Interlúdio I.V.II - yamanai uta wo...

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AVISO: LEMON
Músicas cantadas e tocadas pelos personagens do capítulo estão nas notas finais.

Interlúdio I
       Parte V.I.II
止まない唄を・・・
(yamanai uta wo...)

— Nii-san? O que houve?

A voz de seu irmão ressoou pelo carro silencioso, fazendo com que suspirasse imperceptivelmente; não sabia o que dizer. Na verdade, não sabia nem se deveria falar algo, já que talvez a notícia que recebera fosse perturbar mais que trazer benefícios ao mais novo. Ainda não tivera tempo o suficiente para digerir o que ouvira, muito menos para saber de toda a situação, e sua mente analítica estava tentando juntar as peças de todos os anos de observação.

Ainda tinha muita coisa a descobrir e sabia disso. Pela expressão transtornada de Madara, sabia que o assunto seria pesado e sério, ainda mais pelo tio ter relutado tanto em falar sobre.

Ainda estava um pouco atônito por todo o conteúdo da conversa que tiveram; não esperava que Madara fosse perceber que seu relacionamento com Sasuke evoluíra, mas, ao voltar no passado, podia se lembrar das vezes em que o mais velho dera a entender que sabia. A primeira vez em que se relacionara com Sai era um grande exemplo, visto que a expressão de Madara fora de uma tristeza intensa por sua escolha, mas que logo desaparecera e retornara a sua habitual máscara de sarcasmo. Ou também todas as vezes que relatara sobre as crises depressivas de Sasuke; a expressão triste retornava, sendo substituída por resignação e por tiradas secas sobre como ele, Itachi, iria acabar descobrindo o real motivo pela instabilidade do irmão.

De qualquer forma, mesmo que os sentimentos fossem óbvios para o Uchiha mais velho, ainda era estranho que se passasse pela cabeça dele que dois irmãos poderiam se envolver daquela forma. Mas, analisando sob o ponto de vista de que sua família possuía um histórico antigo de incesto, talvez não fosse tão impossível assim.

Sua mente dava voltas e voltas no mesmo assunto, deixando-o desconfortável e agitado. Era coisa demais para processar; seu tio e Naruto, com o apoio incondicional, que não deveria existir, mas que era grato por ter. E sua família. Se Madara percebera, será que seus pais também poderia acabar desconfiando? Era uma possibilidade, por mais que nenhum dos dois fosse tão perspicaz quanto seu tio.

— Nii-san? - Sasuke voltou a questionar, com mais impaciência e um toque de preocupação.

Olhou para ele com um suave sorriso em seus lábios, tentando tranquilizá-lo ao mesmo tempo em que se recriminava por ter ficado preso em seus próprios pensamentos daquela forma.

— Nada que precise se preocupar, Otouto. Está tudo bem. - Disse, estacionando o carro em frente à casa. Viu que seu irmão franziu o cenho em aborrecimento e não fez qualquer movimento para sair do veículo, olhando-o com uma expressão pesada.

— Como não? Você está quieto e estranho depois de ter conversado com Madara. O que ele te falou para te deixar assim? - Ouviu-o questionar enquanto cruzava os braços no peito em visível irritação.

— Ele conversou comigo sobre o que havia percebido. - Declarou, mantendo o tom de voz leve na tentativa de apaziguá-lo.

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