o i t o

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O I T O

Acordei com as risadas abafadas dos meus amigos. A fresta de luz brilhando entre as cortinas do quarto me fez resmungar entre os lençóis antes que eu finalmente criasse coragem para levantar.

Entre um bocejo e outro, meus pés descalços me conduziram até a cozinha, na qual todos, com exceção de Violet e Leon, se encontravam, conversando animadamente enquanto se deliciavam com um café da manhã que incluía panquecas e ovos mexidos. Eu me sentei ao lado de Nate e fui retribuída com um sorriso.

— Nunca vou me acostumar com o seu humor matinal — ele sussurrou para mim, quando eu não sorri de volta.

Peguei uma panqueca do prato no centro da mesa e a joguei no prato de Nate, colocando uma quantia exagerada de Maple por cima do meu café da manhã.

— Preciso conversar com você. — Foi tudo o que eu disse, referindo-me ao que havia visto na noite anterior.

Ele franziu o cenho e, por um momento, pensei que ele fosse voltar a reclamar sobre meu mau-humor. Contudo, quando seus olhos se focaram em um ponto específico do meu pescoço e seus lábios começaram a se partir em um sorriso malicioso, eu imediatamente prendi minha respiração.

— Parece que a noite ontem rendeu... huh?

Tapei o suposto chupão com a mão.

— Cala a boca.

Nate se aproximou ainda mais.

— Matt ou Leon? — ele questionou.

Eu olhei em volta, antes de voltar a encará-lo. Felizmente, ninguém parecia estar prestando atenção o suficiente na nossa conversa paralela para desvendar do que estávamos falando, e isso incluía Matthew sentado na minha diagonal.

— Você estava ocupado demais ontem a noite para notar, huh? — eu retruquei.

Nathan piscou fortemente, parecendo surpreso, e então estreitou seus olhos como se procurasse compreender o que aquilo significava. Eu sorri, tão maliciosamente quanto o sorriso que havia esgueirado por seus lábios alguns segundos antes, e aquilo foi o suficiente para que ele ligasse os pontos.

Arqueei as sobrancelhas, incentivando-o a se explicar. O garoto abriu e fechou a boca algumas vezes, balbuciando um misto de palavras e sons que não faziam sentido.

— É uma longa história — disse, por fim.

Me acomodei na cadeira.

— Eu tenho tempo.

Ele suspirou, os ombros caídos, derrotado.

Nate estava prestes a falar quando foi interrompido:

— Você é a porra de um filho da puta! — A voz estridente de Violet ecoou pelas paredes, automaticamente calando todos que estavam na mesa, antes que ela aparecesse em passos pesados na sala de estar.

Leon vinha atrás dela. A expressão fechada e as bochechas levemente coradas me diziam que ele estava prestes a perder a paciência.

— Violet...

Ela se virou para ele bruscamente, apontando o dedo indicador em sua cara.

— Você está fodido na minha mão, Colleman — disse, entre dentes.

O garoto soltou uma risada amarga, e aquilo foi o suficiente para que a mão de Violet fosse até seu rosto, em um tapa estalado.

— Ei ei ei, que porra é essa? — Aquele era Dillon, que em um piscar de olhos já havia se colocado de pé, em um estado claro de alerta.

SIX (COMPLETO NA AMAZON)Onde histórias criam vida. Descubra agora