Capítulo quatro

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Sansa Stark II

Mesmo com as roupas secas, Sansa ainda sentia frio, um frio que nunca chegara a sentir no Norte, e se encolheu ao lembrar da sensação de água nos pulmões. Estava com Tyrion no convés, confrontando Varys quando os gritos de Rhaegal foram ouvidos, depois que o dragão caira no mar e Daenerys sumiu entre as nuvens para salvar seu último filho, as frotas Targaryen foram atacadas e o navio que estava foi um dos primeiros a afundar. Ela pulou na água com Tyrion, mas se perdeu dele, e o desespero estava a fazendo se afogar, mas Holden Flint a achou e a levou em segurança até a praia.

Agora esperavam Daenerys na sala de reunião, mas até onde sabiam Drogon não havia pousado. Aquela altura ela bem poderia estar a caminho de tirar Cersei da Fortaleza Vermelha com fogo e sangue, e Sansa admitia que não encontraria problemas nisso.

Quando Jon entrou na sala, com a roupa ainda molhada, ela respirou de alívio, assim como ele que correu para a abraçar. Acreditou que ele tivesse morrido na queda, já que o viu afundar com Rhaegal antes de o dragão retornar a superfície uma última vez. Não teria aguentado o perder também, não depois de todos, só havia ele e Arya agora, por mais que amasse Bran, ele não era mais o Bran, não aquele que se lembrava.

Ela se sentou próximo a mesa de pedra com o formato de Westeros, e olhou saudosa para o ponto que seria Winterfell. Gostaria de estar em casa, mas sabia que seu lugar no momento era Dragonstone, com sua rainha. Desde que Holden a guiara até a praia, ela não conseguia parar de pensar em como Greyjoy sabia que eles estavam chegando, e também notou antes de pular ao mar a surpresa no rosto de Varys quando viu Rhaegal cair e Drogon queimar a parte de trás da frota inimiga. Ela tinha dentro de si uma certeza inabalável que fora ele quem os denunciara achando que Cersei se concentraria em derrubar apenas a Rainha Dragão, o que faria de Jon o rei.

Um erro estúpido para aquele que Sansa sabia ser inteligente, Varys também era um jogador do jogo dos tronos, e seria ingênuo de mais da parte dele acreditar que Cersei ou Greyjoy deixariam passar um homem montado em um dragão, ainda mais um dragão Targaryen. Sansa também não duvidava que a notícia do casamento de Daenerys e Jon já havia chegado a King's Landing, uma vez que chegara a Dorne. Ainda assim, ela não podia dizer nada, não sem provas.

O Mestre de Sussuros foi um dos últimos a entrar na sala, com as vestes trocadas. Ele observava Jon com atenção, mas o mesmo estava distante, mantendo uma mão no ombro da irmã, mas olhando para o mar em que Rhaegal afundara. Ghost, seu lobo gigante, estava em Winterfell com Bran, e agora o dragão que montava, morto. Isso não parecia um bom presságio, e Sansa se perguntou se teria um bosque sagrado ou um septo em Dragonstone para que pudesse pedir proteção aos deuses.

Um dos dothraki, Rhakaro, entrou com Grey Worm, ambos também pareciam ter acabado de sair da água, e estavam tão furiosos que ela tremeu, embora não pudesse entender as coisas que falavam em outro idioma. Tyrion também pareceu se encolher em sua cadeira.

- Algum sinal da Rainha ? - Ela perguntou.

- Drogon ainda não pousou, eles estão em algum lugar no céu. - Jon a disse.

- Ela pode estar indo para King's Landing. - Varys sugeriu. - Procurar vingança de Cersei.

- Ela não foi. - Tyrion grunhiu.

- Eu gostaria que tivesse ido. - Sansa disse. - O rei poderia estar morto porque alguém aqui nos traiu.

- É uma grave insinuação, Lady Stark. - Varys disse. - Pode ter sido apenas uma coincidência.

- Não acredito em coincidências como essa, Lord Varys. Eles sabiam que estavamos chegando, trouxeram os escorpiões. A intenção da frota Greyjoy era derrubar a Rainha do céu juntamente com Drogon.

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