* AVISO: ESSE CAPITULO CONTÉM GATILHO PARA DEPRESSÃO E PENSAMENTOS SUICIDAS . SE VOCÊ FOR SENSÍVEL A ESSE TIPO DE CONTEÚDO NÃO LEIA*
Demorou algum tempo até que Isaiah fosse achado pela polícia, Raquel não conseguia se recuperar daquele evento e não dormia a alguns dias. Ela se sentia vazia, ver tudo aquilo acontecer diante de seus olhos a fez pensar se a vida valia mesmo a pena. O sangue, as marcas na parede, o pensamento de que, por um segundo, Jade estaria viva e no outro, alguém a tirara suas batidas com um golpe sem culpa. Patrick tentava de tudo para ajudar, mas ela não saia do sofá e encarava a televisão sem prestar atenção em nenhum programa
- Hey, eu amo, vamos abrir essas janelas? Você precisa de um pouco de sol - Patrick disse ao se sentar ao lado dela, acariciando suas costas como um gesto de consolo
-Hm - ela respondeu, mal ouvindo o que ele estava dizendo - tanto faz
-Vamos, eu te levo no seu restaurante favorito e você pode pedir o que quiser por minha conta - ele sorriu, tímido, para o olhar dela que passou de vazio para um um leve brilho cintilante
-Okay, eu vou tomar um banho - ela se levantou e Patrick ficou satisfeito que pelo menos ela teria ficado feliz com a proposta. Ele e Ellen estavam fazendo de tudo para que Raquel pudesse se recuperar aos poucos e em seu próprio tempo
Levou alguns minutos para que ele percebesse que Raquel demorou mais que o normal em seu banho e ficou preocupado, se levantando do chão para observar a fresta aberta da porta. Não conseguia vê-la, então abriu um pouco mais e ficou surpreso com o que vira. Ela estava na banheira, submersa pela água, estática. Nenhum sinal de luta ou tão pouco de estar respirando apropriadamente. Correu para tirá-la da água após puxar a toalha do toalheiro para cobri-la.
Ela tossia e se agarrou aos braços de Patrick procurando conforto em alguém que ela sabia que iria estar lá pra ela de alguma forma. Eles não eram casados de verdade, mas eram bons melhores amigos e era disso que ela precisava no momento. Ele a levou até o vaso sanitário para se sentar e se abaixou para olhar dentro dos olhos dela
-O que você está fazendo? - ele perguntou, os olhos marejados observando ela se desfazer em lágrimas
-Eu... eu não sei, eu só - ela tossiu mais uma vez - eu só queria parar de sentir essa dor, de fechar os olhos e ver aquela imagem de sangue, de morte, de tudo - ela tentava enxugar as lágrimas antes que chegassem as bochechas
-Olhe pra mim, vai ficar tudo bem, okay? Eu estou aqui, Ellen também e nós vamos cuidar de você - ele disse passando a palma da mão no braço de Raquel em sinal de conforto e ela sorriu
-Obrigada por isso - ela disse se levantando e indo em direção ao quarto de casal enrolada na toalha
-Não precisa agradecer - ele disse, indo em direção a sala de estar para deixa-la se trocar a vontade
Patrick pegou o telefone, discou o numero de Ellen esperando encontrar algum tipo de conforto em sua voz
-Alo? - a voz de Ellen soou como um anestésico em seus ouvidos, ela parecia aflita - Patrick ? - perguntou quando ele demorou alguns segundos para responder
-Ah, oi - ele respondeu, se livrando de seus pensamentos - eu, é, aconteceu uma coisa - ele disse, tentando não transparecer seu nervosismo
-O que? - sua preocupação transparecia em sua voz - não me diga que mais alguém morreu, eu não sei se eu consigo lidar com isso de novo - ela disse, achando uma graça mórbida em sua suposição
-Não, quer dizer, quase. Raquel tentou se afogar na banheira - apoiou a mão na testa e suspirou - eu a encontrei submersa e depois ela começou a chorar e - sua voz falhou e Ellen o interrompeu
- Raquel o que? Oh meu deus, Patrick eu sinto muito - ela parecia genuinamente preocupada com o que havia acontecido - tem algo que eu possa fazer por você ou por ela? - perguntou
- Eu não sei, eu realmente não sei. Ela foi dormir, acho que está melhor, eu só queria entender - suspirou mais uma vez
- É complicado, ela viu muita coisa e lidar com isso é difícil, apenas fique com ela e mostre que ela tem a você pra se apoiar - ela disse, tentando ajudar - ela precisa de você nesse momento
- Foi o que ela disse - ele repetiu as palavras de Raquel de minutos atrás- muito obrigado por me ajudar - agradeceu
-Não há de que - sorriu - ligue sempre que precisar
-Obrigado mais uma vez- e desligou
A voz de Ellen havia trazido uma paz reconfortante ao seu coração, leveza aos seus pensamentos. Ninguém nunca o tinha feito sentir tão calmo e relaxado apenas com algumas palavras. O toque dos lábios dela, o cheiro que invadia o ambiente, a macies de seus cabelos, tudo nela o fazia sentir no céu, por mais que ele tentasse negar o efeito que ela tinha sobre ele, tudo isso era real demais.
Ellen encarava o teto enquanto segurava o telefone em seu peito, sorrindo. Patrick havia se tornado tudo que ela achou que ele era incapaz de ser, alguém doce e sincero, que poderia faze-la sentir coisas que ela sentira uma ou duas vezes, mas nunca tão intenso. Era como se algo a tivesse atingido, como se ficar na presença dele acendesse um fogo em seu coração, liberasse as borboletas em seu estomago. Se estava apaixonada? Não tinha certeza. Mas com certeza tinha nutrido sentimentos por ele, talvez dentro de si ela soubesse, que, no final das contas ele tinha se tornado alguém importante.
Era estranho pensar em Patrick como alguém que a fazia bem, já que quando o conheceu, ela só queria distância. Quem diria que um ricaço, arrogante e prepotente tinha um coração. Ellen riu de sua própria conclusão ao jogar o telefone em cima da mesa e mergulhar em seus pensamentos.
* atenção: vai demorar um pouco pra ter update, porque a universitária aqui precisa estudar, mas prometo que não vai demorar tanto assim *

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City of crimes
Fiksi PenggemarEllen Pompeo é uma investigadora famosa na região de Nova York e investiga um crime onde o principal suspeito é Patrick Dempsey, um magnata que controla ações de uma empresa multi milionária. Mas será que o crime é mesmo tudo que parece ?