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Diana Markovic

Senti o tremor do avião levantando voo e ir deixando para trás a Austrália e tudo que eu vivi lá. Só queria esquecer Jeremy e toda a família vigarista dele. Estava voltando para Califórnia, meu lar de verdade, onde sempre vivi como uma princesa na casa dos meus pais, com todo amor do mundo e também é claro, o luxo.

Olhei meu iPhone e vi dezenas de ligações e mensagens dele, ignorei todas sentindo a raiva crescer dentro de mim. Alguns minutos depois eu acabei caindo num cochilo profundo quando senti de súbito um tremor violento balançar meu corpo fazendo-me despertar com um sacolejo revolto, juntamente com gritos de medo.

Ainda atordoada olhei ao redor e percebi o avião declinando, pelas janelas vi o céu muito nublado e uma forte chuva caía. Comecei a ficar apavorada e era inevitável no momento não pensar várias coisas negativas. Depois de tudo que tinha planejado para minha vida, iria morrer numa queda de avião!

Eu merecia tantas coisas ruins?

Fechei os olhos e comecei a chorar, não iria gritar, não adiantaria nada. Então só chorei baixinho e pedi perdão a Deus pelos meus pecados.

E então de repente ouvi a voz da aeromoça dizendo que o pouso de emergência ocorreu com sucesso e que todos deveriam descer do avião. Era apenas um pouso de emergência e eu pensei que o avião estivesse caindo. Ainda bem que não gritei.

Soltei enfim o ar que estava preso dentro de mim no momento em que eu pensava ser o da minha morte. Me desprendi do sinto de segurança e desci do avião com minha bolsa grudada em mim, do lado de fora já estavam algumas pessoas debaixo de uma tapagem tentando fugir da chuva forte.

— O que aconteceu? — perguntei para qualquer um que poderia me responder.

— Uma tempestade repentina arruinou o voo. Não era possível continuar a viagem, os riscos de queda seriam de setenta e nove por cento, por isso resolveram fazer um pouso de emergência aqui nesse lugar que eu não faço a mínima ideia do que seja e de onde seja. — uma mulher respondeu secando do rosto pingos de água.

Isso tudo enquanto eu dormia?

— Que bela porcaria! — murmurei baixo — E agora?

— Agora eu não sei. — deu de ombros.

Em seguida vi as comissárias de bordo se aproximando juntamente com o piloto e o copiloto, eles se juntaram perto de nós parecendo prontos para dar alguma notícia.

— Peço a atenção de todos para este breve aviso: uma grande tempestade se aproximou no céu em toda a região da Austrália vinda da costa norte. Por isso nosso voo precisou ser pousado com emergência para evitar tragédias ou demais transtornos. Essa região é conhecida por ser uma área Viking, é um vilarejo bem reservado que contém apenas uma hospedagem que cabe vinte pessoas. Considerando que nesse avião há trinta e cinco, fui informado que eles são bem receptivos aqui e darão abrigo para os que não conseguirem hospedagem durante todo o tempo em que precisaremos esperar a ordem de levantar voo novamente. Desde já agradeço pela atenção de todos. — concluiu. Ao redor conseguia ouvir suspiros irritados, xingamentos e choro.

Deixei meu peso cair sob meus ombros e bufando me afastei em busca de sinal de celular para avisar meus pais, mas sem sucesso. Isso era mesmo uma droga! Só esperava que no dia seguinte ainda pela manhã tudo estivesse resolvido e a tempestade passasse. Não iria me desesperar por enquanto e se fosse preciso dormir com um pouco de desconforto somente uma vez, eu poderia aguentar.

Enquanto eu tentava fazer meu celular funcionar naquele fim de mundo, muitos tinham corrido e garantido seus lugares na hospedagem. Coloquei um casaco na cabeça e corri em direção ao local rústico todo de madeira alguns metros à frente.

O Amor De Um Viking (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora