Epílogo.

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Pelo chão da sofisticada cozinha americana, o sangue percorria pelo piso de madeira. Gotejando pela boca da mulher, o sangue já simbolizava o esvair ver suas últimas forças, enquanto seus olhos esbugalhados olhavam para o nada, com um reflexo tênue de desolação.

O homem de cabelos ruivos e olhos verdes contemplava o cenário com as lágrimas ainda descendo em seu rosto, o coroando com o sentimento de desespero e arrependimento perante a cena. Ele segurava a mulher morta em seus braços, tentando conter sem sucesso o sangramento em seu ventre, enquanto suas lágrimas caiam sobre o rosto aterrorizado da vítima. A faca ensanguentada ao lado de seu pé foi jogada para fora do cenário quando em um espasmo de tormento o homem gritou, esvaziando de sí toda dor do momento. De repente, o choro deu lugar a outro ruído sombrio. O riso macabro percorreu a casa se iniciando como uma atrapalhada gargalhada, que como uma faísca deu início a um incêndio.

A gargalhada perturbadora tornou o momento ainda mais soturno e macabro. O homem abaixou sua cabeça, abafando seu riso profano sobre o corpo da mulher. Ele levantou seu rosto uma última vez, enquanto suas veias avermelhadas dilatavam, e seus olhos verdes brilhavam na sombra densa do escurecer, erguendo novamente o frenético e perturbador sorriso em seus dentes amarelos. Uma sinfonia tenebrosa preencheu a casa, dessa vez com mais potência, enquanto na cozinha sua fonte ainda segurava em mãos o corpo da mulher que amava.

E escondido dos olhos de Unit, um clamor de liberdade se ergue, e pela primeira vez, ela é ouvida.

Veja a continuação em...
Justice II- Halloween maldito

Justice- Not hero [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora