II - Adagio Pesante

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Sem Betagem.Contém Hematolagnia [fetiche/fascinação por sangue] suave. Não leia se não gostar.

Concerto n°1:

II – Adagio Pesante

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Madara estava animado, podia perceber isso sem qualquer dificuldade. Havia trancado a porta da sala de vídeo da gravadora, para que não fossem interrompidos, enquanto um sorriso quase idiota se fazia presente em seu rosto. Um dos DVDs foi colocado no aparelho e ele voltou a se sentar ao seu lado, apertando o play no controle remoto e olhando nervosamente em sua direção antes do vídeo começar.

– Essa era a primeira formação. Eu tinha dezoito aí, da pra acreditar?! Era obrigado a usar a máscara para o meu pai não saber que era eu, mesmo com a banda estourando na mídia daquela época. – Ele contou, rindo brevemente, enquanto os créditos rolavam pela tela. – Nessa formação, eu era guitarrista. Não queria me expor, sabe. De qualquer forma, as pessoas pareciam amar a voz arrastada de Orochimaru.

Nada disse, resumindo-se a assentir e fitá-lo rapidamente, voltando os olhos para tela ao notar que a parte interessante estava para começar. Desde criança, tinha a vontade de ver o tio nos palcos, não conseguindo imaginar aquele homem quase estúpido como um astro da música. Sim, sabia que o talento dele era genial, mas tinha duvidas quanto à performance. Tinha uma leve impressão de que Madara havia se feito de idiota na frente do mundo inteiro, mas não podia confirmar antes de ver os vídeos.

Viu a banda se apresentar, começando com a entrada de um estranho homem que, apesar de jovem, exibia cabelos brancos e arrepiados. Ele saudou o publico com duas baquetas cruzadas e um enorme sorriso no rosto, se dirigindo para a bateria em seguida. Podia ver que o vídeo era antigo; a qualidade não era das melhores, apesar de não ser tão ruim assim.

– Jiraya. Um grande baterista, mas nunca vi pessoa mais pervertida! – Seu tio explicou, divertido, mas o saudosismo nítido em sua voz. – Aquele loiro bonito que está entrando agora é o Minato, o outro guitarrista. – Ele declarou, assim que o belo adolescente de cabelos claros, que Itachi não dava muito mais que dezesseis anos, se fez presente no palco.

Em seguida um homem de cabelos negros e pele extremamente pálida entrou no palco – Itachi ouviu seu tio lhe falar que aquele era o tal Orochimaru – seguido por outro jovem que o lembrava Madara, mas de uma forma estranha; o homem, de cabelos também longos e negros, era quase semelhante a Sasuke e aquilo o assustou um pouco. Não era seu tio, disso tinha certeza, já que o idiota da máscara laranja entrou pouco depois, então, quem aquele adolescente poderia ser?

Virou-se para o tio, com o cenho franzido, e resolveu sanar sua duvida, curioso demais para mantê-la para si.

– Quem é aquele baixista? Ele parece com você. – Constatou, resolvendo jogar as cartas na mesa para que Madara não tentasse evadir sua pergunta.

Ele se virou em sua direção, com um sorriso entristecido no rosto, o que deixou Itachi ainda mais confuso. Ouviu-o suspirar alto e ergueu uma sobrancelha, querendo logo a explicação para que pudesse ver o vídeo que ainda tocava na tela de exibição.

– Izuna... É um assunto complicado, Itachi. Ele é meu irmão do meio, mas ninguém o reconhecia como tal. Izuna nasceu de um relacionamento adultero e incestuoso entre meu pai e uma prima próxima. – Ele explicou, com um ar sério e pesado, e Itachi teve que esconder o próprio choque. Jamais imaginava que poderia ter outro tio, nunca ouvira qualquer rumor sobre isso, e sua surpresa devia ter sido visível, pois Madara continuou a falar, como se tentasse fazê-lo compreender. – Na família, ele era considerado filho de algum desconhecido ao qual a prima do meu pai tinha dormido. Praticamente ninguém sabia da verdade. Eu descobri por acaso, então não comente com Fugaku. Você sabe como é a peça.

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