Domingo finalmente voltei ao trabalho. Voltar à rotina após viver esses dois últimos dias intensamente, ficar duas noites em claro e acordar às seis da manhã, não era nada fácil. E o pior era não tirar aquele idiota-cretino-arrogante da cabeça.
Desde que acordei eu estou tentando me focar no trabalho. Já recebi vários hospedes hoje. Já organizei as reservas de trás para frente, mas nada é capaz de me tirar dessa letargia pós Jughead Jones. Por mais que eu tentasse esquecer esse meu final de semana tumultuado, era difícil não pensar em tudo que aconteceu comigo desde que o conheci.
Não entendia nada de sentimentos ou estar apaixonada. Mas, eu entendia perfeitamente de atração física forte, sexual, embora ainda fosse virgem. A atração física existente entre nós dois era gritante. E para entender essas coisas não era preciso ter experiência alguma. Basta sentir. E o meu corpo não mentia. Eu sentia cada poro do meu corpo reagindo a ele.
Eu queria deixar que esse desejo forte me dominasse, eu queria me entregar a Jughead como nunca quis me entregar a ninguém. E, eu não entendia a razão pela qual, ele se negava a enxergar o quanto me queria também. Talvez, fosse por causa daquela morena aguada. Provavelmente ele a amava. E eu não sabia o porquê que saber disso me causava náuseas.
Na verdade, me incomodava profundamente o fato de ele ser apaixonado por aquela garota. Eu me lembrava claramente da maneira em que ele me beijava, da maneira como seus olhos brilhavam com uma expressão essencialmente animal quando ele me tocava... Não tinha certeza de nada, mas de uma coisa eu tinha certeza absoluta. Se eu fosse bem honesta comigo mesma, admitiria que eu estava em suas mãos, e que me submeteria a ele essencialmente por que o desejava. E muito.
O telefone da recepção me tirou dos meus devaneios inconsequentes. Atendi:
― Hotel Whitcomb, bom dia. Em que posso ajudar?
― Betty?
― Verônica! Estou trabalhando ligo para você mais tarde.
― Espera B... não quero atrapalhar, mas não posso mais esperar para te dizer que eu já sei de tudo. ― Parecia que eu podia ver a alegria dela contagiante do outro lado da linha. Engoli em seco.
― Sabe o quê?
― Que Jughead a beijou, quer dizer, que vocês se beijaram. Por que não me contou?
― Porque não teve importância alguma, nem para mim e muito menos para ele. E, além do mais, ele estava namorando. Não queria tirar a imagem de bom samaritano que fingia para a irmã mais nova dele, vai que você ficasse traumatizada em saber que o seu irmão de santo, meu amor... Não tem nada!
― Betty, sua safada! Aconteceu algo mais que eu não estou sabendo?
― Não, infelizmente... Que dizer, graças a Deus!
― Humm sei... bem que eu estava imaginado que esse ódio todo ia acabar nisso.
― Não acabou em nada, V. Acho até que depois do beijo, o nosso ódio um pelo o outro aumentou notoriamente. Principalmente, depois que eu joguei na cara daquela morena aguada namorada dele, que ele tinha me beijado.
― Você fez isso, B? Por que eu sempre perco a melhor parte? Daria tudo para ver a cara do meu irmão. ― Ela não se aguentava de rir.
― Apenas me defendi... Seu irmão merecia uma lição. Isso foi por cada palavra humilhante que ele me disse.
― Poxa, B! Meu irmão está muito mal. Sabia que ele já voltou para Berkeley? E hoje eu o encontrei dormindo no meu sofá. Se você pudesse ver o estado deplorável em que ele se encontrava, era de dar dó.
― Problema dele, Verônica. ― Murmurei ressentida. ― Não tenho nada a ver com isso.
― Betty!
― Tenho que desligar. Estou muito atarefada hoje.
― Ok, Tchau Betts.
Desliguei. Quando será que ele iria voltar? Será que ele estava bem? Por que apesar de tudo ainda me importava com aquele filho da mãe? Eu definitivamente estava caidinha por esse cara.
Não. Não podia ser. Eu não estava me reconhecendo.
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❛Bad Lady ᵇᵘᵍʰᵉᵃᵈ
FanfictionElizabeth Cooper, é uma menina ousada e rotulada como "fácil" na escola onde estuda. Ela apenas vive a vida sem receios. Betty, sempre teve o sonho de morar sozinha e sair do domínio dos pais. Até que conseguiu se mudar para San Francisco, arrumar u...