Perda de humanidade

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- Eu acho que não deveria culpa-la. Tem algo de errado acontecendo com Lucinda. - Rebeka tentou pela milésima vez convencer Lydia, seu tom ainda preocupado. - Ela jamais agiria assim...

- Beka, ela me fez beija-lo! - a outra parecia bem difícil de se convencer, estava firme em sua decisão de ficar brigada com sua melhor amiga. Para as outras, aquele beijo não era nada, mas somente ela sabia os problemas que aquilo lhe trouxera. - E na frente de Nolan ainda...

- Não tente fazer parecer que você está assim por Nolan. - a garota parou de supetão, ela reconhecia as verdades escondidas nos olhos de sua prima legítima. - Você só está brava porque gostou do beijo e do que ele lhe fez sentir por James.

- Eu não... - Lydia engoliu em seco, atrapalhada para negar. Sempre fora uma garota durona e conseguia esconder sentimentos tão bem, como de uma hora para outra, eles estavam expostos? - Eu não sinto nada por ele. - ela olhou mais adiante, aonde com seu grupo de populares, James gargalhava. - Absolutamente nada. - tentou se convencer, perdida na imagem linda do sorriso dele. - O Alves é só um babaca, convencido, que acha que pode sair impune a tudo por conta do poder que seu pai possuí. - suspirou, sem perceber o rumo que suas palavras estavam tomando. - Eu não me importo que ele seja lindo, cheiroso, cante bem, beije bem, e deixe qualquer garota louca. Eu não me importo que ele me deixe nervosa e não me importo com o jeito fofo que ele fica quando se preocupa, ou como a forma que pode ser um cara incrível quando quer. - sua voz tornava-se afetuosa, sem ver que ao seu lado, sua amiga sorria. - Eu não me importo...

- É, você não se importa. - a outra ergueu sua sobrancelha com ar debochado, com uma expressão que negava suas próprias palavras. Ela estava ironizando e aquilo deixou Lydia irritada, a mesma lhe encarou séria, fazendo-a gargalhar alto. - O que? Eu não estou falando nada! - ainda ria, sem controle.

Aquela brincadeira infantil teve fim quando Nolan atravessou o caminho delas, a passos duros e frios, não parando sequer a tempo das meninas verem seu rosto. Lydia bufou, ele a estava ignorando ainda e parecia muito zangado. Mas ela não queria perder a amizade dele, não daria aquele gostinho a James.

- Nolan, espera. - pediu o seguindo pelo corredor, sem nunca realmente conseguir alcança-lo. Sua perseguição fora interrompida quando um corpo masculino cortou o seu caminho, parando bem em sua frente com olhos azuis brilhantes. Malditos olhos azuis, Lydia gelou. Mas apesar dos sinais que seu corpo dava do quanto estava mexida por ele, continuou com seu rosto sério. - Sai da minha frente.

- Precisamos conversar. - ele disse com seu costumeiro jeito inabalável, enquanto ela lutava contra um furacão de emoções simplesmente porque ele estava perto. - Sobre o beijo...

- O beijo não significou nada. - ela o cortou com palavras frias e pesadas, mas seu coração estava quentinho e derretido. Pois apesar de beijar diversas garotas, ele ainda parecia se importar com o beijo deles. - Ainda nos odiamos, James. Foi assim desde que eu cheguei e será assim para sempre.

Os olhos geralmente gélidos do popular, ficaram com uma expressão genuinamente abatida, como se ele estivesse perdido.

- Então diga olhando em meus olhos que não significou nada, e eu deixo você em paz. - a voz dele saiu como um sussurro, sua pose de arrogante era a mesma de sempre, Lydia sabia. Mas mesmo sem saber como, ela jurava saber que o coração dele estava despedaçado, era como se eles estivessem ligados e algo que era invisível a todos, como o verdadeiro James Alves, era tão transparente para ela.

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