Teen Mermaids

Resgate

Lydia não sabia que estava tão grave, não até aquele momento. Quando deitada em sua cama, pensava nos olhos dele, na boca, no cabelo, no sorriso, na voz, no peito... James era incrível de várias formas, embora sempre preferisse ser o babaca que agia conforme precisava para ser o melhor e não aquele que além de ter uma beleza espetacular por fora, também a tinha por dentro. Ela descobriu que não só o desejava, como contra todas suas vontades e princípios, estava apaixonada por ele.

- Pare de pensar nele, pare de pensar nele... - ordenou a si mesma, se virando na cama e cobrindo sua cabeça com o travesseiro. Se culpando por querer vê-lo, mas ela não só o queria, como também precisava.

A sereia abriu um imenso sorriso, daqueles que somente James conseguia lhe arrancar. Ela pegou a camiseta dele, aquela que havia pegado emprestada no último dia que o havia visto, esperava que aquela fosse uma desculpa convincente para ir até a casa do playboy mais cobiçado de toda Magic City.

Uma vez que estava dentro do Uber, sentia seu coração batendo acelerado cada vez que ficava mais próxima da casa de James. Desceu do carro e parou em frente a enorme casa, o vento jogava seus cabelos e ela colocou uma mecha atrás da orelha, respirou fundo antes de finalmente, acionar a campainha. Estava ali, não fugiria de novo.

Quem abriu a porta fora um homem alto, muito bem trajado e com olhos impiedosos. Ele era uma versão mais velha de James, na aparência, talvez na arrogância, mas nem de longe exalava o mesmo brilho que o capitão naturalmente tinha, Lydia se perguntou se o garoto continuasse seguindo os passos do pai, um dia seu brilho se apagaria como o daquele homem tão endurecido pela vida, havia se apagado.

- E você, quem é? - Perguntou com certa arrogância, tendo que olhar um pouco para baixo para poder encara-la. Assim como o do filho, seu porte era alto.

- Uma... Amiga do seu filho. - disse tentando espantar sua raiva e manter a boa educação que sua mãe havia lhe dado. Mas o desprezando por ser tão patético e desprezível, tudo bem que ela não era ninguém importante, mas eles já haviam se cruzado outras vezes. Como o homem podia simplesmente ter se esquecido?

- É o que todas conquistas dele dizem. - balançou a cabeça enquanto mostrava seus dentes, mas não era nem de longe um sorriso amigável. - Entre.

Se havia esperado por uma resposta se devia ou não ir até ali, ali estava ela. Gritando um não imenso em sua cara. O que estava fazendo? Aonde estava deixando seus sentimentos lhe levar? Ela sabia que sempre fora uma conquista para ele, e prometera a si mesma que não se deixaria ser. Mas algumas promessas, por amor, são quebradas.

- Tenho certeza que o seu filho tem muitas conquistas por aí, senhor. Mas tenha certeza de que eu não sou uma delas. - Encheu seu peito de ar e impinou o seu nariz, fitando-o com valentia. Ele olhou para ela com curiosidade, e depois por fim, sorriu.

Quando Lydia chegou no local aonde encontrou James, o viu sentado em sua cama. Ingerindo uma quantidade absurda de álcool, ele parecia chateado, embora não houvesse lágrimas em seus olhos.

- James? - ela o chamou com voz baixa. Ele deu um sorriso de lado ao lhe ver. Mas não parecia um sorriso animado, talvez debochado ou algo parecido a isso. - Você está bem? - ainda eu um tom muito baixo, ela perguntou e ele soltou uma risada de escárnio.

- Quem vê pensa que você se importa. Na verdade, ninguém se importa. - mais uma risada amarga.

- Por que está dizendo isso? - ela questionou, o olhando e vendo um cachorrinho ferido.