Capítulo 9

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* Esse capitulo contém a perspectiva de Raquel sobre a relação de Patrick e Ellen*

Tudo tinha um clima sombrio e eu percebia cada vez mais a aproximação de Patrick e Ellen. O brilho em seu olhar cada vez que ela entrava na sala era inegável, parecia que haviam acendido todas as estrelas do céu em seus olhos. Ellen era difícil de decifrar, mas ela também estava apaixonada e eu precisava deixa-lo livre para viver o que o coração dele ansiava tanto

-Patrick? - eu chamei, em um tom baixo, mas que ele conseguisse me ouvir

-Me chamou?- ele levantou e seus olhos pareciam perdidos em algum pensamento aleatório

- Olha, eu sei que a gente sempre teve um acordo, mas eu não posso ser uma pedra no seu caminho - eu comecei e ele ficou confuso

-Pedra? como assim? - perguntou 

- Patrick, está mais que cara que você está apaixonado pela Ellen e, não pense em nenhum momento, que eu estou brava com isso ou magoada. Eu sabia que isso eventualmente iria acontecer e eu estou feliz que você tenha encontrado alguém especial - eu sorri pra ele, que acenou com a cabeça concordando com as minhas palavras - Ellen é alguém puro e especial e eu sei que seu coração está em boas mãos, então eu estou indo embora. Nós podemos continuar amigos, eu prometo que você sempre irá poder contar comigo, mas o caminho está livre - terminei, quase que ofegante, eu havia tirado um peso de minhas costas

Patrick se levantou e foi até mim, me abraçou e esfregou a palma da mão sobre as minhas costas como um gesto de carinho e gratidão. Sussurrou um ''obrigada por isso'' no meu ouvido e eu sorri 

-Agora vá atrás dela, anda - eu disse, dando um tapinha na bunda dele

- sim senhora - ele riu pegando as chaves e indo em direção a porta

POV: Patrick Dempsey 

Eu precisava encontrar Ellen, dizer a ela todas as palavras entaladas na minha garganta, eu precisa dizer a ela que eu a amava. Peguei as chaves e fui até o carro, tremulo, falhando em colocar a chave no contato pelo menos umas 5 vezes. 

Quando cheguei a casa dela, fui surpreendido por uma Ellen sentada do lado de fora observando o céu estrelado. Ela parecia fascinada por cada detalhe daquela paisagem, como se fosse uma pintura. Seus olhos verdes brilhavam com o reflexo da lua e seus cabelos loiros pareciam fios de ouro caindo sobre seus ombros. 

- Ellen - eu chamei em um tom baixo, mas o suficiente para chamar-lhe a atenção

-Patrick? - ela parecia surpresa com a minha presença - o que faz aqui a essa hora? - ela disse se levantando para me olhar nos olhos

- Se alguém te roubasse um beijo, como você faria para devolve-lo? - eu me inclinei, com os olhos fixos em seus lábios e ela fechou os olhos. O beijo começou tímido, suave, até que se tornou algo intenso e cheio de sentimentos reprimidos a tanto tempo, Ellen movia os dedos pelos meus cabelos, descendo sua mão até o meu pescoço e fazendo com que meu corpo se arrepiasse por completo. Ela tinha os lábios quentes e macios e dava uma sensação de conforto, como se eles fossem feitos para me fazer sentir em casa. 

Ela então nos afastou e eu a olhei, como quem admira a mais bela obra arte já produzida e ela sorriu. Eu amava aquele sorriso mais que qualquer coisa no mundo, eu amava o jeito que eles formavam pequenas rugas no canto de seus olhos e como seu rosto se iluminava

- Bom, digamos que eu teria que te beijar novamente, o que não seria algo difícil - ela riu - mas estou curiosa para saber o que fez o famoso Patrick Dempsey se dirigir a minha casa

- Foi a Raquel, o que ela me disse sobre eu estar apaixonado por você e como ela foi sincera dizendo que eu poderia correr atrás da minha felicidade - eu expliquei e pude ver em seu rosto o alivio. Um alivio que eu não via a meses, o acontecido tinha feio Ellen se retrair e sentir uma culpa que não era dela

- Eu confesso que estou um pouco surpresa e estranhamente feliz por isso. Porque eu também me apaixonei por você. Patrick, eu tentei tanto não me agarrar a esse sentimento, eu tentei esquecer todas as vezes que eu pensava no seu sorriso, nos seus olhos azuis, na forma como você me fazia sentir segura em seus braços. Mas quanto mais eu tentava não gostar de você, mais eu gostava e isso me corria por dentro, porque eu sabia que a Raquel era alguém importante demais pra você - ela confessou, quase que ofegante 

-Raquel e eu somos bons amigos, mas ela nunca foi uma grande paixão. Talvez no começo, mas ao longo do tempo nós nunca sentimos esse tipo de atração - eu disse, tentando deixa-la mais confortável com a situação

- Ah - ela suspirou - então acho que posso devolver o que você me roubou - ela mordeu o lábio, me olhando séria e concentrada nos lábios que formigavam pedindo para senti-los novamente.

Ela se aproximou, colocou uma das mãos em meu peito e sorriu, então colou nossos lábios novamente me fazendo sentir de novo o que eu não sentia a anos, as famosas borboletas no estomago. Ellen acariciava minhas costas e mordiscava meu lábio inferior numa tentativa de deixar tudo um pouco mais sexy. Estava funcionando. Eu podia sentir o zíper da minha calça um pouco mais apertado e o calor de nossos corpos aumentando cada vezes mais, então ela terminou o beijo de forma suave

-Acho que deveríamos entrar - ela disse, um pouco envergonhada - você sabe, os vizinhos podem chamar a policia 

Eu ri e eu então caminhamos até a sala e nos sentamos no sofá. Ellen se encontrava em meu colo, olhando para mim e beijando meu pescoço descendo até o meu ombro. Então ela puxou minha camiseta para cima e me avisou com os olhos para que eu a tirasse e assim obedeci. Ela chegou ao meu abdômen, sempre deixando leves marcas vermelhas por onde passava e então chegou ao ponto principal abrindo meu zíper e encarando o volume que estava prestes a explodir

(continua no proximo capitulo)

City of crimesWhere stories live. Discover now