Razão e emoção

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Entre as nuances da vida, o artista nunca se imaginou se envolver romanticamente com alguém, o sentimento de autossuficiência fazia-o se sentir completo e sem necessidade de querer outra pessoa ao seu lado, um sábio uma vez disse: "Não é bom que o homem viva só", mas Minho não buscava por alguém para extinguir sua solidão, não tinha motivos para buscar em alguém o que já tinha nele.

Sabia que pensar assim era egoísmo de sua parte, em seu interior a palavra narcisista gritava com força, dizendo quão mesquinho ele era ao ponto de não desejar ter alguém consigo — somente por se achar bom o suficiente para suprir suas próprias necessidades—, mas algo parecia ter ferido o seu ego, alguma coisa havia mudado em seu interior, para naquele momento sentir que não conseguiria viver com o rapaz que está dormindo em seus braços, mesmo com os seus sentimentos desorganizados e confusos, Minho sabia o que ele queria, sabia que finalmente alguém havia conseguido furar a bolha em que ele vivia, derrubando os muros construídos para protegê-lo de qualquer sentimento que causasse a sua perdição e ruína.

Jisung se assemelhava a um deus, esculpido pelos escultores mais habilidosos da Grécia Antiga, parecia ter saído de uma pintura em tinta a óleo feito minuciosamente por um pintor detalhista e perfeccionista, até as pintinhas em sua face parecia estar no lugar certo, as bochechas fartas que se inflam vez ou outra a cada respirar do menor, que fazia arrepios percorrer cada parte do seu corpo, Minho admirou com devoção cada traço sentindo suas mãos coçarem para pegar algo que desse para desenhar o Han, mas suspirou ao lembrar que tudo que precisava está no ateliê e no seu quarto.

Apesar de não duvidar das intenções de Jisung, o artista não poderia permitir que ele entrasse no seu quarto, um lugar sagrado para si, onde apenas ele e seus gatos entram — com exceção de Bang Chan, que havia decidido ser enxerido o suficiente para abrir a porta anos atrás enquanto MinHo pintava algum quadro aleatório em seu ateliê —.

O Lee tinha uma crença em seu interior que ambientes onde sejam seu refúgio não podiam receber outras pessoas, pois perderia as memórias que havia cultivado consigo naquele lugar, Minho não desejava deitar sua cabeça no travesseiro e lembrar que outrora alguém tinha se deitado na sua cama, bem ao seu lado, degustando da maciez do seu colchão e do aconchego de sua coberta, em certo ponto ele tinha razão em proteger seu quarto, nem sempre memórias são esquecíveis, algumas ficam fixadas em sua mente para relembrar daquilo que já passou e afirmar em seu interior que aquela sensação nunca mais voltará.

MinHo suspirou passando a mão livre em seu rosto, abraçou a cintura do menor e o trouxe para mais perto de si, Jisung não acordou, apenas se mexeu um pouco e continuou a dormir, o artista não sabia exatamente o porquê de estar fazendo aquilo, apenas sentia a enorme vontade de proteger ele de todo o mal e principalmente de sua família conturbada.

O Minho não sabia exatamente qual o problema que o Han tem com os familiares, mas o que sabia era suficiente para perceber como aquilo fazia mal isso para ele e isso acaba afetando sua vida num geral, não era do feitio de Jisung usar roupas masculinas todos os dias e nem muito menos ignorar as pessoas, claro que o laço de amizade entre eles não se tornou forte o suficiente para exigir atenção e apenas rolou uma transa por causa do calor pertencente ao momento em que estavam.

Mas será que era apenas uma transa? Já tinha algum tempo que havia acontecido este ato entre eles, mas de qualquer forma a lembrança daquele momento fazia o coração de Minho acelerar como um carro competindo em uma corrida de Fórmula 1 e descobrir outros sentimentos que nunca havia sentido.

Como havia dito para Bang Chan anteriormente: " não sou arromantico como muitos me rotulam, ou como na maioria das vezes fiz parecer, eu só não encontrei a pessoa certa para desencadear meus sentimentos".

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⏰ Última atualização: 6 days ago ⏰

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Fetiches | Min•sung (REESCREVENDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora