Capítulo 05- Nags

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Todos ao nosso redor, as sentinelas, os feéricos, a aldeia toda parou, um silencio mórbido, apenas sangue e morte, tínhamos vencido a batalha, mas muito das sentinelas haviam morrido, os cadáveres jogadas aos chãos e muitos deles, sem as parte do corpo .Eu dei um passo a frente, as sentinelas restantes abriram espaço, olhei nos olhos de todos ali presentes, muitos abaixaram o rosto, mas eu não,me mantive firme.

-"Os nags fizeram um grande estrago, como aqui e em nossas tropas, muitos de nos morreram." Um minuto de silencio, estavam dispostos a ouvir, pela primeira vez. -" O estrago foi grande mas nada que não possa ser reparado."- disse enquanto caminhava e pagava a mão de Tamlin. -" Juntos, eu como general e Tamlin como seu Grão-senhor.-" Disse olhando para ele de esguelha .

-"Juntos, podemos reconstruir sua aldeia - "levantei o tom da minha voz e caminhei mais dois passos a frente, o sangue sob meus pés. - "Não só sua aldeia, como nossa corte, podemos fazer desta corte nosso lar novamente. - "A cada palavra dita meu peito se enchia de poder ,o chão tremia e dessa vez, ninguém desviou o olhar.

-" Aceitem nossa ajuda, como prova de que não serei nunca mais, o grão-senhor que os barganha. Serei seu Grão-senhor e pai. Aceite nossa ajuda.-" Disse Tamlin, a voz suava mas ao mesmo tempo cheia de poder e determinação. O silencio se estendeu mais uma vez sob a aldeia, os feéricos se olhavam entre si. Eu conseguia ouvi-los, eram muitas vozes para se saber o que discutiam. Mas... Eu conseguia ouvir seus pensamentos. Ate que as vozes cessaram e um dos feéricos, veio ao nosso encontro, as roupas aos retalhos e coberto de sangue, havia um machucado na lateral da sua testa.

-"Você jurava solenemente mais uma vez ? "Perguntou ele. Tamlin apenas ergueu a mão direita ao alcanço da cabeça.

-" Diante de mim, Tendo a terra sagrada feita de magia, os deuses e meu povo por testemunha e sob pena de perder o respeito por minha própria palavra, eu me comprometo a buscar e defender a vida da minha corte e povo, em tudo que faço em todos os lugares onde eu esteja. E me comprometo a estar presente aqui e agora a despeito do prazer e da dor que este momento me traz. Fazendo a parte que me cabe do melhor modo que eu sei; eu me comprometo a pensar grande e a me preparar com disciplina e coragem, eu me comprometo a pensar grande e a me preparar com disciplina e coragem até que a Vida me considere apto para a morte. " Bradou alto o suficiente para que todos pudessem ouvir. Os feéricos, agora súditos de Tamlin mais uma vez, se ajoelhavam diante dele e proclamavam seu nome a todas as alturas, ate que os pássaros pararam de cantar, o vento dançou mais uma vez, a terra sob nossos pés mais uma vez, viveu sob seu ciclo natural de magia.

-"Levantem-se " e assim foi feito. Tamlin caminhou ate um senhor, jogado ao chão, encostado a um poste, morrendo lentamente em devaneio, o envolveu-o com magia e como um piscar de olhos, o machucado fundo em seu estomago estava curado.

-" Vamos começar dando ajuda medica a todos vocês."

E com magia foram feitas barracas pelos campos, com suprimentos, comida e água; foram todos atendidos e curados. A paz começou a reinar e o silencio da morte deu lugar a burburinhos feitos de vida.

-" General-" disse Tamlin chegando perto de mim com um leve sorriso no rosto.

-" Grão-Senhor " Respondi .

-"Deveria se curvar diante de mim ,moçinha. -"Disse dando um sorriso amarelo.

-"Princesa-General ou não, Eu não me curvo diante de homem, mulher ou a qualquer outra coisa." Eu disse determinada, mas minha voz falhou ao final, meu ombro doía nefastamente, pesava com o sangue azul que jorrava da ferida.

-" Por que diabos eu tenho sangue azul?" Guinchei de dor quando Tamlin tomou meu braço para examinar o ferimento.

-"Típico de bruxas, como você mesma disse, Princesa-general ou não, deve tratar seu ferimento antes que infeccione. -"

Senhora da Luz e das TrevasOnde histórias criam vida. Descubra agora