Fetiches | Min•sung (REESCREVENDO)

Ciúmes?

Jisung seguiu os passos de Minho até a cozinha onde Chan estava preparando o almoço, da sala o menor sentia o cheiro gostoso de algum tipo de comida que não conhecia, vindo da cozinha, quando Minho disse que Chn cozinhava muito bem por breves instantes havia duvidado, mas pelo cheiro já podia imaginar como aquela refeição estava boa.

Entrando na cozinha, Jisung percebeu que suas mãos ainda estavam sujas de tintas, agora secas e descascando aos poucos. Sentiu um dos gatos de Minho se esfregando em sua perna e desceu o olhar vendo Choice, o gato agora não tinha nenhum resquício de tinta nas patinhas, provavelmente Chan havia limpado as patas do bichano.

Jisung sendo um coração mole pegou o gatinho no colo e começou a brincar com este se sentindo feliz ao ouvir os ronronares do felino, uma risada invadiu seus ouvidos, Jisung desviou o olhar do gatinho e notou que Chan era o autor das risadas enquanto ele observava toda a cena.

– Você gostou mesmo do Choice.- Chan coloca as panelas sobre a mesa, MinHo estava encostando na geladeira bebendo água gelada que havia tirado da porta.

– Eu amo gatos.- Jisung solta o gato no chão e um o outropula na sua frente fazendo ter um mini susto, é Soonie.- A céus, quer me matar do coração pô!- O Han dá uma risadinha baixa e fica de joelhos no chão para acariciar Soonie.

– Não vai almoçar?- o Bang diz sério colocando as mãos na cintura.

– Aish, parece o Felix.- Jisung ri e vai até a pia lavando as mãos.

– Quem é Felix?- Chan se senta próximo ao lugar que Jisung escolheu para se sentar e olhou curioso para o moreno que pega um prato colocando um pouco de cada coisa.

– Meu melhor amigo, ele é mais novo, mas me trata com uma criança às vezes.

– Mas você parece uma criancinha!- Chan bagunça os cabelos do Han.

– Posso provar que não.- Jisung sorri de lado fazendo Chan rir alto.

– Que bom que já fizeram amizade.- Minho se senta pegando um prato e colocando a comida sem fazer contato visual com eles.-- Agora o Chan não vai sair daqui.

– Não mesmo, eu não tenho pra onde ir.- Chan dá de ombros começando a comer.

Os miados dos gatos fizeram Minho olhar para baixo e ver os três enfileirados olhando para ele enquanto movimentam os rabos felpudos lentamente, o Lee notou que eles queriam provar da comida em que ele está comendo, mas apesar do seu coração mole, ele não daria, afinal Minho tinha certeza que Chan já havia alimentado os felinos.

– Eu não vou dar comida para vocês, todos estão gordinhos demais.- Minho revirou seus olhos e voltou a comer sua refeição, mas um miado mais alto atraiu o olhar do Lee, Choice tomou impulso no chão e pulou em seu colo começando a arranhar sua calça.- Não Choice, essa calça não!- Minho colocou o gato no chão e olhou bravo para eles.

– Lino, só dá a comida pra eles, tadinhos.- Chan se levanta e pega o pratinho de comida dos três gatos colocando um pouquinho de arroz para cada, depois colocou no chão e os gatos se deitaram para comer.-- Viu só?

– Chan, eles vão ficar mal acostumados! Depois vão me dar trabalho.

– Vocês discutem sempre?- Jisung ri já terminando sua refeição.

– Você ainda não viu nada, esquilinho.- Chan sorri para o mais novo, Jisung ficou curioso com o apelido, porém não disse nada.

– Vou voltar para o ateliê.- MinHo se levanta deixando metade do prato e saiu da cozinha.

– Impressão minha ou o MinHo está com ciúmes?- Jisung levanta a sobrancelha.

– Há uns dias atrás eu nem sabia que ele podia ter sentimentos, não vou duvidar se ele estiver com ciúmes, é muito estranho ver o Minho assim.- Chan parecia confuso, balançou a cabeça e voltou a falar. – Talvez seja coisa da nossa cabeça.

– Eu acho que não é isso, você conhece o Minho melhor do que eu, então pense um pouco. Quantas vezes ele já teve essa reação?

– Para ser sincero? Nunca vi o Minho ser tão bobão.- Chan sorri. – O Minho nunca se apaixonou por ninguém, só existe ele e a arte. É bem provável que você seja o primeiro a deixar o Minho assim.

– Isso é bom ou ruim?

– Depende do ponto de vista, para mim no caso, pode ser ruim... Minho não sabe lidar com os seus sentimentos, é capaz dele não conseguir controlar isso, entende? Creio que o Minho já tenha dito sobre o lado violento que ele tem.- Jisung assente.- Pois então, ele pode deixar o lado mais agressivo exposto.

– É tão ruim assim, ele se apaixonar?- Jisung encolhe os ombros olhando para seu prato vazio.

– Não estou dizendo que é ruim se apaixonar, isso por um lado vai ser muito bom para o Minho, mas é como eu disse: ele nunca teve sentimentos por alguém e não vai saber controlar isso.

– Acho que eu já entendi.- Jisung sente a tinta seca em sua pele causando coceira.- Onde é o banheiro? Preciso tomar banho e tirar essa tinta do meu corpo.

Chan sorriu de leve e se levantou pegando os pratos da mesa, deixando em cima da pia para poder lavar mais tarde, se virou para Jisung e apontou na direção do banheiro.

– É na frente do quarto de hóspedes, do outro lado da sala.

Jisung assentiu e saiu da cozinha passando pela sala, indo para o outro lado do apartamento, a residência é enorme para alguém que mora sozinho, o moreno ficou pensando no motivo para Minho ter arrumado um apartamento tão grande assim, se era somente ele e os gatos, talvez não precisasse de um lugar exageradamente maior.

O menor balançou sua cabeça tanto espantar aquele questionamento de sua mente e entrou no banheiro se despindo sem pressa, olhou para o espelho notando a tinta laranja espalhada por todo o seu tronco, reparou nas marcas deixadas por MinHo em seu corpo fazendo um leve calafrios percorrer por sua pele exposta.

Um sorrisinho fraco surgiu em seus lábios, Jisung foi até o box e ligou o chuveiro iniciando seu banho, caso contrário possivelmente sua mente iria começar a castigá-lo com coisas que não queria pensar no momento, como por exemplo seus pensamentos desorganizados, o retorno inesperado de sua mãe e o que ela pode ser capaz de fazer com os seus amigos, só de imaginar seu coração se apertava a vontade de chorar surgia aos poucos.

Ao lembrar da breve conversa com Bang Chan, o músico pensou o que poderia acontecer se eles fossem mais a fundo, o Han não conseguir formular uma resposta para isso, mas de uma coisa Han Jisung tinha total certeza: ele não desistirá de Minho tão facilmente, ainda que ele tente afastá-lo com suas mentiras esfarrapadas, Jisung irá insistir até conseguir quebrar todas as barreiras que o artista possui em seu coração.