Jughead 0.6

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O Alarme disparou e eu, cegamente dei-lhe um tapa, virando-me para cima, havia dormido pouco, apesar de Toni estar ao meu lado, o rosto daquela garota não saia da minha mente o tempo todo, desde que a deixei em seu maldito quarto ontem à noite.

O seu corpo. Merda!

Tentei me acalmar, porém em minha mente via longos cabelos loiros claros brilhando a luz do sol, caindo sobre aqueles ombros estreitos, um par de quentes olhos azuis que pareciam guardar algum mistério. Aquela pele pálida como marfim polido. A delicada linha da clavícula, no limite de seu vestido, e um pouco mais embaixo, a curva dos seios perfeitos. Eu não consegui dormir imaginando como seria tê-los em minhas mãos, em minha boca. O gosto daquela garota sob minha língua.

Caralho! Eu não conseguia esquecer aqueles lascivos lábios vermelhos envolvendo-me inteiramente. A boca dela era saborosa, úmida e quente. E o beijo... bem, nunca senti nada parecido ao beijar uma mulher.

Mas que inferno! Por que não paro de pensar nela? O que terei de fazer para que esse desejo insano por Elizabeth se esvaia de mim por completo? Não poderei mais vê-la senão vou acabar ficando louco.

Levantei-me, andando pelo chão aconchegante de madeira do quarto de Toni. O dia estava amanhecendo, lá fora uma luminosidade filtrada pelas janelas. O ar estava frio ao tocar minha pele, mas por dentro, eu estava ardendo por aquela garota em chamas.

Por um momento eu queria ter ficado lá com ela e ter saciado esse meu desejo. Talvez, agora eu não estivesse feito louco pensando nela. Desde que os meus olhos a viram, não pude deixar de admirá-la, sua beleza era fascinante. Ela parece uma menina frágil e ingênua, mas, por outro lado, era uma mulher selvagem, quente (muito quente). Ela parece um demônio feito exclusivamente para me tentar. Um demônio pegando fogo, a ponto de me fazer esquecer de tudo. Esquecer que ela era apenas uma criança, uma criança irresponsável e promíscua. Mas ainda assim, uma criança.

Ontem à noite, quando a vi dançando daquele jeito provocante e sensual, rebolando seus quadris daquela maneira, com seu vestido subindo e exibindo aquelas pernas perfeitas, com seus cabelos ondulados esvoaçantes, e com aquele olhar penetrante, eu tive plena certeza, de que, ela era uma fúria de mulher selvagem. Não conseguia entender por que fiquei tão afetado com sua presença, porque desde que coloquei meus olhos nela, não conseguia mais raciocinar direito, só conseguia pensar nela.

Por que não gostei de vê-la nos braços daquele cara que estava com ela? Por que me incomodou tanto o fato de Fangs tê-la beijado. E por que eu não queria que ninguém mais a beijasse? Não podia me importar com isso. Ela era uma garota fácil, atirada, aposto que levava todos os homens que conhecia para o seu quarto imundo. E por que estava me incomodando com isso, se ontem mesmo eu queria fodê-la de todas as maneiras possíveis na sua cama, naquele quarto?

No banheiro, entrei no grande chuveiro azulejado com tons de cobre, marrom e bronze, e abri o jato de água quente. Mas o fluxo da água aquecida sobre a minha pele não fazia com que ela saísse da minha cabeça.

Maldição.

Hoje ainda era sábado, talvez, eu poderia voltar antes para Berkeley, e não esperar até domingo à noite para ir embora. Que diabos significava aquilo? Por que eu queria ir embora e fugir? Será que eu queria mesmo saber a resposta? Alguma coisa naquela garota me deixava preso. Eu pressentia que ela era a minha perdição. Nunca me senti tão fora de controle. Minha cabeça doía, em parte por aborrecimento por ter me deixado levar. E em parte, pelo pânico que eu não queria admitir, uma vez que o desejo estava presente resplandecendo em minhas veias.

― Jugh. ― A voz de Toni me tirou dos devaneios, quando ela entrou no banheiro para escovar os dentes.

― Seu celular estava tocando, era o Fangs.

― Ok, depois eu retorno. Agora vou preparar o café. ― Disse eu.

Toni é a minha namorada há alguns anos. Ela era a garota mais linda da escola, com uma beleza clássica, morena e com longas pernas. Sempre gostei de morenas, e a Toni é uma mulher linda, cheia de qualidades; culta, refinada, que vem de uma família com posses altamente renomadas, bem como a minha.

As nossas famílias eram amigas há muito tempo, antes mesmo de ela e eu começarmos a namorar, e esses são um dos motivos pelos quais a minha família a adora. Entretanto, nunca me vi entrando numa igreja com ela, embora todos achassem que nós dois fomos feitos um para o outro. Não me via casado. Por outro lado, ela era o porto mais seguro que eu tinha. A nossa relação sempre se baseou na confiança e respeito mútuo. Até ontem à noite, eu nunca havia beijado outra mulher em todos esses anos de namoro, e, era justamente por isso que não conseguia me perdoar por ter me deixado levar pelos meus impulsos mais primitivos.

Elizabeth... Maldita garota! Por que não consigo tirar ela da cabeça?

Após preparar o café liguei para o Fangs.

― Oi, cara.

― O que você quer, Fangs? Por que me ligou tão cedo?

― Está mais calmo? ― Indagou.

― Eu sempre estou calmo. ― Respondi. ― Desembucha logo o que você quer.

― Na verdade, eu vou ligar para Verônica e pedir o número daquela gata da amiga dela, a Betty, acho que você se lembra dela. ― Escutei sua risada irônica. ― Por isso estou te avisando antes que sua irmã te fale. Eu fiquei muito interessado nela, e não quero criar problemas com você por causa disso, já que ontem você deu uma surtada legal, pelo fato de ela ser uma adolescente.

― Fangs, ela só tem dezoito anos. ― Revirei os olhos.

― E daí, cara? Adoro as novinhas, elas têm um fogo do caralho. Além disso, ela não é nada ingênua. E é uma puta de uma gostosa isso sim, e essa não é a primeira vez que saio com adolescentes, você sabe bem disso.

Inferno.

Não quero que ele a veja. Não quero que ele a toque. Não quero que nenhum outro homem a toque. Por que estou tão irritado? Aquela garota que deu mole para o Fangs, assim como dar mole para qualquer homem que esteja na sua frente.

Porra!

― Por mim tudo bem, só não quero que envolva a Verônica nisso, aquela garota não presta. Eu proibi ela de vê-la. Portanto, procure outra maneira de procurá-la, quanto mais a Verônica ficar longe, melhor. Entendeu?

― Ok cara... relaxa. Não vou envolver-la , quero somente o endereço dela... ah, vocês vão para a social que vai rolar lá na casa da Melody? ― Nathan perguntou.

― Ainda não sei, Toni é que vai decidir para onde iremos hoje à noite. Talvez, nós iremos para a boate de sempre. ― Disse, ainda irritado com o fato de ele querer sair com Elizabeth.

Não conseguia imaginar nenhum outro homem, além de mim a tocando. Caralho! O que está acontecendo comigo? Isso não é ciúme, é?

― Humm, ok... então tchau.

― Tchau. ― Desliguei.

Passei as mãos pelo cabelo, tentando apagar a memória da noite anterior, quando eu tinha aquela garota em meus braços, pronta para ser minha. Pronta para se entregar a mim desesperadamente. Eu via em seus olhos o quanto ela me queria e o quanto eu a decepcionei indo embora. Eu não queria ter ido, eu não queria. Mas eu não podia ficar ali, e correr o risco de nunca mais querer sair daquele quarto.

As coisas eram diferentes com Betty. E por mais que eu não quisesse admitir o quanto ela me afetava, eu tinha que descobrir do que se tratava afinal, o que é que ela significava? E nesse meio tempo eu manteria as coisas sob controle... como sempre.

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Desta vez, Jughead narra :)

❛Bad Lady ᵇᵘᵍʰᵉᵃᵈOnde histórias criam vida. Descubra agora