Patrick pegou o celular em cima da mesa para olhar a resposta de sua mensagem. Ele não esperava aquela reação, por ser um homem rico, branco e hétero, ele raramente ouvia nãos e aquilo o deixava incomodado. Ellen era uma das únicas pessoas que o haviam enfrentado em toda sua vida.
Ele teve um mix de emoções ao ler aquelas palavras e sua primeira reação foi responder com rispidez. Talvez se ele fosse um pouco mais duro ela aceitaria seu convite, mas ele tinha a sensação de que isso só a faria ficar com mais raiva. E estava certo. Pegou o celular disposto a responder na mesma moeda"Você é uma grosseira, Ellen Pompeo. Talvez você devesse tratar as pessoas com mais educação e menos com esse ar de superioridade que sabemos que não faz o seu tipo" e apertou enviar.
Ellen recebeu a mensagem alguns segundos depois e ficou furiosa. Como ele podia acusa-la de ter um ar de superioridade quando ele se achava um Deus? Ele que deveria tratar as pessoas com educação. Ela tinha lutado muito por seu lugar de prestigio na área criminal, ser mulher e detetive não era uma coisa tão fácil assim quando todos na sala duvidavam de sua capacidade por ela ser uma mulher. Uma vez, em seu primeiro emprego, um dos funcionários a chamou de secretária e disse que ela só conseguira o emprego na delegacia por ter transado com o chefe. Isso a havia feito lutar ainda mais por seu valor e ela tinha orgulho de onde tinha chegado.
Estava prestes a dar uma resposta malcriada quando alguém bateu a sua porta. Ela se levantou limpando as mãos na calça, mania que sua mãe odiava, mas ela nunca conseguira perder o costume. Ao abrir a porta se espantou com Jade parada no batente chorando e com algumas marcas roxas pelo corpo, suas roupas cheiravam a perfume masculino e seu cabelo parecia que havia passado por um furacão. Ellen a mandou entrar, preocupada com o que havia acontecido e se perguntando quem havia feito aquilo
-Venha, se sente no sofá e me conte o que houve - Ellen disse na voz mais suave que conseguiu fazer e foi até a cozinha pegar um copo de água
-Ele me ameaçou, o amigo do sr. Dempsey, ele disse que se eu te falasse alguma coisa ele iria me matar. Eu não sei como ele descobriu e eu não te culpo se tiver contado, eu sei que eles podem ser muito persuasivos quando se trata de dinheiro. Eu não sei porque eu vim até aqui, mas é que eles dizem que você é a melhor do ramo e - ela falou aos soluços e Ellen mal podia entender suas palavras
-Se acalme - Ellen disse - Eu não disse nada a ninguém, eu lhe prometi, não foi ? Eu cumpro minhas promessas. Me diga mais sobre esse amigo do sr Dempsey. Você acha que foi Patrick que o mandou lá ? - ellen perguntou sem querer parecer incisiva
- Eu não acho que tenha sido Patrick, ele parecia muito decidido de suas ações e me abordou a gritos dentro da sala. Patrick não estava, foi a um evento com a esposa e me disse para ir embora, mas eu tinha alguns relatórios para fazer e acabei ficando. O sr Washington é um dos sócios da empresa e sempre foi muito fechado e rigido, ele apareceu a minha porta e disse que precisava falar comigo. Me disse que eu era vagabunda de quinta que queria acabar com a reputação da empresa e que eu deveria manter a minha boca fechada. Que ninguém ia acreditar em mim e na minha estupidez. Segurou meu braço e tentou me bater, mas eu acabei conseguindo sair correndo e ele estava atrás de mim, mas eu consegui fugir. Olha, eu não queria te incomodar com meus problemas e - ela falava rápido demais e Ellen tentava entender a dinâmica da história, mas sua desconfiança de que talvez o crime tivesse outra direção a atingiu como uma bala
- Eu vou investigar isso, está bem? Ele não vai mais chegar perto de você, vou mandar alguns vigias de minha confiança ficarem de olho nele e obrigada por compartilhar seus problemas comigo, você pode ter me ajudado a solucionar este crime, Jade. Não se sinta culpada por sentir medo, não se sinta culpada por o que aquele homem nojento fez com você. Lembre-se que você foi forte o suficiente para fugir e vir até aqui me contar o que houve. Você não é fraca por isso, na verdade, muitas pessoas queriam ter a sua bravura - a loira sorriu para ela, lhe dando um abraço - e você pode ficar aqui esta noite, eu tenho um ótimo quarto de hospedes e não aceito não como resposta - ela deu outro sorriso e se levantou para mostrar Jade o quarto
-Meu deus, isso aqui é muito chique - disse Jade impressionada e Ellen riu - eu me sinto sem graça de aceitar o convite
- Eu já disse que não aceito não como resposta - Ellen respondeu e abriu o armário - aqui estão os lençóis e travesseiros, fique a vontade para usar o banheiro que está a direita e se quiser tomar um banho há toalhas limpas no armário do banheiro - ela disse fechando o armário e se dirigindo para a porta - minha empregada chega pela manhã, se precisar de alguma coisa a chame, seu nome é alyssa e ela é a pessoa mais doce desse mundo - e se virou para sair do comodo
-Muito obrigada por tudo, sra Pompeo - ela sorriu agradecida e se sentou na cama, ainda muito impressionada com os detalhes do quarto. As paredes eram de um cinza muito claro e os lençóis macies e brancos como a neve. O perfume do ambiente tinha cheiro de lavanda e tudo era muito organizado e limpo. Parecia até que ninguém nunca havia tocado naqueles objetos. Seus olhos encontraram um porta retrato, nele estava Ellen sorridente e um moço bem apessoado que vestia um terno elegante. Jade pensou ser o namorado de Ellen, mas ela podia ver que a sintonia dos dois era de grandes amigos
-Me chame de Ellen - ela disse ao entrar em seu quarto - não precisamos de formalidade por aqui - ela riu
No dia seguinte, Ellen foi até a empresa investigar o ocorrido da noite passada e ao entrar no elevador encontrou um Patrick emburrado que olhava para o celular a cada dois segundos e se irritava cada vez que nada aparecia na tela. A loira riu, em silêncio, da situação.
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City of crimes
FanfictionEllen Pompeo é uma investigadora famosa na região de Nova York e investiga um crime onde o principal suspeito é Patrick Dempsey, um magnata que controla ações de uma empresa multi milionária. Mas será que o crime é mesmo tudo que parece ?