Symphony (G-Dragon)

Capítulo 12 - Somebody Told Me

"Precisamos conversar, aconteceu uma merda bem grande, encontre-me no café mais próximo."

O sol mal tinha nascido e eu já havia acordado com um susto depois de ver a mensagem. Era Jiyong, parecia sério.

Mais tarde, fui ao seu encontro, e como nunca me atrevo a perguntar por achar que o "mistério" tem um bom motivo, minha curiosidade estava me matando. Encontrei Jiyong nervoso, nem mesmo sentado estava, andava de um lado para o outro fora do estabelecimento, olhando para o chão, parecia extremamente atormentado. Apressei o passo, disfarçando para que ninguém achasse que eu era uma louca correndo no meio da rua, tentando alcança-lo. Aproximei-me o suficiente e segurei suas mãos, tentando parar seu frenesi. Ele lentamente levantou sua cabeça e me encarou, tinha uma expressão exausta apesar de toda sua euforia, podia ser coisa da minha cabeça, mas ele parecia ter tido uma crise de choro ou uma péssima noite de sono recentemente.

- Ei, o que houve? Se acalma! - tentei segura-lo por um momento quando parecia fraquejar as pernas.

- Ela... ela me... ela me traiu. - finalmente falou, já sentado e de cabeça baixa. Parecia envergonhado.

- Como assim? Ela quem? Fez o quê?! - tentei confirmar se era o que eu estava pensando. Óbvio que sim.

- É isso, ela me traiu, minha namorada me traiu, ainda nem fizemos um mês juntos. - ele terminou, me encarando quase como se estivesse se confessando para mim.

Encarei-o um pouco mais do que deveria, meu cérebro precisava processar, devo ter parecido uma boba chacoalhando minha cabeça ao tentar voltar ao normal. Tudo veio à tona. Enquanto ele me explicava calmamente cada detalhe entre suspiros de cansaço, eu sentia um nó se formar em minha garganta e meu coração apertava ao vê-lo daquele jeito, ainda mais quando lembrei de falarem que aquela menina não era uma das melhores pessoas para se aproximar, sempre tive medo de me meter demais em sua vida e com quem ele se relacionava ou não, com medo de o machucar, mas eu finalmente tive oportunidade e coragem de conta-lo.

- Não posso mentir para você, não ouvi as melhores coisas sobre ela... pelo pouco que me falaram, ela não é confiável, mas não podia afirmar, pois não a conheço o bastante. - admiti em um tom quase mudo.

Jiyong se levantou e rosnou, colocando as duas mãos no rosto como se estivesse à beira de um ataque de fúria, o que me assustou. Devia ter ficado quieta.

- Por que diabos você não me avisou?! - ele gritou enfurecido.

Encarei confuda mas logo revidei.

- Você acha que eu posso simplesmente sair por aí dizendo com quem as pessoas namoram ou não?! Foi por essa sua reação que preferi ficar calada! Não queria abalar nossa amizade. - respondi tentando não tropeçar no meu próprio nervosismo.

- Se essa amizade é tão importante assim para você, então devia ter me falado! - insistiu.

- O que você faria se eu falasse para você que não confio na garota que você gosta do nada? Provavelmente ia fazer uma birra igual ou pior que agora! Nem olharia mais na minha cara. - rebati

- Birra? Eu fui traído! - gritou me encarando de perto enquanto fechei os olhos e cerrei meus punhos, estava me segurando para não partir para a violência.

- Então você chama esse showzinho que você tá fazendo de quê? E me diz, que porra eu tenho a ver com você ter sido traído? Não fui eu quem te traí! Por que você tá jogando isso para cima de mim? - um silêncio foi instaurado entre nós enquanto nos encarávamos.

Jiyong olhou para o lado, passando a mão na testa, e depois voltou para mim.

- Eu ainda amo ela! Não é tão fácil. - tentou falar alto mas as últimas palavras sairam fracas.

Ele se foi, provavelmente desapareceu atrás de mim, mas eu estava com muita raiva para olhar, só queria esfriar minha cabeça ou me isolar pelo resto do dia.

*Jiyong POV*

Como ela podia ser assim? Será que nunca mudaria? Sempre jogando insinuações como se soubesse de tudo, como se fosse a pessoa mais cheia de razão do planeta. Sempre se metia nos meus assuntos e eu nunca reclamei, mas dessa vez não aguentei. Talvez eu precisasse de espaço.

Andei apressadamente pela multidão, esbarrando em vários e ouvindo suas reclamações sem responder. Não tinha um rumo, andava para o desconhecido, não fazia ideia para onde ir. A única companhia que eu poderia ter eu acabei de afastar. Sim, eu reconheço, fui um babaca. Yuhari sempre esteve lá por mim e mostrou que queria o meu bem, avisou mesmo que indiretamente sobre cada uma das pessoas em que ela sabia que não eram confiáveis, e eu tonto como sou, não dei ouvidos, demorei a entender o que ela estava falando. Agora eu estava completamente sozinho e largado, eu mesmo me enfiei nesse buraco.

Cambaleava de cansaço depois de andar por horas, nem sabia mais onde estava. Era uma avenida extensa e deserta, já era tarde da noite, poucos carros passavam em intervalos considerados longos para quem está acostumado com a correria do centro da cidade. Algumas árvores seguiam em linha reta a calçada e no lado oposto à pista estava um lago. Minha cabeça girava e eu nem conseguia pensar direito, me deitei num banco que havia ali e olhei para o céu, deixando minha vista embaçar com as lágrimas. Eu me sentia um trapo, como se nunca fosse recuperar minha felicidade, estava sem esperanças.

"Finalmente eu percebi que não sou nada sem você. Eu estava errado."

- Me perdoe