Teen Mermaids

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Eram seis horas da manhã e Lydia já via uma imagem que partia seu coração. Estava sentada em uma pequena poltrona no quarto de hóspedes da casa de Margareth, enquanto sobre a cama, James seguia dormindo. Ele estava ainda se recuperando do atentado de Shelby, sua aparência continuava um pouco frágil e tudo nele seguia dando sinais de fraqueza.

  A sereia lembrava com clareza o que de fato havia levado o playboy até aquele estado desidratado. Lembrava que quando tudo aconteceu, ele estava apenas lhe mostrando uma versão melhor dele mesmo. Aonde ele podia ser amigo, aonde ele tinha sentimentos e se importava, aonde ele lhe olhava com carinho e lhe abraçava para aliviar sua dor. Somente ele, sem a imagem ou o fardo de ser o melhor de Magic City.

  - Pequena? - ele despertou sonolento, sua voz baixa denunciava que ainda estava exausto. Como se o ataque de Shelby houvesse roubado toda sua energia. - Você ainda está aqui?

   - Estou sim. - murmurou com doçura e correu para o lado dele, segurando sem perceber, sua mão. Chegara a um momento em que não conseguia mais fingir frieza ou dureza com James, ele simplesmente havia lhe mostrado que ela era mais do que uma garotinha na defensiva. Ele mesmo lhe dissera, "Você tem essa mania, de se entregar com o olhar. Pode achar que esconde bem seus sentimentos. Mas todas as vezes que eu olho para os seus olhos, eu sei exatamente o que está sentindo."

   - A cadeira está desconfortável. Pode se deitar aqui comigo, se quiser. - ele riu levemente, embora fosse um sorriso imperceptível, a jovem agradeceu por vê-lo dando sinais de normalidade, como seu sorrisinho de lado cafajeste. James apertou sua mão com delicadeza e sem receios. Como se quisesse aproveitar aquele momento de paz antes que eles voltassem para guerra. Ou seja, para os dias nos quais fingiam se odiar.

  Ela não sabia bem de onde exatamente havia tirado toda aquela coragem, mas atendeu ao pedido dele e se deitou ao lado de James, um pouco afastada e encolhida, sabendo dos perigos que corria se genuinamente chegasse perto demais. Ele era um babaca insuportável, mas era o babaca insuportável mais lindo que ela conhecerá.

  -  Não seja boba. Chegue mais perto. - a voz dele sairá obviamente como um sussurro, pois seu corpo ainda se encontrava sem forças o suficiente até mesmo para falar, mas sendo quem era, ainda conseguiu debochar com malícia: - A menos que tenha medo de ficar perto de mim.

  É claro que ela tinha. O fulano era irresistível. Mas no fundo sabia que não precisava provar nada para ninguém, mas aproveitou-se daquela sugestão para fingir que o fazia só pelo desafio. Sendo ousada o suficiente para se deitar no peito dele, que era ainda mais confortável do que um travesseiro de penas. Seus ombros tensos relaxaram e ela fechou seus olhos, sonolenta. Ao mesmo tempo em que James passou a fazer cafuné em seus cabelos.

   Ela engoliu em seco, tentando deixar seus pensamentos não atrapalharem aquele momento raro. Afinal de contas não era sempre que se deitava no peito do cara que dizia a plenos pulmões, odiar. Mas seu lado paranoico não lhe permitiu apenas aproveitar, ele tinha que estragar tudo. Então venho em sua mente que James estava jogando desde o início que fora gentil e cativante com ela, como havia suspeitado no começo, Lydia para ele não passaria de mais uma conquista, somente mais um troféu.

  - Eu não sou como as outras garotas, não sou mais uma. - Murmurou para ele, sem se conter. Falhando miseravelmente na tentativa de parecer indiferente. De fingir não se importar ou ligar para ele. Demonstrando que havia sentimentos por trás de cada discussão.

  - Eu nunca quis que fosse como elas. Acredite, você nunca foi só uma garota para mim. - retribuiu ao seu murmúrio. Ela pode sentir seu coração batendo acelerado em seu peito, já que sua cabeça se localizava sobre ele. Aquelas foras suas palavras finais, antes de cair em um sono leve e deixá-la ali, com incontáveis pensamentos apaixonados, o mais largo dos sorrisos bobos e mil borboletas no estômago.  Se acomodou nos braços dele e também fechou seus olhos para dormir, sem se sentir mal pela primeira vez na presença dele, muito pelo contrário, se sentia incrivelmente bem.