, Não sei como, mas os nags e feéricos perto de mim se explodiram numa onda de escuridão, o ar envolta ficou frio feito a corte Invernal, meu poder recuou. Avistei Lyanna, se transformando.. Seus dentes, antes de humano, agora crescia como pressas ,feitos de ferro escuro,brilhava sob a luz do sol,juntamente como suas garras, também de ferro. E os nags a sua volta, não foram poupados por suas armas de ferro. Ela era a morte encarnada,tudo que tocava morria,protegendo a criança, era como um anjo da morte... Lyanna era descendente das Bruxas dentes de ferro, seres tão e talvez ate mais poderosos que os feéricos. Com forme avançavam, nossos inimigos fugiam, por medo... Um deles, aparentemente o líder, gritou algo na língua antiga, os outros o seguiam. Coberta de ódio e sangue, com as unhas de ferro, enviou seu poder de escuridão para com eles, matando todos, apenas um vivo. Eu o prendi em minhas garras invisíveis.

Lyanna se levantou, a criança agarrada a sua perna.

" Deixo-o ir" gritou " Diga a sua rainha que vamos matá-la" se direcionou ao nag,o mesmo tremia,seus sentimentos altos o bastante para que pudesse cheirar, havia medo e pavor nele,eu o soltei e saiu correndo. Caminhei ate Lyanna, o rosto dela como aço, firme como as mortes, nós apenas nos encaramos, sem medo, o nosso laço se firmando. Juntei meus poderes e fiz uma coroa de prata, simples, mas brilhante e pus sob a cabeça dela, os cabelos pretos enalteciam ainda mais sua beleza e poder.

"Saúdam sua princesa general"

E todos caíram por joelhos, diante da princesa- general Bruxa dente de ferro.

Senhora da Luz e das TrevasOnde histórias criam vida. Descubra agora