Teen Mermaids

Salva vidas

Era claro que seus pensamentos estavam lhe torturando, em alguns momentos pensava que estava pirando. Lydia queria gritar, queria contar para alguém as anormalidades que estavam acontecendo com seu corpo. Mas não podia, elas haviam feito um pacto e promessas não se quebravam.  Queria desesperadamente afastar aqueles pensamentos, eles estavam lhe sufocando e a garota precisava de ar puro. Talvez sair para fora um pouco, lhe fizesse bem. Afastou o edredom que lhe cobria, Ignorando o fato de estar de pijama, pois já passava da meia noite. Mesmo desconfiando que não haveria como ser ouvida pois a casa era grande, a jovem desceu a escadaria pé por pé. Não gostaria de dar explicações sobre a situação embaraçosa na qual seria pega.

Deixou que o vento suave da noite lhe envolvesse. O cheiro salgado do mar denunciava o quão perto ela estava dele, morar literalmente na praia, devia ter suas vantagens, afinal. Parou bem diante das água, as ondas faziam uma rota suave, porém intensa. Combinando perfeitamente com os sentimentos daquela jovem sereia.

Alguns movimentos sobre as ondas, chamaram sua atenção, revelando um rapaz de peito nu sobre uma prancha. Lydia paralisou e o observou em ação, ele a manobrava com habilidade e sutileza, parecia bom no que estava fazendo. Era perceptível o sorriso nos lábios finos dele e foi aquele lindo sorriso torto que lhe fez reconhece-lo: James Alves.

O babaca era experiente e dava para ver isso nitidamente, até mesmo ela teve que admitir. Porém o mesmo não viu a grande onda que se ergueu sobre seu corpo e foi involuntariamente engolido pela mesma. Quando ele caiu, sua observadora pensou que logo retornaria, mas segundos se passaram, minutos, talvez, e nada do corpo surfista retornar a superfície. Sem o peso humano, a prancha retornou vazia, flutuando sobre a água que estranhamente havia se agitado e se tornado violenta.

Lydia se deu conta do grande perigo que o garoto estava correndo, soltou um gritinho de pavor e sentiu o medo lhe engolir por inteiro. O que faria? Não podia deixa-lo morrer, ele podia ser um monstro, mas ela não era. Suas pernas tremiam, lembrando-a de que ela era a solução. Ela podia salva-lo, o mar não lhe era mais um risco, agora ela era parte dele... Era arriscado e disso a sereia sabia, mas não podia deixa-lo para morrer sabendo que podia salva-lo. Suas amigas entenderiam e mesmo que algo desse errado e alguém lhe visse... Na pior das hipóteses, viraria objeto de estudos para cientistas.

Olhou para os dois lados, se certificando de que não era observada e quando teve quase certeza de que estava a sós com o gato arrogante, pulou na água com um salto perfeito, implorando aos céus para que James ainda estivesse vivo. Abriu e fechou seus braços com determinação, batendo a cauda com força, remando contramão e tendo que suportar fortes ondas. Um flashblack se instalou em sua memória, do dia em que lutou bravamente para encontrar Rebeka.

Seus olhos pareciam capazes de enxergar perfeitamente debaixo da água, graças a isso pode avistar boiando o corpo do jogador de Lacrosse, que obviamente estava inconsciente devida a quantidade de água que deveria ter ingerido.

Desejava com todo seu coração que não tivesse se demorado demais, provavelmente não se perdoaria se aquele garoto morresse. Reunindo todas suas esperanças, abraçou o corpo pela cintura, o mantendo seguro entre seus braços. Para logo em seguida, praticamente voar dentro das águas, guiada por uma onda de desespero. Quando viu os primeiros vestígios de areia, arrastou James para cima dela. Colocando-o deitado, puxando a si própria para seu lado. Ciente de que devia desaparecer com a cauda antes que o mesmo despertasse.

Saber que aquele humano podia morrer dentro de minutos, a fez ter forças o suficiente para despertar o poder adormecido que viva em seu ser. Logo suas mãos evaporavam a água habilmente, revelando suas desejadas pernas. Assim que estava "humana" novamente, se debruçou sobre o rapaz, pressionando o peito dele com a mesma força que o vento usava para jogar seu cabelos molhados para trás.