Sentimentos expostos

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Na noite anterior, quando chegou em casa, Lydia até tentou dormir, mas foi pega por muitos pensamentos. Em muitos deles, o sorriso de James Alves aparecia, era como se sua mente tivesse registrado cada detalhe do rosto do rapaz. Os olhos azuis, os lábios rosados, os cabelos desgrenhados, o som de sua risada, tudo... Ela não conseguia deletar as imagens de sua mente. O fato de não ter mais nenhuma informação sobre sua busca pela origem de sua cauda, também estava lhe deixando com dificuldades para dormir, mas ela não tinha nenhuma outra opção se não aguardar pela lua cheia. A sereia se pegou dando um suspiro cansado assim que alcançou a cozinha, acompanhado por um bocejo sonolento.

- Bom dia. - cumprimentou sua família, soltando seu corpo já vestido sobre a cadeira.

- Bom dia, querida. Não dormiu direito a noite? - a atenção de todos fora direcionada para ela, enquanto seu pai lhe questionava, servindo-lhe uma xícara generosa de café com leite.

- Deve ter dormido com os anjos. - Meredith se pronunciou com um tom malicioso, sua ironia era puro veneno e Lydia supôs que ela estava sugerindo algo. Só não sabia o que.

- Não, na verdade eu não dormi muito bem.- confessou após dar um gole no líquido que seu pai tão gentilmente havia lhe servido. Ela inspirou fundo e sentiu o cheiro de James invadir suas narinas, percebendo que o perfume dele havia ficado, da mesma forma que as imagens de sua risada. Como um gatilho, logo a gargalhada sedutora do popular voltou a sua mente, da mesma forma que outras cenas lhe acompanharam, tal como o mesmo sem camisa. Recusando-se a ser mais uma das mil garotas emocionadas a pensar nele, Lydia deu um tapa zangado em sua própria cabeça, como se isso pudesse manda-lo para fora de seus pensamentos.- Um mosquito chato. - murmurou quando percebeu o olhar curioso de todos da mesa sobre ela.

- O mesmo mosquito que lhe deixou com esse sorrisinho bobo? - questionou Meredith, olhando para seus Waffles.

- Que sorrisinho bobo? - perguntou a outra, mesmo sabendo a resposta. Maldito efeito James Alves.

- Ah, você sabe. - sua irmã deu de ombros, dando uma garfada em seu alimento e olhando intensamente para a garota.- Qual o nome dele?

Era uma armadilha, Lydia perceberá. Meredith era ardilosa e havia jogado sua isca. Esperando pacientemente para que sua irmã fosse o peixinho tolo a morde-lo.

- Não existe um "ele". - respondeu fitando a jovem pálida a sua frente, se controlando para não entrar em pânico. Seus pais observavam tudo em silêncio, mas prestavam atenção em cada fala da conversa. A morena esbelta e provocativa, lhe encarou com tédio. Mostrando que sabia exatamente que aquela não era a verdade. Mas por hora, deu-se por satisfeita.

- Acho que eu já vou indo. - a sereia se pronunciou, frustrada. Pegou sua mochila e uma maçã, tratando de sair às pressas daquele interrogatório. Meredith lhe observou com um sorriso nos lábios, provavelmente se divertindo com sua fuga estratégica.

- Espere, querida.- Loren pediu, erguendo seu corpo e bebendo um último gole apressado de seu café. Soltando a xícara com rapidez e derramando um pouco do líquido. - Eu levo você.

- Tudo bem. - não conseguiu conter a estranheza que predominou em sua face, tão pouco a surpresa por sua mãe se oferecer para acompanha-la até a escola. A mulher apesar de lhe dar todos os mimos do mundo, era um pouco distante, sempre centrada no trabalho.

Lydia saiu de dentro de sua casa, sendo seguida por sua mãe que caminhava com toda postura que uma mulher independente e bem imponderada podia ter. Apesar de ser um tanto fria, Loren era uma boa pessoa e continha um coração de ouro mas a separação com o marido lhe trouxera certas barreiras, difíceis de serem rompidas. Ela destrancou seu carro, e sua filha abriu a porta. Entrando dentro do mesmo e colocando o cinto logo em seguida. Feito isso, Loren deu partida no veículo. No meio da viagem, olhou de soslaio para sua menina e perguntou:

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