Capítulo Único

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(Escutem a música da mídia, vai dar uma vibe mais legal).

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"Lara ama Pietro e Pietro ama Lara", era o que sempre dizíamos, "essa é a verdade universal". E foi realmente, mesmo que tudo estivesse desmoronando, nunca duvidamos do amor um do outro, e foi isso que aconteceu em Sokovia.

Eu estava pra lá de apavorada? Sim. O medo de perder meu bebê me corroía, mas eu continuei correndo, mesmo com vontade de parar, me encolher e chorar até desidratar. Acho que essa escolha era por parte do meu filho, mas tudo bem.

Eu sabia que Pietro estava por lá, salvando vidas, e uma parte de mim estava orgulhosa, mas uma boa parte - a parte noiva e a parte mãe do filho dele - estava aterrorizada com a hipótese de perdê-lo. Mal eu sabia que aquilo iria realmente acontecer em pouquíssimo tempo.

Eu tinha uma pistola na mão, travada, enquanto corria pelas ruas e evitava atirar a menos que fosse extremamente necessário, não haveria balas em breve se eu o fizesse.

O que? Está me julgando? Eu era noiva do maluco que resolveu participar de testes para virar um aprimorado, eu precisava estar armada, teoria que se comprovou naquele dia em específico.

Ainda lembro de quando Pietro chegou em casa após o teste finalmente dar certo. Ele estava todo animado quando me contou, mas a única coisa que eu fiz foi dizer: "Gostei do cabelo platinado, ficou sexy". O Maximoff ficou corado e sorriu, me beijando na bochecha antes de sumir das minhas vistas como um vulto. Eu havia ficado orgulhosa - o que admiti mais tarde -, mas não quis deixar claro na hora. Pietro tinha o ego mais inflado do planeta - síntese que descobri estar errada ao conhecer Tony Stark.

De qualquer forma, eu amava-ô muito e estava com mais medo a cada segundo, que evaporou quando senti braços ao redor das minhas costas e em baixo dos meus joelhos, me levando em uma velocidade sobrenatural pra uma lanchonete.

— Está bem, meu amor? — Pietro perguntou, me colocando no chão.

— Estou. — sorri de leve para ele, ao sentir um beijo na minha testa.

— Por que a arma? — ele perguntou, confuso, olhando a Taurus TH 380 na minha mão.

Eu apenas dei de ombros:

— Eu sou sua noiva, meio que acabaria tendo que usar uma hora ou outra. Estava certa, não?

— É, mas a culpa não foi minha! — Pietro retrucou e sorrimos um para o outro, então ele colocou a mão no ouvido, onde provavelmente teria uma escuta. — Tudo bem, estou indo. Eu te amo, querida.

— Também amo você. — eu dei um beijo rápido nele e o platinado saiu correndo, mas eu só vi um vulto.

Suspirei e me sentei no chão, em baixo de uma das mesas, junto à outra mulher, com o filho dela ao seu lado.

Pietro havia sumido e meu medo havia voltado.

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Vários robôs - ou seriam andróides? Nunca sei a diferença - estavam voando de lá pra cá, sendo destroçados pelos Vingadores, enquanto a cidade subia e subia, deixando-nos sem saída e à espera da morte. Afinal, tudo que sobe tem que descer, e tenho certeza que de acordo com a física, morreríamos todos - e pelas expressões de Steve e Natasha lá fora, eu soube que levaríamos a Terra conosco e desejei com todas as minhas forças estar errada.

Saudade • Pietro MaximoffOnde histórias criam vida. Descubra agora