(re)inventar

.sobre jantares e explicações

— Oi. — Kevin apareceu atrás da porta de sua casa, sorrindo tímido para Sunwoo, sentindo falta de toda a atitude que tivera durante a manhã na cafeteria, essa tinha desaparecido depois que o coreano fora embora.

— Oi, Chamego. — Honestamente, deveria ser um crime ser tão bonito assim como Sunwoo era, sinceramente. Hyungseo não tinha estruturas para aguentar aquele homem. O canadense nem notou que estava encarando tanto assim o… bem, eles ainda não tinham uma definição para o que eram, mas Kevin só notou o que estava fazendo quando o Kim chamou a sua atenção, com um sorriso debochado em lábios. — Eu sei que eu sou lindo, mas tá frio aqui fora, poxa.

— Na verdade, tem comida no seu dente, lindo. — Inventou uma desculpa qualquer, antes de dar espaço para o mais novo entrar, deixando o coreano confuso pela primeira vez na noite. — Vai ficar aí parado, admirando a minha beleza ou o quê?

— Ai, por que você machuca tanto o meu coração, hein? — Reclamou, entrando na casa. — Dá até vontade de comer o bolo que eu trouxe sozinho. — Balançou a sacola que carregava em suas mãos.

— De que é? — Praticamente gritou, tentando pegar a sacola, mas sem sucesso. O Kim sempre fora mais ágil que si.

— Adivinha. — Cantarolou Sunwoo, indo até a cozinha, com Hyungseo o seguindo.

— Diz que é chocolate com menta, vai. — O tom manhoso do loiro fazia com que Sunwoo tivesse vontade de parar o que quer que estivesse fazendo para enchê-lo de beijos. E foi o que fez. Kevin não reclamou.

— Ih, acertou. Assim não vale. — Foi tudo o que o mais novo disse assim que seus lábios estavam separados.

— Foi você quem fez, né? Se não, nem quero. Só você sabe fazer bolo de chocolate com menta que fique bom.

— Não sei se deveria achar isso bom ou ruim, mas, por via das dúvidas, obrigado, chamego. E fui eu quem fiz sim.

— Você é meu cozinheiro particular desde que me fez fugir daquele restaurante pela janela do banheiro, dengo, deveria saber disso. — O Moon piscou, finalmente pegando a sacola e a levando para a cozinha, com Sunwoo vindo atrás de si.

— Eu acho isso um absurdo, mas vou deixar isso pra lá porque eu tô bonzinho hoje. — Declarou, encostando-se na mesa. Sunwoo não queria ser chato, mas também não poderia esquecer por que tinha ido até lá, poxa, já sabia que os dois se gostavam (ou pelo menos era o que parecia) e o coreano só queria poder dizer para o mundo o quanto era apaixonado por aquele canadense chato. — Kev, não querendo ser chato, mas já sendo… A gente precisa conversar, não?

Kevin suspirou alto, por mais que ele que tivesse insistido por aquele momento, não queria encarar seus sentimentos agora, mas sabia que era necessário, então, pelo menos, não podia encarar tudo aquilo com o estômago vazio.

— A gente precisa. E a gente vai. Mas eu encomendei japchae naquele restaurante que você gosta… A gente deveria comer antes.

Foi o que fizeram. Hyungseo arrumou a mesa e logo os dois estavam comendo, não falaram nada durante todo esse tempo, mas não era como se fosse um silêncio desconfortável, muito pelo contrário, Sunwoo tornava tudo tão confortável para o mais velho que estava completamente rendido a si, mesmo sem notar.

Ao terminarem de comer, o mais velho perguntava-se onde havia ido parar toda a coragem que teve mais cedo na cafeteria, pois estava sem coragem até de encarar o outro, assim, recolheu o que estava sujo da mesa e resolveu lavar sua louça.

— Então… — O próprio Kevin começou, sem desviar o olhar do prato que lavava, evitando o olhar do mais novo.

— Então… — Sunwoo imitou o canadense, esperando que este falasse algo a mais, mentiria se dissesse que não estava com medo do que poderia acontecer, mas tentava acreditar que, depois de tudo o que já havia acontecido, não poderia dar nada errado. Não agora. — Sabe, não precisa se sentir pressionado nem nada do tipo, eu super respeito o seu tempo, não quero que faça algo que você não quer. Eu casaria com você? Casaria, mas assim, só essas ficadas de vez em quando já tá bom.