Capítulo Sete

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JON STARK II

- ATENÇÃO ! - Arya gritava enquanto andava de cavalo em frente as tropas. - QUANDO O PORTÃO CAIR NOSSOS ALVOS SERÃO OS HOMENS DE MANTOS VERMELHOS E DOURADOS. NENHUM HOMEM, MULHER OU CRIANÇA DEVE SER ATACADO, ESSAS SÃO AS ORDENS DA RAINHA. A PUNIÇÃO PARA ISSO SERÁ A MORTE. NÃO ESTAMOS AQUI PARA SAQUEAR A CIDADE, MASSACRAR FAMÍLIAS OU ESTUPRAR MULHERES, ESTAMOS AQUI PARA TOMAR O TRONO DE FERRO E SERÁ ISSO QUE FAREMOS.

Ela continuou a passar por toda a extensão do exército gritando as mesmas palavras, se garantindo de que todos estavam as ouvindo. Jon sentiu o peito inflar de orgulho enquanto a observava, Grey Worm já estava presente, mas Arya ainda tinha a autoridade que impôs desde que Daenerys a nomeou comandante de suas forças e durante todo o caminho que fizera desde que sairam de Winterfell. Ele se lembrou de uma conversa que tiveram a muito tempo, quando o pai ainda estava vivo, ele era um garoto com nome de bastardo, e ela uma garota magricela que era obrigada a fazer pontos de costuras com a Septã Mordane.

As moças dão as armas, mas não as espadas. Aos bastardos dão as espadas, mas não as armas. Não fui eu quem fiz as regras, irmãzinha.

Eram agora Starks de Winterfell, e pouco se importavam para as regras, estavam ali lutando para algo maior do que eles, mas que ainda assim era pessoal de certa forma. Jon não dava a mínima para o trono de ferro, mas dentro de si sempre seria o escudo que defenderia o reino dos homens, Cersei não era uma boa opção para o reino e por mais impulsiva que Dany fosse, sabia que ela pretendia criar um mundo melhor, um mundo que talvez ele não fosse capaz de entender, mas sabia que seria justo, e que tanto moças como bastardos talvez pudessem carregar tanto as armas quanto as espadas.

Já Arya lutava pela família, lutava por vingança e justiça, ela traria o inverno a Cersei Lannister, mesmo que esse inverno viesse com fogo e sangue. Esse fora o objetivo da vida dela desde que Ned perdera a cabeça perante ao rei, ao povo, aos deuses e das duas filhas. Ele se perguntou se era nisso que as irmãs pensavam, já que Arya tinha uma expressão tão séria quanto Sansa ao seu lado.

A Lady de Winterfell tinha os olhos no céu e a testa levemente franzida, os olhos expressavam preocupação, e ele sabia o porquê, Dany estava demorando. Tentou não dar grande importância para isso, ela com toda certeza estaria bem, e chegaria a qualquer momento para derrubar os portões. Em silêncio, fez uma oração silenciosa, mesmo que não houvesse ali uma árvore coração. Que tomassem a cidade sem ter de derramar sangue e que se sua vida terminasse ali, que Dany conseguisse sobreviver, assim como as irmãs.

Arya retornou, parando com o cavalo entre ele e Sandor Clegane.

- Vai lutar com isso ? - O ouviu perguntar a Arya. - Não arrancará muitas cabeças hoje.

- Não preciso arrancar a cabeça de ninguém. - A irmã respondeu, mantendo os olhos na Companhia Dourada. - Um furo no coração já é o suficiente.

A risada dele foi estrondosa, e Arya sorriu de canto.

- Ela já deveria estar aqui. - Sansa sussurrou ao seu lado, talvez para si mesma, parecia tão distante...

- Você se preocupa com ela.

- É a Rainha.

- Não, você se preocupa com ela, com Dany. - Sansa desviou os olhos das nuvens para ele. - Não é mais só pelo Norte, ou é ? Conheceu a mulher, conheceu o coração dela, suas qualidades, seus defeitos, seus medos... Você a ama.

- Quer que eu diga que você estava certo ?

- Não seria ruim. - Sansa riu. - Dany se preocupa com você também, é a única amiga que ela tem agora. Ela ouve você.

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