Ele agarra-me na mão e saímos pela janela.
Andamos junto à parede da casa e damos a volta até à entrada.
Quando lá chegamos, quase que desmaio com o que vejo.
Sinto uma enorme tontura e começo a cair, mas o Josh salva-me e agarra-me pelas costas sem um único cabelo meu ter tocado no chão.
Ele aperta-me a mão e dá-me um sinal de encorajamento.
Respiro fundo e olho à minha volta para ver com mais atenção.
Vejo um café partido, do chão ao teto e do teto ao chão.
Vejo as mesas viradas ao contrário e as cadeiras com pernas partidas.
Vejo uma mulher deitada no chão, com uma mancha vermelha à sua volta, com os olhos abertos e os lábios roxos.
Olho para o Josh com uma expressão aterrorizada. Como é possível que isto tenha acontecido? Não é. Simplesmente não é.
A única coisa que consigo ver é o marido da Rose de pé, à frente do balcão.
Ele acabou com o café, aterrorizou a mulher e matou uma pessoa. O que fez a seguir não me espantou tanto como deveria espantar.
Leva a mão ao bolso, tira de lá uma pistola, encosta-a à cabeça e ouve-se um enorme estrondo.
O sétimo e desta vez o último.
O corpo do homem cai no chão e vejo Rose, mulher que sempre vi como destemida, corajosa e dura, a chorar, a chorar desalmadamente.
Vou até ao pé dela e como por impulso, abraço-a, mas ela abana-me e atira-me para o chão com muita força.
Depois, ouço a gritar "Nunca mais voltes aqui! Nunca mais!".
• Tempo Presente •
E dez anos mais tarde, aqui estou eu, de novo.
O Josh está a minha frente com a expressão mais preocupada que já vi.
Deixei-o a desculpar-se. Desculpas que não me interessam neste momento.
- Josh, para de ser idiota. Tu mentes-me. Eu odeio-te!
Depois de dizer estas palavras, sinto a vibração do meu telemóvel no bolso.
Retiro-o para fora. "Número Desconhecido". Quem será?
- Estou?
- Boa tarde. Fala do hospital Lauren Half. A sua mãe está cá e foi diagnosticada com cancro da mama. Quando puder deslocar-se cá, seria ótimo.
Meu Deus...
Não é possível... Cancro da mama? Isso não é mortal?!
A minha expressão facial ficou indefinida, assim como a minha cor.
O Josh pergunta o que se passa, mas o meu primeiro impulso é ligar ao Liam, que atende ao terceiro toque.
Saio do café sem olhar para o Josh e falo com o Liam sobre o que soube, o que pretendo fazer e em que é que ele tem de me ajudar.
O Liam fica de passar pela porta da minha casa daqui a 15 minutos.
Perguntas imensas formam-se numa nuvem que me invade os pensamentos. O que aconteceu? Vou vê-la agora? Ou quando chegar lá nem posso estar com ela? Como é que de um minuto para o outro ela tem cancro da mama? Estava em casa e decidiu isso? Ou alguém a foi visitar?
*
- Menina Diana Mars? - um médico chama, depois das intermináveis horas na sala de espera sem qualquer tipo de notícias sobre a minha mãe.
- Sou eu - respondi.
- A sua mãe está em fase terminal.
A sua mãe está em fase terminal esta frase fica a martelar contra as paredes do meu cérebro.
Sinto o meu mundo a cair, tento agarrá-lo, mas ele é rápido demais.
Sem que me aperceba, estou imóvel. Sem vida. Morta.

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Diana Mars
Roman pour Adolescents➰ Com tempo, tudo se cura ➰ ➰ Mais vale perder um minuto na vida, do que perder a vida num minuto ➰ { Portuguese Fanfic }