Capítulo 3-Acordos problematicos

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Hospital de UNIT

Philippe estava deitado em sua cama sem dizer uma palavra a horas. Seus olhos estavam vermelhos e sua boca seca, numa imagem deprimente de descuido. Não comia à 5 dias, e a última vez que alguém tentou obriga-lo a se alimentar os seguranças tiveram que intervir. Ele agia com extrema violência a tudo, quando não estava chorando estava hostilizando os funcionários ao tentar fugir, chorando pelos cantos e praguejando aos céus maldições a manutenção de sua vida. Havia muito barulho pelos corredores. Dona Carola andava até o quarto com uma xícara de café em sua mão, e mesmo tendo certa idade assediava cada bom rapaz que passava por ela.

Ao entrar no recinto fechou a porta e se dirigiu a Philippe, que permaneceu imóvel com sua expressão contemplativa de tristeza.

— Eu trouxe café. Já que não come nada não tive o trabalho de trazer algo para você.

Philippe continou encarando o vazio, com seus olhos ainda marejados pelo luto e vermelhos por uma mistura de angústia e frustração, ignorando tudo a sua volta.

— Escute filho, eu sinto muito. Carry era uma boa garota, mas já estava doente, talvez... seja o melhor para ela. – Carola possuía uma insensibilidade desumana em suas palavras, fomentando um pesado suspiro de irritação no homem.

— Você terá alta daqui uns dias. Mas se continuar tentando fugir iram manda-lo para um hospício. – continou ela— Precisa... superar! Eu já perdi um filho uma vez, sei como é. Outra coisa, não sei se está apto a cuidar de si mesmo, então... continuarei tomando conta de você e sua indenização. Pode voltar a morar na pousada por algum tempo. Posso cuidar de fazer compras pra você e descontar o aluguel, e então pode arrumar um emprego depois.

Philippe se vira lentamente com uma expressão fria de confusão:

— Indenização?– indaga de forma vazia, encarando a mulher com uma face amendontradora.

— Ora essa, resolveu interagir?– provoca em um tom atrevido— Sim, você sofreu um baita acidente. Estava bem perto do troço lá. Sorte que sobreviveu. Recebeu uma bela grana dos engomadinhos da Nova fonte.

— Não quero o dinheiro deles Carola.–Philippe levanta rapidamente seu tronco da cama, se aproximando de Carola com uma expressão de ódio. Suas veias do pescoço saltam e seu rosto fica vermelho, assustando a mulher— Eu quero minha filha de volta. Eles a tiraram de mim! Com seu maldito gerador, me deixaram mofando nesse quarto enquanto minha filha morria. Eles vão pagar!!!– gritou em fúria por fim.

— Philippe pelo amor de Deus, fale baixo.– Carola fica assustada enquanto olha para a porta, tentando adivinhar se não havia ninguém no corredor. Ela se aproxima de Philippe o empurrando para a cama, antes de se preparar com receio para continuar— Eles já pagaram filho. E muito! Sei que tem uma história triste aí, sua filha morreu, você não pôde cuidar dela... Mas enquanto dormia, algumas pessoas fizeram de tudo para garantir que isso não fosse a público. Já há histórias tristes demais por aí. Precisa se acalmar, eles fizeram um bom acordo. Você tem muito dinheiro agora, apenas... sofra, mas não envolva ninguém nisso. Já é passado.

Philippe olha com nojo e espanto para Carola, a vendo estampar um sorriso falso em seu rosto. Ele já havia entendido o que estava acontecendo. A maldita velha havia vendido seu silêncio por uns trocados. Bêbada maldita!

Philippe olhou com desprezo bem no fundo de seus olhos. Seu olhar faz Carola tremer por inteira, enquanto disfarçava envergonhada.

Justice- Not hero [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora