☼♡ Kumi ♡☼
Após encontrar com a garota um pouco arrogante chamada Yumi, resolvo ir logo para o trabalho. Pago o Cappuccino derramado e os bolinhos que acabei por não comer, resolvendo devorá-los no caminho.
No trabalho sempre faço as mesmas coisas o dia inteiro, servir de empregada para meu chefes que a todo momento me pedem para buscar algo "super" importante a eles, como um café ou um lámen.
Acho inútil ficar andando para lá e para cá apenas para satisfazer os gostos daqueles riquinhos esnobes, porém felizmente eles me pagam bem para dar uma de empregada particular. Comecei a trabalhar aqui apenas a três dias, com o intuito de arrumar alguma grana para conseguir manter minha casa recém alugada, o que vejo agora ter sido uma péssima ideia. Sem ter uma segunda opção de emprego faço de tudo para manter meu cargo ou para conseguir uma promoção.
Após o serviço, como se deve imaginar, chego morta em casa. Porém não tenho tempo para descanso, indo logo para a faculdade onde me esforço para me manter acordada, mesmo não conseguindo as vezes.
O mais incrível é que em todo o período de aula me sinto extremamente exausta, porém ao chegar em minha casa o sono evapora em questão de segundos. Sentir que minha casa não é realmente meu lar é uma das piores coisas que tenho de enfrentar quando estou sozinha.
Sempre morei em um lugar cheio de pessoas entrando e saindo, desde parentes até amigos, era barulho a todo instante, porém ao me mudar o silêncio constante me sufocou completamente. É isso que sinto, como se estivesse sendo enforcada por mãos invisíveis, me tornando cada vez mais vazia, assim como os cômodos e paredes que me cercam.
Por isso prefiro ficar andando sem rumo por aí até o sono reaparecer.
Minha faculdade se segue normalmente: Eu quieta em meu canto ouvindo as pessoas conversando e o professor passando uma matéria já vista anteriormente, fazendo anotações ridículas e inúteis em meu caderno ou apenas desenhando algo aleatório. Bom, para esclarecer, sou bolsista, e a maioria das pessoas deste colégio não gostam de bolsistas por nos considerarem pessoas pobres e medíocres o bastante por termos que recorrer a auxílios.
Ao chegar em casa jogo minha bolsa em um canto ao lado da porta de entrada e me encaminho para o banheiro. Tomo um banho relaxante, esquecendo do dia corrido de hoje. Depois de vestir uma calça jeans rasgada no joelho, uma blusa de frio um tamanho a mais que o meu e um All-Star vermelho, resolvo andar um pouco para esperar o sono reaparecer. Entretanto, sabendo que não terei sono novamente tão cedo, recorro a ajuda de remédios, como todas as noites.
Passo na cozinha, tomo um calmante, pego as chaves, meu celular e saio de casa sem rumo. Olhando o horário no celular tenho noção de que são mais de meia noite e que não há quase ninguém a esse horário na rua, porém não me importo.
Caminho olhando para o céu noturno e as estrelas que aparecem ao longe. Lembro de minha família. Pego meu celular novamente em mãos, escrevo uma mensagem rápida de boa noite a eles e envio, guardando o aparelho de volta rapidamente. Sei que é arriscado andar a esse horário sozinha, ainda mais mexendo no celular, então tento ao máximo não usar o objeto com muita frequência.
Basicamente todas as noites saio para a escuridão parcial, sendo iluminada apenas pelas luzes dos postes ao alto. Não espero que aconteça nada de mais, apenas que eu permaneça sozinha e tranquila em meu canto, o que geralmente ocorre. Porém hoje não parece ser um dia normal.
Ao desviar meus olhos para o outro lado da rua vejo um homem segurando uma garrafa e me olhando fixamente. Sinto um arrepio percorrer meu corpo, isso é um mal preságio. O mesmo joga a garrafa para trás e caminha lentamente até mim, aperto o passo. Caminho mais rápido, aumento o passo e quando vejo estou correndo a toda velocidade ouvindo-o me seguir.
O desespero e adrenalina batem em meu peito ao ritmo de meu coração. Paro de cansaço tentando recuperar o fôlego e ver se consegui despista-lo. Para a minha surpresa estou sozinha, com o coração saindo pela boca e parecendo uma retardada. Talvez o homem estivesse apenas atravessando a rua e minha cabeça criou essa paranoia de perseguição. Respiro fundo na tentativa de me acalmar.
Quando meu coração está começando a voltar ao normal sinto uma mão tapar minha boca e meus braços serem puxados com brutalidade para trás de minhas costas. Me debato, tento chutar, gritar, porém sem sucesso. Me arrepio ao ouvir uma voz baixa e arrastada em meu ouvido, juntamente com o cheiro de álcool:
– Quietinha, por que estava correndo tanto de mim? Vamos nos divertir um pouco, amor. – O homem morde minha orelha de forma provocadora e um tanto sexy.
Tento gritar novamente, porém sou arremessada contra a parede de uma fabrica -me fazendo perder o ar nos pulmões- e prensada pelo corpo um pouco musculoso que agora reparo não ser de um homem, mas sim de um rapaz um pouco mais velho que eu.
Sua mão liberta minha boca, sendo substituída com rapidez por seus lábios. Mordo-o com força, recebendo um soco no rosto em troca. O mesmo leva os dedos aos lábios, examinando o corte e vendo o sangue brilhar contra a luz.
– Vadia, olha o que você fez! – Diz me enforcando e rasgando minha blusa bruscamente. – Ninguém me recusa e sai impune.
Com as últimas forças que consigo encontrar grito por ajuda sentindo minha visão ficar turva e minhas esperanças se esvaindo. Eu seria estuprada e morta por um bêbado medíocre.
– Solte ela. – Ouço uma voz rouca falar com convicção. – Estou mandando a soltar.
Foco meu olhar na pessoa dona da voz, um garoto, que puxa o agressor para longe de mim enquanto desfere um soco em seu rosto. Recupero o fôlego perdido colocando as mãos na pescoço.
Tenho noção de que os dois rapazes brigam com socos e chutes, porém não tenho forças para ajudar ou ligar para a polícia. Meu corpo amolece, fazendo-me escorregar com as costas encostadas no muro até o chão. Fico sentada sabendo que o que está acontecendo comigo é o efeito do calmante que tomei a um tempo atrás, meus olhos pesam como chumbo.
Uma silhueta aparece em minha frente, me encolho com medo. A pessoa que agora é um borrão se abaixa ficando do meu tamanho, sinto seu olhar fixo no meu. A mesma voz rouca que me salvou diz:
– Você está bem? – Permaneço em silêncio. – Meu nome é Taehyung, qual o seu?
– Tae... – Tento dizer algo, porém minha voz falha miseravelmente.
Caio na escuridão completa, ficando apenas com o nome do garoto em minha mente.
Taehyung.
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Espero que gostem. Comentem o que acham se quiserem e tomara que acompanhem a história comigo, Hanna e com a Thau.
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The Beginning Of The End
OverigA vida se passa sobre a perspectiva de Yumi e Kumi. Muitas lutas para que possam ser felizes em um mundo um tanto quanto cruel. Yumi é uma garota independente que não se importa com a opinião alheia e sempre tenta fazer o melhor possível. A confianç...